No dia 08
de maio é comemorado o Dia da Vitória, referente à vitória dos aliados
contra os nazistas. A guerra tinha começado no dia 01 de Setembro de 1939
com a invasão da Polônia pelo exército alemão.
A tensão na Europa já vinha desde as ações abusivas de Hitler, como a anexação
da Áustria em 1938 e a anexação dos Sudetos em 1939 e a subsequente invasão da
Tchecoslováquia. A ideia de uma revanche sobre vencedores da II Guerra Mundial,
em especial os franceses; o Pangermanismo; o antissemitismo e o antibolchevismo; juntamente
com a teoria hitleriana de “Espaço Vital” faziam parte da doutrina nazista a
partir dos anos 20 que impulsionaram a Alemanha na sua expansão bélica nos anos
30 e 40.
Tendo
sido formado o Eixo entre Alemanha, Itália e Japão, esses países começaram seus
expansionismos. O Japão atacou a China para anexar territórios e a Itália
invadiu a Albânia na Europa e a Etiópia, nos anos 30. Esse expansionismo
chocou-se com os interesses de outras nações industriais poderosas na época, os
Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha
De início,
ingleses e franceses tentaram ceder terreno a Hitler por paz, mas a invasão da
Polônia, para a qual tinha sido prometido proteção pela França e Inglaterra,
provocou nos dois países a reação. Eles declararam guerra à Alemanha, porém
nada fizeram para que a Polônia fosse salva da ocupação germânica. Do outro
lado do mundo,o Japão continuaria sua agressão à China, depois mandando tropas
para a Indochina francesa, como parte do plano da corrente militarista
nacionalista predominante na política japonesa.
Se
Inglaterra e França pensaram que Alemanha e União Soviética poderiam se
enfrentar no fim dos anos 30, logo,
viram-se surpreendidas pela Pacto Germânico-Soviético de 1939, que permitiu uma divisão da Polônia por Hilter e Stalin e uma paz
temporária entre as potências.
Os anos
de 1939-1942 foram de avanços do Eixo, com a Alemanha dominando grande parte da
Europa e tendo chegado bem perto de Moscou no fim de 1941. Mas os últimos três
meses de 1942 foram cruciais. A União Soviética, que já começava a receber
mantimentos, veículos e armas da Inglaterra e dos Estados Unidos (que entraram na guerra em dezembro de 1941) conseguiu expressiva vitória em Stalingrado e no norte da África as forças italianas e alemães sofriam significativa derrota no Egito. No
Pacífico, a batalha de Midway representou uma grande perda para o Japão, de
quatro porta-aviões contra a perda de somente um dos Estados Unidos.
Os planos do Eixo de vencer rapidamente as duas grandes nações com enorme
potencial industrial e de amplos recursos humanos (podendo formar exércitos
numerosos) fracassou. Tanto a intensa campanha submarina alemã de sufocar o abastecimento da Inglaterra ou de derrota-la no ar, por possuir vantagem numérica, não foi bem sucedida. O sistema de radares da
Inglaterra provou ser muito bom, assim como seu principal avião, o Spitfire.
Além do mais, a Alemanha não conseguiu destruir a tempo a maioria dos campos de
pouso, mudando seus ataques para os alvos civis, causando terrível destruição,
porém sem destruir a Real Força Aérea (RAF).
A Inglaterra viria a ser uma grande base da
aviação anglo-americana para ataques à Alemanha, destruindo cidades,
refinarias, estações elétricas, grande parte da infraestrutura necessária ao
transporte (portos, pontes, ferrovias etc) e fábricas.
Em 1944
seria dali que partiria a grande frota para o Dia D, a invasão da Normandia.A
partir do segundo semestre de 1943 o exército alemão sofreu grande derrota em
Kursk e tropas aliadas estariam
combatendo na Itália, derrubando o regime fascista, levando Hitler a mandar
ocupar com seu exército grande parte da Península Itálica. Na Iugoslávia o
movimento partisã de Tito já começava a se destacar causando estragos aos
alemães, principalmente depois da rendição de grupamentos fascistas italianos. Outros
movimentos de resistência lutaram contra forças de ocupação nazistas. Eram
frequentes as punições dos resistentes pelas SS e Gestapo e os campos de concentração matavam aos
montes judeus, ciganos, eslavos, minorias religiosas e oposicionistas.
