Em 5 de dezembro de 1791 morria Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), um
brilhante compositor. Há toda uma série de histórias fantasiosas contadas sobre a
morte dele. Existe, por exemplo, a lenda de um suposto envenenamento cujo autor
teria sido o também compositor Antônio
Salieri. E também surgiu uma teoria sobre um plano conspiratório para matá-lo.
Mozart morreu cedo demais. Iria ainda completar 36
anos no mês seguinte à sua morte e poderia ter composto muito ainda. Ele por diversos
anos sofreu com problemas de saúde, esteve com doenças como varíola, bronquite,
febre tifoide, reumatismo e inflamações nas gengivas.
Parecendo saber do fim da sua própria existência,
Mozart faleceu na primeira hora do dia 5 de dezembro de 1791. A partir de
então, as causas de sua morte ficaram cercadas de mistério. Relatou-se que o
mal que o atingiu havia se desenvolvido de maneira gradual. Náuseas,
dificuldades de movimentação dos pés e das mãos teriam sido os primeiros
sintomas de uma crise de febre militar aguda, doença que foi registrada
enquanto causa oficial de sua morte.
Na atualidade, cientistas holandeses estudaram os sintomas de
Mozart e compararam com a maioria das causas de morte da população de Viena no
fim do século 18, chegando à conclusão de que Mozart teve uma infecção na
garganta. As bactérias se espalharam pelo corpo e acabaram provocando uma grave
inflamação nos rins.
Entre as últimas obras de Mozart há “Sehnsucht nach dem Frühling” IK 596 (Ansiando
pela primavera), uma canção alegre e em abril de 1791 escreve sua
última obra prima de música de câmera, seu Quinteto para cordas em Mi Bemol
Maior IK 614, que se caracterizou por ser uma obra das mais alegres e
bem-humoradas de toda a sua produção camerística. O Concerto para clarinete e
orquestra IK 622, composto no final de outubro, é uma obra com muita paz e alegria.
Em relação ao seu Requiem, a verdade é que o conde Franz von
Walsegg encomendou para Mozart uma Missa de Requiem para sua falecida esposa (que
morreu aos 20 anos de idade) e lhe pagou um significativo adiantamento. A ansiedade
em terminar o Requiem era muito mais por razão financeira do que por motivo
religioso. Apenas o primeiro movimento do Requiem foi composto integralmente
por Mozart. Não houve tempo para ele completar, pois morreu antes disso. O
restante da obra foi finalizado por um discípulo e amigo do compositor, Franz
Xaver Süssmayr (1766-1803), que além de completar os esboços compôs movimentos
inteiros.
Há uma versão de que o seu enterro foi como
indigente numa vala comum de forma anônima (como mostrado no filme Amadeus).
Essa versão foi negada por Robbins Landon em seu livro “1791- o último ano de
Mozart". Segundo tal autor, o funeral foi pago pelo Barão Gottfried van
Swieten e acompanhado por músicos da estatura de Salieri e Süssmayr. A lenda fantasiosa
de um cachorrinho ter sido o único a acompanhar o féretro de indigente foi
criada por Joseph Deiner, num texto de 1856 e publicado num jornal de Viena no dia do
centenário do nascimento do compositor.
Se houvesse antibióticos naquela época e
Mozart tivesse sido tratado a tempo, poderia ser possível que tivesse vivido mais e
produzido mais grandes obras. Mas sem dúvida os anos nos quais produziu foram
responsáveis por verdadeiros tesouros musicais que encantam até hoje.
Sugiro escutar:
https://www.youtube.com/watch?v=MCFs3l4PUGA
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de
História
Figura: Google
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