Em homenagem ao Dia
Internacional das Mulheres, que é comemorado em 08 de março, resolvi escrever
alguns artigos sobre ilustres mulheres cientistas. As primeiras homenageadas em
meus artigos são Marie Curie e Margarita Sales.
Marie
Curie
Marie Curie foi uma cientista polonesa e
naturalizada francesa que nasceu em Varsóvia, Polônia, em sete de novembro de
1867 (com o nome deMaria
SalomeaSkłodowska),que realizou feitos notáveis. Ela descobriu e isolou,
junto com seu marido, os elementos químicos polônio e rádio, sendo a primeira
mulher a ganhar um Prêmio Nobel (ganhou com seu marido e o físico Henri
Becquerelo o Prêmio Nobel de Física em 1903 e de novo em 1911 ela ganhou mais
um Nobel, o de Química). A família Curie ganhou um total de cinco prêmios
Nobel.Foi também a primeira mulher a lecionar na Sorbonne, na França. Era filha
de um professor de Física e Matemática que lecionava no ginásio de Varsóvia e
de uma pianista.
Aos dez anos ficou órfã de mãe. Durante sua
infância a Polônia era parte do império russo czarista. Seu pai foi demitido
por ideias nacionalistas em prol da Polônia e assim teve que abrir uma escola,
que funcionava com muitas dificuldades, para poder sustentar seus filhos.
Quando completou o curso ginasial, em 1883, ganhou
uma medalha de ouro, por ter se destacado. Aos 17 anos iniciou trabalho como
governanta e professora e assim ajudava sua irmã mais velha a pagar seus
estudos. Essa irmã, por sua vez, depois de formada em Medicina, ajudou Marie a
estudar na Sorbonne.
Lecionou numa universidade não oficial na Polônia (que
desafiava a política russa), frequentada em especial por mulheres que estavam
proibidas de fazerem seus cursos regularmente.
Em 1891, já em Paris, adotou a forma francesa para
seu nome. Teve de viver em um sótão com pouco ar e com poucas condições para se
alimentar. Graduou-se em 1893 em Física e em 1894 em Matemática. Fez mestrados
em Física e Matemática, tendo conhecido Pierre Curie, com quem depois se casou,
que fazia pesquisas elétricas e magnéticas em 1895, quando ela preparava sua
tese de doutorado. Os dois puderam
constatar que o tório, assim como o urânio, emitia radiações e em 1898 isolaram
um elemento 300 vezes mais ativo que o urânio. Esse elemento foi chamado por
Marie de polônio, em homenagem à terra natal dela e ao continuar o processo de
purificação e cristalização, encontraram um elemento 900 vezes mais radioativo,
o rádio.
O casal Curie inventou os termos radioativo e
radioatividade para caracterizar a energia emitida por este elemento químico.
Em 1900 Pierre foi indicado para ser conferencista
na Sorbonne e Marie foi convidada a lecionar na École Normal e Supérieure, em
Sévres. Em 1903 eles ganharam o Nobel de Física. Pierre, em 1904, foi nomeado
professor da Sorbonne e Marie ficou com o cargo de assistente - chefe do
laboratório que seu marido dirigia. Seu marido Pierre foi eleito para a
Academia de Ciências, em 1905, mas em abril de 1906 faleceu devido ter sido
atropelado e Marie foi indicada para ser sua substituta.
Segundo relatos de ex-alunas, Marie foi inovadora,
tendo ampliado o tempo de suas aulas e as levava para conhecer os laboratórios
de pesquisa, colocando-as frente a equipamentos de experimentos (que as alunas
não tinham acesso) e ela mesma criava seu material didático.
Sob a direção de Marie foram realizados os
primeiros estudos sobre o tratamento de neoplasmas com uso de isótopos
radioativos e fundou o Instituto Curie em Paris e Varsóvia. Também fundou os
primeiros centros militares no campo da radioatividade, durante a Primeira
Guerra Mundial.
