terça-feira, 20 de março de 2018

Homenagem ao Dia Mundial da Água









Dia  22 de março se comemora o Dia Mundial da Água.  É um dia para refletir sobre a importância de proteger os rios, lagos, fontes e mares. Infelizmente, no Brasil e em outros países temos visto notícias de grande poluição dos mares e cursos de água como ocorreu em novembro de 2015 em Mariana (Minas Gerais) e mais recentemente, neste início de ano, em Barcarena no Pará. É preciso que tragédias assim não fiquem acontecendo, prejudicando tanto o meio ambiente, assim como deixando populações em situações precárias, sem o peixe para pescar e sem água potável para suas necessidades básicas. É necessário evitar tanta poluição como vem ocorrendo em nossos rios e no oceano e saber usar a água, um bem precioso que tem que ser mais defendido da cobiça e da imprudência dos que são irresponsáveis e egoístas

Portanto, devido ao Dia Mundial da Água, estou colocando aqui neste blog algumas letras de músicas brasileiras  que falam de água.


Planeta Água

Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho e deságua
Na corrente do ribeirão

Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população

Águas que caem das pedras
No véu das cascatas, ronco de trovão
E depois dormem tranqüilas
No leito dos lagos, no leito dos lagos

Águas dos igarapés, onde Iara "mãe d'água"
É misteriosa canção
Água que o sol evapora, pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão

Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes são lágrimas da inundação

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra, pro fundo da terra

Terra, planeta água
Terra, planeta água
Terra, planeta água

Guilherme Arantes


Águas de Março


É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho...


É um caco de vidro
É a vida, é o sol
É a noite, é a morte
É um laço, é o anzol...


É peroba do campo
O nó da madeira
Caingá, Candeia
É o matita-pereira...


É madeira de vento
Tombo da ribanceira
É um mistério profundo
É o queira ou não queira...


É o vento ventando
É o fim da ladeira
É a viga, é o vão
Festa da Cumieira...


É a chuva chovendo
É conversa ribeira
Das águas de março
É o fim da canseira...


É o pé é o chão
É a marcha estradeira
Passarinho na mão
Pedra de atiradeira...


Uma ave no céu
Uma ave no chão
É um regato, é uma fonte
É um pedaço de pão...


É o fundo do poço
É o fim do caminho
No rosto o desgosto
É um pouco sozinho...


É um estrepe, é um prego
É uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando
É uma conta, é um conto...


É um peixe, é um gesto
É uma prata brilhando
É a luz da manhã
É o tijolo chegando...


É a lenha, é o dia
É o fim da picada
É a garrafa de cana
Estilhaço na estrada...


É o projeto da casa
É o corpo na cama
É o carro enguiçado
É a lama, é a lama...


É um passo é uma ponte
É um sapo, é uma rã
É um resto de mato
Na luz da manhã...


São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração...


É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho...


É uma cobra, é um pau
É João, é José
É um espinho na mão
É um corte no pé...


São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração...

É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho...

É um passo, é uma ponte
É um sapo, é uma rã
É um belo horizonte
É uma febre terçã...


São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração...


É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho...


É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho...


Pau, Pedra...
Fim do caminho...
Resto de toco...
Pouco sozinho...


Pau, Pedra...
Fim do caminho...
Resto de toco...
Pouco sozinho...


Pedra...
Caminho...
Pouco...
Sozinho...


Pedra...
Caminho...
Pouco...
Sozinho...


Pedra...
Caminho...
É um Pouco.

Tom Jobim


Olho de Boto


E tu ficaste serena
Nas entrelinhas dos sonhos
Nos escaninhos do riso
Olhando pra nós escondida
Com os teus olhos de rio

Vieste feito um gaiola
Engravidado de redes
Aportando nos trapiches
Do dia a dia e memória
Com os teus sonhos de rio

E ficaste defendida
Com todas as suas letras
Entre cartas e surpresas
Recírio, chuva e tristeza

Vês o peso da tua falta
Nas velas e barcos parados
Encalhados na saudade
De Val-de-cans ao Guamá

Porto de sal das lembranças
Das velhas palhas trançadas
Na rede de um outro riso
Às margens de outra cidade
Ah, os teus sonhos de rio!

Olho de boto
No fundo dos olhos
De toda a paisagem

Nilson Chaves.



A   Seca

Quando o roceiro viu a terra esturricada
Nasceu a roça já cansada, seu olhar umedeceu
Com a falta d'água da seca do mês de agosto
Foi tamanho seu desgosto que de tristeza morreu

E no momento que a pobre criatura
Baixava na sepultura por debaixo de uma cruz
Aquela alma nos murmúrios do cipreste
Ia à mansão celeste pedir chuva à Jesus

Depois de um pouco que o pobre foi enterrado
Todo o céu ficou nublado e de preto se enlutou
E veio a chuva, pingos d'água cristalina
Como lágrimas divinas de Jesus, Nosso Senhor

Depois das chuvas quando é noite de luar
Vem o vento a ciciar o milho que floresceu
Até parece que a alma do roceiro
Voltando pelo carreiro da roça que reviveu

Chitãozinho & Xororó

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Márcio José Matos Rodrigues

Figura: Google

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