terça-feira, 24 de julho de 2018

Homenagem à Maria Quitéria heroina do exército brasileiro










Neste artigo vou falar de Maria Quitéria, que participou como militar nas forças brasileiras nas lutas na Bahia pela independência do Brasil contra tropas que serviam ao reino português que não reconhecia essa independência. Foi a primeira mulher a ser reconhecida por participar de uma  unidade militar das Forças Armadas Brasileiras e a primeira mulher a entrar em combate pelo Brasil.

Ela nasceu no dia 27 de julho de  1792, na fazenda Serra da Agulha, na freguesia São José de Itapororocas (que atualmente é Feira de Santana), com o nome de Maria Quitéria de Jesus, filha do português Gonçalo Alves de Almeida, lavrador em Portugal e que se tornou fazendeiro na Bahia e de  Joana Maria de Jesus, que veio a falecer quando a filha tinha dez anos. Maria Quitéria passou assim a cuidar de suas irmãs.

Com a morte de sua mãe, o pai casou-se de novo, mas sua segunda esposa morreu pouco depois. Casou outra vez e teve mais três filhos, mas a madrasta não aceitava o comportamento independente de Maria Quitéria, que não frequentou a escola, porém era hábil com cavalos e armas de fogo.

Quando começaram as lutas na Bahia contra as tropas portuguesas que eram fortes por lá, pois em janeiro de 1822 haviam sido transferidas tropas sob o comando do general Inácio Luís Madeira de Melo, Maria Quitéria pediu autorização a seu pai para ingressar nas forças brasileiras, mas ele negou. Então, Maria Quitéria teve apoio de sua irmã Tereza e seu cunhado José Cordeiro de Medeiros e cortou o cabelo, vestindo-se de homem, alistando-se com o nome de Medeiros no batalhão dos "Voluntários do Príncipe Dom Pedro".

 Com o apoio de sua irmã Tereza Maria e seu cunhado José Cordeiro de Medeiros, Quitéria cortou o cabelo, vestiu-se de homem e se alistou com o nome de Medeiros, no batalhão dos "Voluntários do Príncipe Dom Pedro".

O comandante das tropas brasileiras era o general Pierre Labatut e essas tropas organizadas por ele conseguiram as primeiras vitórias, sendo esse comandante depois substituído por José Joaquim de Lima e Silva ( tio do futuro Duque de Caxias).

 O pai de Maria Quitéria a descobriu depois de duas semanas e quis que ela deixasse o exército. No entanto, o major José Antônio da Silva Castro quis que ela continuasse como combatente,  pois ela era reconhecida pela disciplina militar e pela facilidade de manejar as armas. Assim, ela participou da defesa da Ilha da Maré, da Pituba, da Barra do Paraguaçu e de Itapuã.

Foi homenageada pela população em 2 de julho de 1823, quando o exército brasileiro entrou em Salvador. Foi  promovida a cadete e condecorada no Rio de Janeiro com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul, tendo recebido a medalha diretamente de Dom Pedro I.

Foi reformada com o soldo de alferes e voltou para a Bahia, com uma carta do imperador que pedia que ela fosse perdoada pela desobediência, pois o pai não queria que ela tivesse ido à guerra. Casou-se com o lavrador Gabriel Pereira de Brito, com quem teve uma filha, Luísa Maria da Conceição. Viúva e não tendo conseguido receber a sua parte na herança paterna foi para Salvador com a filha, onde faleceu em 21 de agosto de 1853, quase cega, no anonimato. Atualmente seus restos mortais estão sepultados  na Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento em Salvador.

Foi atribuído à Maria Quitéria em 1996 pelo o Estado brasileiro o título de patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro.

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História.  

Figura: Google. 

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