terça-feira, 5 de dezembro de 2017

A Morte de Mozart












Em 5 de dezembro de 1791  morria Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), um brilhante compositor. Há toda uma série de histórias fantasiosas contadas sobre a morte dele. Existe, por exemplo, a lenda de um suposto envenenamento cujo autor  teria sido o também compositor Antônio Salieri. E também surgiu uma teoria sobre um plano conspiratório para matá-lo. 


Mozart morreu cedo demais. Iria ainda completar 36 anos no mês seguinte à sua morte e poderia ter composto muito ainda. Ele por diversos anos sofreu com problemas de saúde, esteve com doenças como varíola, bronquite, febre tifoide, reumatismo e inflamações nas gengivas. 


Parecendo saber do fim da sua própria existência, Mozart faleceu na primeira hora do dia 5 de dezembro de 1791. A partir de então, as causas de sua morte ficaram cercadas de mistério. Relatou-se que o mal que o atingiu havia se desenvolvido de maneira gradual. Náuseas, dificuldades de movimentação dos pés e das mãos teriam sido os primeiros sintomas de uma crise de febre militar aguda, doença que foi registrada enquanto causa oficial de sua morte.


Na atualidade, cientistas holandeses estudaram os sintomas de Mozart e compararam com a maioria das causas de morte da população de Viena no fim do século 18, chegando à conclusão de que Mozart teve uma infecção na garganta. As bactérias se espalharam pelo corpo e acabaram provocando uma grave inflamação nos rins. 


Entre as últimas obras de Mozart há  “Sehnsucht nach dem Frühling” IK 596 (Ansiando pela primavera), uma canção alegre e em abril de 1791 escreve sua última obra prima de música de câmera, seu Quinteto para cordas em Mi Bemol Maior IK 614, que se caracterizou por ser uma obra das mais alegres e bem-humoradas de toda a sua produção camerística. O Concerto para clarinete e orquestra IK 622, composto no final de outubro,  é uma obra com muita  paz e alegria.


Em relação ao seu Requiem, a verdade é que o conde Franz von Walsegg encomendou para Mozart uma Missa de Requiem para sua falecida esposa (que morreu aos 20 anos de idade) e lhe pagou um significativo adiantamento. A ansiedade em terminar o Requiem era muito mais por razão financeira do que por motivo religioso. Apenas o primeiro movimento do Requiem foi composto integralmente por Mozart. Não houve tempo para ele completar, pois morreu antes disso. O restante da obra foi finalizado por um discípulo e amigo do compositor, Franz Xaver Süssmayr (1766-1803), que além de completar os esboços compôs movimentos inteiros.


Há uma versão de que o seu enterro foi como indigente numa vala comum de forma anônima (como mostrado no filme Amadeus). Essa versão foi negada por Robbins Landon em seu livro “1791- o último ano de Mozart". Segundo tal autor, o funeral foi pago pelo Barão Gottfried van Swieten e acompanhado por músicos da estatura de Salieri e Süssmayr. A lenda fantasiosa de um cachorrinho ter sido o único a acompanhar o féretro de indigente foi criada por Joseph Deiner, num texto  de  1856 e publicado num jornal de Viena no dia do centenário do nascimento do compositor.


Se houvesse antibióticos naquela época e Mozart tivesse sido tratado a tempo, poderia ser possível que tivesse vivido mais e produzido mais grandes obras. Mas sem dúvida os anos nos quais produziu foram responsáveis por verdadeiros tesouros musicais que encantam até hoje. 

Sugiro escutar: 

https://www.youtube.com/watch?v=MCFs3l4PUGA

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

Figura: Google



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