Ela ganhou o Prêmio Nobel de Química em 1911 por
suas investigações a respeito das propriedades do rádio e as características de
seus compostos.
Esteve visitando os Estados Unidos em 1921, sendo
muito bem recebida e visitou o Brasil em 1926, interessada nas águas
radioativas de Lindoia (hoje o lugar é conhecido como Águas de Lindoia)
Em 4 de julho de 1934, Marie morreu aos 66 anos, de
leucemia, em um sanatório em Sancellemoz, na França, pois tinha se exposto à radiação ao carregar testes de rádio em
seus bolsos quando fazia pesquisas e também quando trabalhou prestando serviço
na Primeira Guerra Mundial, quando instalou unidades móveis de raio-x.
Figura: https://www.google.com/search?q=imagem+de+marie+curie&client
Margarita Salas
Margarita
Salas é uma cientista espanhola nas áreas de Bioquímica e Genética Molecular.
Nasceu em Canero (Astúrias), em30 de novembro de 1938, com o nome Margarita
Salas Falgueras. Foi discípula de Severo
Ochoa, ganhador do Prêmio Nobel. O início de sua carreira científica foi
durante a ditadura de Franco, época em que era um considerável desafio para uma
mulher ser cientista.
Tendo
se formado em química na Universidade Complutense de Madri. Entrou para o laboratório
de Alberto Sols, pioneiro da bioquímica na Espanha e nesse laboratório ela fez
doutorado.Conseguiu título de PhD em 1961. Viajou para os Estados Unidos em
1967, com seu marido também cientista, Eladio Vinuela, para trabalhar como
pesquisadora na Universidade de Nova York com Severo Ochoa, com quem
desenvolveu trabalhos de Bioquímica e de Biologia Molecular.
Salas
desenvolveu pesquisas no campo da Genética. E na Espanha dirigiu o Conselho
Superior de Investigações Científicas. Foi supervisora de doutorado de mais de
40 estudantes, tendo publicado mais de 200 artigos científicos. Atualmente é professora
honorária de biotecnologia do Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha e em
2000 ganhou o Prêmio L’Oreal-UNESCO para mulheres na Ciência. É membro da
Academia Real de Ciências da Espanha, da Academia Europeia de Ciências e Artes,
da Academia Americana de Artes e Ciências, da Academia Americana de
Microbiologia, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos e da
Fundação Severo Ochoa.
É professora Ad Honorem no Centro de Biologia
Molecular Severo Ochoa, centro de pesquisa do CSIC e na Universidade Autônoma
de Madri.Tem em seu currículo mais de 350 publicações em revistas
internacionais ou livros e cerca de 10 em nacionais.Ela se tornou a primeira
mulher espanhola,em maio de 2007, a fazer parte da Academia Nacional de
Ciências dos Estados Unidos. Supervisionou mais de 28 teses de doutorado.
Descobriu uma maneira de replicar o DNA rapidamente e a baixo custo, através do
estudo do vírus phi-29.
O rei Juan Carlos I elevou Salas, em 11 de julho de
2008, à nobreza espanhola, com o título hereditário de Marquesa de Carnero.
Possui vários prêmios, entre eles: Medalha do Principado das Astúrias em 1997;
Prêmio Nacional de Pesquisa Santiago Ramon y Caial, em 1999; Medalha de Ouro da
Comunidade de Madri, em 2002; Prêmio Internacional para a Ciência e Pesquisa da
Fundação CG, em 2004; Medalha de Honra da Universidade Complutense de Madri, em
2005; Prêmio Mulheres Líderes 2009; Prêmio “Toda uma vida profissional” da
Fundação Mapfre, em 2009; Prêmio de Excelência em Química, concedido pelo
Conselho Geral de Associações de Químicos da Espanha, em 2014.
Figura:
https://www.google.com/search?q=margarita+sales&client
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Márcio José Matos Rodrigues
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