segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Poesia: Janeiro já vai


 

 

Janeiro,

O primeiro,

Acaba,

Para um jardineiro,

Como um mais um mês de flores,

No canteiro.

Para outros é um ninho ,

De caba,

E a baba

Do canino,

Deixa aflito o escoteiro.

Será raiva,

Ou só um problema corriqueiro?

Já há quem pense,

Na folia,

Em fevereiro;

Natal ficou para trás,

Um apaixonado rapaz,

Lembra  dela.

Foi o amor que deixou seu cheiro

No travesseiro.

Rapaz deixa de mágoas,

As águas,

Que caem,

São lágrimas do céu,

De  algum deus

Do Olimpo?

Só sei que Zeus,

O soberano,

Continua rindo.

Começou o ano,

A calçada está molhada,

Não, não é cano,

Que furado faz jorrar,

É chuva que veio

Para batizar

O ano novo.

O patinho sai do ovo,

O folião já toca seu pandeiro;

Pingos de chuva molham o seio,

Da noiva do padeiro,

Que não tendo trigo,

Faz o pão de centeio!

É isto meu amigo,

E minha amiga,

Da Terra do Meio.

Há quem diga,

Que Janeiro suspira

Pelo fim que chega.

Não, cara!

Não pira,

Mesmo te faltando dinheiro.

Deve existir um jeito!

E a pipira?

Fez um ninho

No teto do banheiro!

Não lamentes que janeiro parte,

Toma um vinho

E faz uma arte.

Dizem que mora uma linda vampira,

No prédio vizinho.

Garotinho,

Não vai para lá,

Que ela chupa teu sangue

Todinho!

 

Márcio José Matos Rodrigues

Figura: https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=imagem+de+uma+linda+vampira

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