No dia 17
de novembro é celebrado o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito. É uma
data que tem que servir para a população dos países se sensibilizarem mais e
refletirem sobre as razões das ocorrências de acidentes de trânsito, sobre o
sofrimento das pessoas que morreram devido aos acidentes ou que sofreram devido
a eles, seja porque que foram vítimas diretas, seja porque serem familiares.
Também é para se pensar nas altas quantias gastas em decorrência dos acidentes,
em despesas hospitalares, nos danos materiais e físicos ligados aos
acidentes.
A
respeito do histórico de como surgiu a celebração desta data, em 1993, no Reino
Unido, foi criado o Dia em Memória das Vítimas no Trânsito pela organização Road Peace e em 1995 passou a ser o Dia
Europeu das Vítimas de Acidente de Trânsito, com apoio de organizações da
Áustria, Luxemburgo, Países Baixos e depois também da Bélgica, Alemanha,
Grécia, Itália, Portugal e Espanha. Em 1998, outras nações como Argentina,
Austrália e Africa do Sul também
realizaram atividades em referência às vítimas de trânsito neste dia. E então,
no dia 26 de outubro de 2005, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio
de uma Resolução, sugeriu que no terceiro domingo de novembro passasse a ser o
Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito.
Dados
de 2013 apontavam mais de um milhão de pessoas mortas no trânsito em todo o
mundo, com cerca de 3.400 a morrerem por dia nas estradas, como milhares
perdendo por toda a vida habilidades motoras e sensoriais.
No
Estado do Rio de Janeiro, em 2018, 1957 pessoas morreram e 27.520 ficaram
lesionados em acidentes de trânsito, segundo o Instituto de Segurança Pública.
Na análise desses dados, foi mostrado que mais de um terço das mortes no
trânsito foram provocadas por atropelamentos e cerca de 25% por colisão de
veículos.
Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS) metade das vítimas dos acidentes no mundo
são pedestres, ciclistas e motociclistas.
A Agenda
para o Desenvolvimento Sustentável 2030 tem como um de seus objetivos a
segurança no trânsito e estipulou uma
meta de redução para a metade do número global de mortes e lesões
causadas por acidentes de trânsito até 2020.
É
necessário que haja mais consciência em evitar os acidentes de trânsito por
parte dos participantes do sistema de trânsito, em especial nos países como o
Brasil onde os acidentes ainda são muito numerosos e com muitas vítimas fatais
e não fatais. Não se deve ser complacente com os infratores reincidentes e nem
deixar de ser severo com os que causam mortes e feridos no trânsito devido a
graves imprudências e negligências. É preciso que, no caso do Brasil, o governo
federal, assim como os governos estaduais e municipais se coloquem a favor de
uma política de segurança contra os conflitos e acidentes de trânsito, dando
mais proteção aos pedestres e ciclistas e
principalmente a crianças, pessoas com necessidades especiais e idosos.
É muito comum vermos a prioridade dada para os motoristas de carros
particulares no trânsito em detrimento de ciclistas e pedestres. E também foi
muito estimulada nas últimas duas décadas a compra da motocicletas, tendo
havido um aumento muito grande de motociclistas nas ruas, com parte
significativa deles apresentando comportamentos inadequados.
Uma
valorização maior do transporte coletivo regulamentado deve ser priorizada
pelos governos, assim como proporcionar meios seguros de locomoção para
ciclistas e pedestres. A política nos países do
mundo deve ser a de proteger a vida em primeiro lugar. A redução dos
acidentes no mundo só será conseguida com um compromisso sério dos governantes
neste sentido, assim como um aumento da consciência de todos os participantes
do sistema de trânsito.
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Márcio José Matos Rodrigues-Psicólogo e Professor
de História
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