quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Semana do Trânsito de 2020

 

 

 

 


 

De 18 a 25 de setembro é comemorada a Semana Nacional do Trânsito. Em 2020 o tema é “Perceba o risco. Proteja a vida”. Na verdade é um tema que também tem relação com o momento atual em que o mundo está passando com a pandemia, pois tem existido a necessidade de haver prevenção por causa do risco de contaminação e é necessário proteger a vida. Uma mostra desta necessidade de prevenir é a forma como estão acontecendo eventos sobre a Semana do Trânsito pela Internet, que em outros tempos teriam sido em auditórios e salas. 

 

A Semana do Trânsito tem que servir para uma profunda reflexão sobre a maneira de agir de cada um no trânsito. O Código de Trânsito possui como princípio fundamental a proteção à vida. Este princípio tem tudo a ver com o tema. Quem está dirigindo um veículo motorizado deve ter grande responsabilidade sobre a sua vida e a de outros. Também tem que pensar não só no seu bem estar, mas no da coletividade. A ética e  a vontade de ser um bom cidadão precisam estar guiando cada participante do trânsito.

 

Infelizmente a cultura brasileira ainda é tão cheia de “jeitinhos”, de atitudes erradas de pessoas que dizem: “Você sabe com quem está falando?” E muitos reproduzem esta maneira de ser no trânsito. E as autoridades municipais, estaduais e federais também precisam estar conscientes e comprometidas com um trânsito mais seguro. Mas em certas ocasiões vê-se governantes mais preocupados em agradar infratores, incentivando a criação de leis mais brandas, mandando tirar radares e enfraquecendo o aparato fiscalizador, com práticas populistas e não colocando a questão da segurança e da proteção da vida em primeiro lugar.

 

A própria municipalização do trânsito ainda não atingiu nem metade dos municípios brasileiros, constituindo-se assim em um sério problema para se alcançar um sistema de trânsito de mais paz, de menos violência no trânsito. Faz-se também necessário ter mais vontade política no Brasil e de desenvolver mais o transporte coletivo, dando também melhores condições aos ciclistas e pedestres (em especial os que tem mais dificuldades de locomoção).

 

 

Temos ainda um país de muitos  “acidentes de trânsito”, sendo que os números de sequelados e de mortes são consideráveis, trazendo prejuízos enormes para o país em custos hospitalares, em perdas de jovens promissores, traumas psicológicos diversos para vários sobreviventes e também para familiares das vítimas de trânsito. E entre tais vítimas muitas são de motociclistas, um número que vem crescendo neste século XXI.

 

Em relação a Belém do Pará, o jornal O Liberal, de 22 de setembro de 2020 diz: “Em um comparativo dos oito primeiros meses de 2020 com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de aproximadamente 8,2% no número de pacientes vítimas de acidente de trânsito atendidos no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. De janeiro a agosto de 2019 foram admitidos 2670 pacientes por esta causa. Já em 2020, de janeiro a agosto, foram 2889 registros. Os dados mostram, ainda, que o acidente de trânsito é a principal causa de mortes de pessoas entre 15 e 29 anos". E ainda o jornal cita o depoimento do médico José Guataçara Gabriel que trabalha no HMUE: “...Porque há muitos pacientes motociclistas com odor etílico. Não tem como provar porque não foi feito o bafômetro, mas o indício do cheiro é forte. E muitos relatos de que estavam sem equipamentos de proteção”. Em relação ao Brasil, o mesmo jornal diz: “Informações do Ministério da Saúde mostram que os acidentes de trânsito deixaram mais de 1,6 milhão de brasileiros feridos nos últimos dez anos e representaram um custo de cerca de 2,9 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS).”

 

Diante do que foi dito, é triste ver que a realidade continua muito dura, com tantos feridos, mortos e tanto sofrimento. Faz-se necessário que sejam combatidos hábitos muito individualistas e os “jeitinhos” que levam a querer burlar as leis, entre elas as leis de trânsito. Um dos meios para se ir mudando a realidade é a Educação para o Trânsito, que precisa ser mais valorizada, bem planejada, ampliada, como também estar em companhia de mais investimentos em correta infraestrutura viária, uma fiscalização eficaz e leis severas para casos gravíssimos, com punição justa para os que sendo irresponsáveis tiram a vida no trânsito. Como disse Wendel Dias: “Acidentes de Trânsito não dizimam somente bens materiais.  Destroem principalmente sonhos e vidas!”

 

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Márcio José Matos Rodrigues- Psicólogo e Professor de História

 

 



 

 

Figura:

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