domingo, 2 de dezembro de 2018

aniversariante de dois de dezembro: o imperador Dom Pedro II














Em  dois de dezembro de 1825, nasceu o segundo e último  imperador do Brasil, Pedro II. Seu nome completo era Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Bourbon. Nasceu no Paço de São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro, batizado em homenagem a São Pedro de Alcântara, sendo membro brasileiro da Casa de Bragança, filho mais novo de Dom Pedro I. Foi deposto em 1889. Seus pais eram o imperador Pedro I do Brasil e Dona Maria Leopoldina de Áustria.


Com a abdicação do pai em 1831, Pedro de Alcântara , ele se tornou imperador com cinco anos, mas não podia assumir o trono porque era uma criança e então o governo brasileiro ficou a cargo de regências (duas trinas, sendo uma chamada de provisória, outra de permanente, e duas unas, ou seja, com um só regente) até 1840. 


Na maior parte de sua infância e adolescência ficou estudando em preparação para reinar. A sua mãe, Imperatriz Leopoldina, morreu a 11 de dezembro de 1826, poucos dias após dar à luz um menino natimorto, quando Pedro tinha um ano de idade seu pai casou-se então com Amélia de Leuchtenberg, com a qual o príncipe teve um relacionamento afetuoso e manteve com ela contato até a morte  em 1873.


Foram selecionadas por Pedro I três pessoas para cuidarem de seu filho e filhas. Primeiramente José Bonifácio de Andrada, nomeado tutor. A segunda pessoa foi Mariana Carlota Magalhães, que tinha o cargo de aia, que Pedro II considerava sua mãe de criação. A terceira pessoa foi Rafael, um veterano da Guerra da Cisplatina, um empregado do paço em quem Pedro I possuía profunda confiança. 


Em dezembro de 1833, José Bonifácio foi destituído de sua posição e substituído por outro tutor. Houve a preocupação na educação de Pedro II de que ele formasse uma personalidade diferente daquela de seu pai, dominada pela impulsividade. Tinha paixão pela leitura e também grande capacidade para acumular conhecimento facilmente. Teve infância solitária e infeliz pela perda cedo demais de seus pais, tinha poucos amigos de sua idade e com pouco contato com suas irmãs. Assim, nos livros procurava nos livros refúgio e fuga do mundo real. 


A formação de seu caráter teve influências de intrigas palacianas e disputas políticas. No seu início de seu governo o Brasil estava passando momentos muito difíceis, com ameaças de se desintegrar. Pedro II consolidou a unificação do Brasil. Houve também três conflitos internacionais importantes que foram vencidos pelo Brasil: a Guerra do Prata, a Guerra do Uruguai e a Guerra do Paraguai, além de outras questões internacionais que foram resolvidas como a crise de relações com a Inglaterra.


 Pessoas influentes da política brasileira aceitaram Pedro II como uma figura de autoridade cuja presença era indispensável a sobrevivência do país. Muitos do povo brasileiro apoiavam a diminuição da maioridade e consideravam-no "o símbolo vivo da união da pátria". 


Pedro II se considerava um árbitro, deixando conceitos pessoais de lado para não interferirem no seu dever de resolver disputas políticas partidárias. Ele realizava inspeções diárias pessoais e visitas a repartições públicas. Seu jeito sério, fechado, era reflexo de uma prevenção quanto a relações próximas que tinha origem em antigas experiências de abandono, intriga e traição que teve na sua infância. 


Um grupo de integrantes de frequentadores palacianos de alto nível e notáveis líderes políticos no início do segundo império procuravam influenciar o imperador, grupo conhecido como "Facção Áulica. Eles tentavam manipular o imperador para eliminar os considerados inimigos. O imperador era mantido ocupado com negócios, estudos, eventos e aparições pessoais e ficava então isolado e com dificuldades de perceber a extensão do quanto estava sendo manipulado. 


Os áulicos pensaram em um casamento para mudar o lado taciturno do imperador. A pretendente escolhida foi Teresa Cristina, princesa do Reino das Duas Sicílias. Foram casados por procuração em Nápoles, segundo estudiosos,  em 30 de maio de 1843, mas há outros registros de ter ocorrido em 20 de maio de 1842. Ao ver a princesa, Pedro ficou decepcionado com a aparência dela.


Sua vida amorosa teve versões e especulações. Teve quatro filhos com a imperatriz. Afonso, Leopoldina, Isabel e Pedro. Os filhos homens faleceram ainda meninos. Sua proximidade com a condessa Barral foi muito comentada. 


Em 1846, aproximadamente,  Pedro II já estava bem mais maduro e não era mais o jovem inseguro de antes, quando se deixava levar por boatos, sugestões de complôs secretos e outras ações manipuladoras. Já adulto era um homem com 1,90 m de altura, olhos azuis e cabelos loiros.  Tornou-se disciplinado, controlava suas emoções, não era rude, era discreto com as palavras e cauteloso quando agia.


Pedro II tinha amplos conhecimentos. Tinha interesses em antropologia, geografia, filosofia, pintura, geologia, medicina, escultura, teatro, música, química, poesia e tecnologia. Estudou nove línguas e era capaz de falar e escrever em português, latim, francês, alemão, inglês, italiano, espanhol, grego, árabe, hebraico, sânscrito, chinês, provençal e tupi. Foi o primeiro brasileiro a se tornar fotógrafo em 1840. Por ele foi criado um laboratório fotográfico em São Cristóvão. Também foi construído um observatório astronômico no paço. O filósofo Nietzsche se surpreendeu com a erudição do imperador quando se conheceram. Era respeitado por Victor Hugo. Tornou-se membro da Royal Society da Inglaterra e da Academia de Ciências da Rússia e da Academia de Ciências da França. Teve amigos como Alexandre Herculano, Richard Wagner, Louis Pasteur, Camilo Castelo Branco e outros. 

Em 15 de novembro de 1889, houve um golpe republicano que depôs o imperador. Seu governo estava enfraquecido por algumas questões como a Militar e a Escravocrata, com a oposição de militares republicanos e positivistas, assim como a perda de apoio de fazendeiros que tinham se ressentido com a abolição da escravatura. Mas economicamente o Brasil não se mostrava em grandes dificuldades, sendo respeitado por várias nações. O próprio imperador já demonstrava um desinteresse e uma falta de entusiasmo em defender a instituição da Monarquia, o que lhe foi fatal. 


Morreu em 5 de dezembro de 1891, exilado em Paris, de pneumonia. 


Seus restos mortais foram transladados para Lisboa, e colocados no convento de São Vicente de Fora, junto ao da esposa. Os despojos do imperador foram trazidos para o Brasil em 1921 e depositados na Catedral do Rio de Janeiro. Em 1925 foram transferidos para Petrópolis.
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História












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