sexta-feira, 8 de março de 2019

Artigo sobre as cientistas Sophie Germain e Lise Meitner.


Continuando a  comentar sobre  grandes mulheres da História, dessa vez as homenageadas são Sophie Germain e Lise Meitner.

 

Sophie Germain


 

Sophie Germain foi uma francesa que deu valiosas contribuições para a Matemática. Ela nasceu em primeiro de abril de 1776, filha de Madeleine Grugelin e Ambroise François, que era um bem sucedido comerciante de seda e que tinha uma grande biblioteca onde Sophie leu livros escondida (por exemplo, à noite fingia que ia dormir e ia para a biblioteca). Entre os autores cujas obras leu podem ser citados Arquimedes, Euler e Newton. Além de ser uma matemática, foi também física e filósofa, contribuindo para a teoria dos números e à teoria da elasticidade.


Como naquele tempo havia muitas restrições às mulheres para se dedicarem aos estudos, ela conseguiu, disfarçada de homem, usando a identidade de um aluno que tinha deixado a cidade, anotações de aulas de cursos da Ecole Polytechnique de Paris. Sendo descoberto o seu disfarce, um professor supervisor do curso, encantado com a inteligência dela, passou a instruir e orientá-la e ela começou a estudar áreas da matemática inexploradas. 


Escreveu cartas para matemáticos ilustres como Joseph Louis Lagrange e Adrien Marie Legender, mas sem revelar que era mulher. Lagranger inclusive em algumas ocasiões estimulava o trabalho que ela desenvolvia. 


Também passou a se corresponder com o matemático Karl Gauss, assinando as cartas como homem. 


Durante as guerras napoleônicas, temerosa de que Gauss, que era da Prússia, fosse morto pelos franceses e ela pediu ao general francês Pernety que o protegesse quando houve batalhas entre franceses e prussianos. Gauss quando soube por meio do general de que uma francesa tinha intercedido por ele quis saber quem era ela. E quando ela se revelou como mulher em uma carta, ele respondeu com satisfação e elogiando o trabalho dela.


Gauss  conseguiu tempos depois que a Universidade de Goettingen oferecesse uma título honorífico à Sophie. Infelizmente, ela não pôde receber a homenagem porque veio a falecer em 27 de julho de 1831. 

 Figura: https://www.google.com/search?q=imagem+de+Sophie+Germain
 




Lise Meitner






 
Lise Meitner nasceu em Viena, na Aústria, em 7 de novembro de 1878. Foi uma física austríaca que fez estudos sobre radioatividade e física nuclear. Apesar de seus merecimentos como cientista, nunca recebeu um prêmio Nobel. Ela era a terceira de uma família judaica de oito filhos. Tornou-se luterana ainda jovem e assim permaneceu. 


Foi aluna de Ludwig Boltzmann na Universidade de Viena e em 1907, após ter se doutorado, foi para Berlim estudar com Max Planck, de quem foi assistente, tendo medido os comprimentos de onda dos raios gama. Também trabalhou com o químico Otto Hahn, por trinta anos, no Instituto Kaiser Wilhelm e em 1918 descobriram o elemento protactínio.  Ela lecionou na Universidade de Berlim entre 1917 e 1938. 


Lise descobriu a transição não radioativa, conhecida como efeito Auger, em honra ao cientista francês Pierre Auger. 


Em 1938 Lise fugiu para a Suécia por causa da política antissemita dos nazistas e nesse país continuou seus trabalhos em Estocolmo, no Instituto Manne Siegbahn, mas encontrando dificuldades, provavelmente devido ao fato de ser uma cientista mulher. Hahn e Lise se correspondiam e nas cartas falavam sobre resultados de experiências e se encontraram secretamente em Copenhague para planejar experimentos. 


Foram constatadas evidências químicas da fissão nuclear por Hahn em Berlim, sendo publicadas em janeiro de 1939 e Lise publicou por meio de uma carta à revista Nature, a explicação física sobre o processo. Ela percebeu o potencial explosivo do processo de reação em cadeia. E outros cientistas de outros países confirmaram os mesmo resultados. Tal descoberta começava um caminho para alcançar a liberação prática da energia atômica.


Quando Hahn, em 1944, recebeu o Prêmio Nobel de Química, em relação a sua pesquisa sobre fissão nuclear, Lise Meitner não foi mencionada, inclusive o próprio Hahn não relatou a participação de Lise. Em 1966, Hahn, Meitner e Fritz Strabmann receberam o prêmio Enrico Fermi. 


Lise esteve nos Estados Unidos em 1946 e foi tratada como celebridade, sendo eleita a "Mulher do Ano" pelo National Women’s Press Club. Em 1949 a Sociedade Alemã de Físicos deu a ela a medalha Max Planck.Recebeu por cinco vezes o doutoramento honoris causa . O nome de Meitnerio foi dado ao elemento químico 109 em sua homenagem. Ela defendeu o uso pacífico da energia nuclear. 

 
Passou a morar na Inglaterra, onde faleceu em 27 de outubro de 1968, aos 89 anos e encontra-se sepultada em Hampshire, nesse país.  

Figura: https://www.google.com/search?q=imagem+de++Lise+Meitner
 


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Márcio José Matos Rodrigues




 


 

 

 

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