Continuando a comentar sobre grandes mulheres da História, dessa vez as homenageadas são Sophie Germain e Lise Meitner.
Sophie Germain
Sophie
Germain foi uma francesa que deu valiosas contribuições para a Matemática. Ela
nasceu em primeiro de abril de 1776, filha de Madeleine Grugelin e Ambroise
François, que era um bem sucedido comerciante de seda e que tinha uma grande
biblioteca onde Sophie leu livros escondida (por exemplo, à noite fingia que ia
dormir e ia para a biblioteca). Entre os autores cujas obras leu podem ser
citados Arquimedes, Euler e Newton. Além de ser uma matemática, foi também
física e filósofa, contribuindo para a teoria dos números e à teoria da
elasticidade.
Como
naquele tempo havia muitas restrições às mulheres para se dedicarem aos
estudos, ela conseguiu, disfarçada de homem, usando a identidade de um aluno
que tinha deixado a cidade, anotações de aulas de cursos da Ecole Polytechnique
de Paris. Sendo descoberto o seu disfarce, um professor supervisor do curso,
encantado com a inteligência dela, passou a instruir e orientá-la e ela começou
a estudar áreas da matemática inexploradas.
Escreveu
cartas para matemáticos ilustres como Joseph Louis Lagrange e Adrien Marie
Legender, mas sem revelar que era mulher. Lagranger inclusive em algumas
ocasiões estimulava o trabalho que ela desenvolvia.
Também
passou a se corresponder com o matemático Karl Gauss, assinando as cartas como
homem.
Durante
as guerras napoleônicas, temerosa de que Gauss, que era da Prússia, fosse morto
pelos franceses e ela pediu ao general francês Pernety que o protegesse quando
houve batalhas entre franceses e prussianos. Gauss quando soube por meio do
general de que uma francesa tinha intercedido por ele quis saber quem era ela.
E quando ela se revelou como mulher em uma carta, ele respondeu com satisfação
e elogiando o trabalho dela.
Gauss conseguiu tempos depois que a Universidade de
Goettingen oferecesse uma título honorífico à Sophie. Infelizmente, ela não
pôde receber a homenagem porque veio a falecer em 27 de julho de 1831.
Figura:
https://www.google.com/search?q=imagem+de+Sophie+Germain
Lise
Meitner
Lise
Meitner nasceu em Viena, na Aústria, em 7 de novembro de 1878. Foi uma física
austríaca que fez estudos sobre radioatividade e física nuclear. Apesar de seus
merecimentos como cientista, nunca recebeu um prêmio Nobel. Ela era a terceira
de uma família judaica de oito filhos. Tornou-se luterana ainda jovem e assim
permaneceu.
Foi
aluna de Ludwig Boltzmann na Universidade de Viena e em 1907, após ter se
doutorado, foi para Berlim estudar com Max Planck, de quem foi assistente,
tendo medido os comprimentos de onda dos raios gama. Também trabalhou com o
químico Otto Hahn, por trinta anos, no Instituto Kaiser Wilhelm e em 1918
descobriram o elemento protactínio. Ela
lecionou na Universidade de Berlim entre 1917 e 1938.
Lise
descobriu a transição não radioativa, conhecida como efeito Auger, em honra ao
cientista francês Pierre Auger.
Em 1938
Lise fugiu para a Suécia por causa da política antissemita dos nazistas e nesse
país continuou seus trabalhos em Estocolmo, no Instituto Manne Siegbahn, mas
encontrando dificuldades, provavelmente devido ao fato de ser uma cientista
mulher. Hahn e Lise se correspondiam e nas cartas falavam sobre resultados de
experiências e se encontraram secretamente em Copenhague para planejar
experimentos.
Foram
constatadas evidências químicas da fissão nuclear por Hahn em Berlim, sendo
publicadas em janeiro de 1939 e Lise publicou por meio de uma carta à revista Nature, a explicação física sobre o
processo. Ela percebeu o potencial explosivo do processo de reação em cadeia. E
outros cientistas de outros países confirmaram os mesmo resultados. Tal
descoberta começava um caminho para alcançar a liberação prática da energia
atômica.
Quando
Hahn, em 1944, recebeu o Prêmio Nobel de Química, em relação a sua pesquisa
sobre fissão nuclear, Lise Meitner não foi mencionada, inclusive o próprio Hahn
não relatou a participação de Lise. Em 1966, Hahn, Meitner e Fritz Strabmann
receberam o prêmio Enrico Fermi.
Lise esteve nos Estados Unidos em 1946 e foi
tratada como celebridade, sendo eleita a "Mulher do Ano" pelo National
Women’s Press Club. Em 1949 a Sociedade Alemã de Físicos deu a ela a
medalha Max Planck.Recebeu por cinco vezes o doutoramento honoris causa . O nome de Meitnerio foi dado ao elemento químico
109 em sua homenagem. Ela defendeu o uso pacífico da energia nuclear.
Passou
a morar na Inglaterra, onde faleceu em 27 de outubro de 1968, aos 89 anos e
encontra-se sepultada em Hampshire, nesse país.
Figura:
https://www.google.com/search?q=imagem+de++Lise+Meitner
Nenhum comentário:
Postar um comentário