Quando
chegou o fim de 1944 a frota combinada do Japão já estava em nítida desvantagem
no Pacífico, ilhas iam sendo ocupadas pelos Estados Unidos a um preço sangrento
e quase toda a França já estava limpa de tropas alemães, assim como a Bélgica,
a Grécia e parte da Holanda.
Em 1945, quando milhões de europeus, entre judeus, ciganos, poloneses e russos
já tinham morrido devido à política de guerra e de extermínio nazista, os
aliados já entravam na Alemanha, estando muitas cidades alemães destruídas
pelos bombardeios aliados. A população alemã sofreu, como também tinha sofrido
a população soviética, com inúmeras violações, destruições, abusos repetidos, torturas. Em nenhum
dos casos, no entanto, a crueldade era justa, embora justificada por líderes impiedosos.
Também muito sofreram os povos da Europa Oriental.
Com Hitler tendo se suicidado , em 30 de abril de 1945, tendo Mussolini sido executado
em 28 de abril do mesmo ano, forças nazistas ainda lutaram até 07 de maio,
quando finalmente se acertou a rendição. Oito de Maio foi considerado o fim da
guerra na Europa, ou o Dia Da Vitória, para as potências ocidentais e seus
aliados. Em 09 de Maio foi considerado o Dia da Vitória para os soviéticos. A
guerra no Oriente continuou mais alguns meses, havendo a detonação de duas
bombas atômicas em duas cidades japonesas e a invasão soviética do norte da China.
O saldo dessa
guerra em número de mortos foi de mais de 50 milhões. O sofrimento foi imposto a
milhões de pessoas em muitos países e cidades haviam sido completamente destruídas.
A União Soviética instalou regimes socialistas na Romênia, Bulgária, Hungria, Tchecoslováquia, Polônia e depois na parte oriental da Alemanha que tinha sido ocupada pelos soviéticos, passando a ser chamar República Democrática Alemã (a Alemanha Oriental) e Berlim seria também dividida, um lado socialista e outro capitalista. Surgiriam as alianças militares antagônicas OTAN e Pacto de Varsóvia.
A União Soviética instalou regimes socialistas na Romênia, Bulgária, Hungria, Tchecoslováquia, Polônia e depois na parte oriental da Alemanha que tinha sido ocupada pelos soviéticos, passando a ser chamar República Democrática Alemã (a Alemanha Oriental) e Berlim seria também dividida, um lado socialista e outro capitalista. Surgiriam as alianças militares antagônicas OTAN e Pacto de Varsóvia.
Ao
olharmos hoje em dia a postura do tirano da Coreia do Norte e a questão nuclear, lembremo-nos que tanto a divisão da Coreia, como a criação da
bomba atômica se deram durante a II Guerra Mundial.
Que se
encontrem soluções para os conflitos atuais que passem longe de uso de armas atômicas
e que ideologias extremistas não levem a guerras terríveis ou a
perseguições de povos. Infelizmente o fim da Segunda Guerra Mundial não levou também ao fim as guerras terrivelmente sangrentas que tem acontecido desde os anos 40 do século XX até o momento atual.
Cito a
seguir um trecho do livro "Inferno, o Mundo em Guerra, 1939-1945" do historiador Max Hastings: "Entre os alemães, no verão de 1945 e depois, a
autopiedade era um sentimento muito mais predominante do que a contrição: uma
em cada três crianças do sexo masculino nascidas entre 1915 e 1924 estava
morta, assim como dois em cada cinco meninos nascidos entre 1920 e 1925. Nas vastas migrações de
refugiados antes e depois do Dia da Vitória na Europa, mais de quatorze milhões
de pessoas de etnia alemã deixaram suas casas no leste ou foram expulsas. Ao
menos quinhentos mil- as estimativas modernas variam amplamente- pereceram nas
odisseias subsequentes; o problema histórico das minorias alemãs da Europa
central foi resolvido da forma mais abrupta pela limpeza étnica. Ao mesmo
tempo, milhões de pessoas escravizadas por Hitler, de uma dezena de
nacionalidades, mergulhavam num novo túnel escuro de incertezas nos acampamentos
para Deslocados de Guerra administrados pelos Aliados, onde alguns permaneceram
por anos. Os menos afortunados foram sumariamente destinados à Rússia, sua
terra natal, onde muitos acabaram classificados pelo NKVD (antecessora da KGB)
como traidores, comprovados ou supostos, e mortos."
Márcio José Matos Rodrigues-professor de História
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