Janeiro,
O primeiro,
Acaba,
Para um jardineiro,
Como um mais um mês de flores,
No canteiro.
Para outros é um ninho ,
De caba,
E a baba
Do canino,
Deixa aflito o escoteiro.
Será raiva,
Ou só um problema corriqueiro?
Já há quem pense,
Na folia,
Em fevereiro;
Natal ficou para trás,
Um apaixonado rapaz,
Lembra dela.
Foi o amor que deixou seu cheiro
No travesseiro.
Rapaz deixa de mágoas,
As águas,
Que caem,
São lágrimas do céu,
De algum deus
Do Olimpo?
Só sei que Zeus,
O soberano,
Continua rindo.
Começou o ano,
A calçada está molhada,
Não, não é cano,
Que furado faz jorrar,
É chuva que veio
Para batizar
O ano novo.
O patinho sai do ovo,
O folião já toca seu pandeiro;
Pingos de chuva molham o seio,
Da noiva do padeiro,
Que não tendo trigo,
Faz o pão de centeio!
É isto meu amigo,
E minha amiga,
Da Terra do Meio.
Há quem diga,
Que Janeiro suspira
Pelo fim que chega.
Não, cara!
Não pira,
Mesmo te faltando dinheiro.
Deve existir um jeito!
E a pipira?
Fez um ninho
No teto do banheiro!
Não lamentes que janeiro parte,
Toma um vinho
E faz uma arte.
Dizem que mora uma linda vampira,
No prédio vizinho.
Garotinho,
Não vai para lá,
Que ela chupa teu sangue
Todinho!
Márcio José Matos Rodrigues
Figura: https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=imagem+de+uma+linda+vampira