Apesar de ter se iniciado o mês de dezembro, tinha escrito sobre duas
figuras famosas, aniversariantes de novembro e não cheguei a publicar: o
imperador romano Vespasiano e o compositor espanhol De Falla. Estou agora
publicando, mesmo que com um pouco de atraso.
1- Vespasiano
O nome todo de Vespasiano era Tito Flávio Vespasiano. Ele nasceu em
Falacrina em 17 de novembro do ano 9. Foi o primeiro da dinastia flaviana, que
começou em 69. Em 68, houve o suicídio de Nero e a disputa pelo poder para
conquistar o trono que durou mais de um ano. Na ocasião, cada exército
defendia um candidato: Galba era preterido pelo exército da península Ibérica;
Otão, proposto pela guarda pretoriana; Vitélio apoiado pela Gália e Germânia; e
Vespasiano preferido pelo exército do Oriente
Vespasiano era
descendente de uma família da ordem equestre que passou a ocupar lugares no
Senado de Roma. Seu pai enriqueceu como coletor de impostos e sua mãe era irmã
de um senador. No ano 51 Vespasiano tornou-se consul e nessa época já era um bem sucedido comandante
militar, tendo se destacado na campanha romana na Britânia. Exerceu os cargos
de tribuno militar, questor, edil e pretor.
Foi governador no
norte da África, mas ao contrário de outros governadores, procurou fazer
amizades em vez de buscar dinheiro por meio de corrupção e essa sua maneira de agir lhe foi benéfica no
futuro quando articulou sua ascensão ao poder como imperador. Quando regressou
a Roma, viajou para a Grécia com os acompanhantes de Nero, mas ficou um tempo
desfavorecido por parte do imperador porque não mostrou muita atenção aos
recitais de Nero com a lira.
Liderou as forças
romanas contra os rebeldes judeus na primeira guerra judaico-romana do ano 66,
mas não conquistou Jerusalém devido à crise política no Império com a morte de
Nero. Após a morte desse, vieram os governos de Galba e Otão, que foram breves
e a seguir Vitélio tomou o poder. Mas os exércitos de Vespasiano do Egito e da
Judeia proclamaram-no imperador em primeiro de julho de 69, em
Alexandria. Vespasiano aliou-se ao governador da Síria, Muciano, contra as forças
de Vitélio. Em 20 de dezembro houve a derrota final de Vitélio e no dia
seguinte o senado romano proclamou Vespasiano imperador.
No governo de Vespasiano houve
reformas financeiras e o fim de uma campanha militar na Judeia. Ele
mandou construir o Anfiteatro Flávio, depois conhecido popularmente como
Coliseu Romano. Desenvolveu um sistema educativo e reformulou o senado e a
Ordem Equestre. Foi um bom administrador da economia romana e reprimiu uma
revolta na Gália.
Morreu em 23 de junho de 79 e foi substituído no poder por seu filho Tito
e quando esse morreu assumiu o governo o outro filho de Vespasiano, Domiciano,
que foi o último imperador da dinastia Flávia.
2-Manuel de Falla
Manuel
de Falla foi um compositor e pianista de origem espanhola, nascido em Cádiz, em
23 de novembro de 1876. Foi um dos principais nomes do movimento nacionalista
do começo do século XX.
Era filho de um comerciante e de uma pianista, que
lhe deu as primeiras lições de piano. Após ter tido aulas de piano e composição
com José Trago e Felipe Pedrell, começou a se destacar, tendo recebido o
primeiro prêmio na competição de piano do conservatório onde estudava, passando
a usar o nome pelo qual ficou conhecido: "De Falla".
Entre suas obras iniciais houve algumas zarzuellas
e sua primeira grande composição foi a ópera em um ato, La Vida Breve, escrita
em 1905 e revisada entes de sua estreia em 1913, em Nice, França. Ganhou dois
prêmios de composição em 1905, enquanto ensinava piano em Madri (1905-1907).
Residiu em Paris de 1907 a 1914 e lá conheceu compositores famosos como Ravel,
Albeniz e Stravinski.
Em1919 mudou-se para Granada e em 1922 criou com o
poeta Federico Garcia Lorca um festival de cânticos do floclore de Andaluzia.
Após o fim da Guerra Civil Espanhola ele exilou-se
na Argentina em 1939. Dedicou os últimos ano de vida a sua obra La Atlantida, inspirada num poema de
Jacint Verdaguer. Essa obra foi concluída após a morte do compositor, por
Ernesto Halffter.
Manifestou todo o seu talento ao compor as Siete
Canciones Españolas em 1912 e música de balés El amor brujo (1915) e El
sombrero de tres picos (1919), assim como a partitura de Noches em los
jardines de España (1916), a Fantasía bética para
piano (1919), El retablo de Maese Pedro (1922), ópera de marionetes, El retablo
de Maese Pedro (1924), e o famoso Concierto para clave e 7 instrumentos
(1923-1926).
De Falla morreu em Alta Gracia, Argentina, em 14 de
novembro de 1946.
Sugestão para ouvir: El amor brujo. https://www.youtube.com/watch?v=auRUxPPqDcQ
Nenhum comentário:
Postar um comentário