Neste
artigo abordo um pouco da história de três músicas brasileiras.
Ivan Lins
1- Madalena
Madalena
O meu
peito percebeu
Que o mar
é uma gota
Comparado
ao pranto meu.
Fique
certa
Quando o
nosso amor desperta
Logo o
sol se desespera
E se
esconde lá na serra.
Madalena
O que é
meu não se divide
Nem tão
pouco se admite
Quem do
nosso amor duvide.
Até a lua
se arrisca num palpite
Que o
nosso amor existe
Forte ou
fraco alegre ou triste.
Muito
cantada por Elis Regina. Gravada por ela
pela primeira vez em 1970. Foi um marco em sua carreira e na de seus
compositores. Composta por Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza.
Madalena é um nome fictício. A letra foi composta
pela dupla acima citada. A musa inspiradora na verdade tinha o nome de Vera
Regina, ex-namorada de Ronaldo Monteiro. Ele tinha namorado com Vera por 3
anos. Entristecido foi chorar suas dores em um bar de Copacabana. A frase que deu início à música foi quando
Ronaldo olhou o mar e surgiu então: “o
mar é uma gota, comparado ao pranto meu”. E aí em um guardanapo foi
escrita o resto da letra. Ivan Lins cantou muita essa música.
2- Carolina
Carolina
Nos seus olhos fundos
Guarda tanta dor
A dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei que não vai dar
Seu pranto não vai nada mudar
Eu já convidei para dançar
É hora, já sei, de aproveitar
Lá fora, amor
Uma rosa nasceu
Todo mundo sambou
Uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo
Pela janela, ói que lindo
Mas Carolina não viu
Nos seus olhos fundos
Guarda tanta dor
A dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei que não vai dar
Seu pranto não vai nada mudar
Eu já convidei para dançar
É hora, já sei, de aproveitar
Lá fora, amor
Uma rosa nasceu
Todo mundo sambou
Uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo
Pela janela, ói que lindo
Mas Carolina não viu
Carolina
Nos seus olhos tristes
Guarda tanto amor
O amor que já não existe
Eu bem que avisei, vai acabar
De tudo…
Nos seus olhos tristes
Guarda tanto amor
O amor que já não existe
Eu bem que avisei, vai acabar
De tudo…
Essa música foi um
sucesso de Chico Buarque. Foi composta apressadamente em um avião ou aeroporto.
Foi inscrita no II Festival Internacional
da Canção Popular, em 1967, promovido pela Rede Globo. Chico queria se
livrar de uma multa por abandonar o programa "Shell em Show" no qual
era apresentador junto com Norma Benguell e fez então a música que ficou em
terceiro lugar. A emissora perdoaria
a multa contratual em troca da inscrição de uma canção do Chico no Festival. Por
isso Chico compôs a canção "Carolina".
3-
Camila
Camila, Camila
Depois da última noite de festa
Chorando e esperando amanhecer, amanhecer
As coisas aconteciam com alguma explicação
Com alguma explicação
Depois da última noite de chuva
Chorando e esperando amanhecer, amanhecer
Às vezes peço a ele que vá embora
Que vá embora oh
Chorando e esperando amanhecer, amanhecer
As coisas aconteciam com alguma explicação
Com alguma explicação
Depois da última noite de chuva
Chorando e esperando amanhecer, amanhecer
Às vezes peço a ele que vá embora
Que vá embora oh
Camila, Camila
Eu que tenho medo até de suas mãos
Mas o ódio cega e você não percebe
Mas o ódio cega
E eu que tenho medo até do seu olharMas o ódio cega
Mas o ódio cega e você não percebe
Mas o ódio cega
A lembrança do silêncio daquelas tardesMas o ódio cega
Daquelas tardes
A vergonha do espelho naquelas marcas
Naquelas marcas
Havia algo de insano naqueles olhos,
Olhos insanos
Os olhos que passavam o dia a me vigiar, a me vigiar oh
A vergonha do espelho naquelas marcas
Naquelas marcas
Havia algo de insano naqueles olhos,
Olhos insanos
Os olhos que passavam o dia a me vigiar, a me vigiar oh
Camila, Camila, Camila
Camila, Camila, Camila
Camila, Camila, Camila
E…
O grupo Nenhum de Nós fez essa
canção como uma crítica social à violência contra a mulher. A letra é de Thedy Côrrea, vocalista da banda. Segundo disse o vocalista
em uma entrevista na revista MTV em 2002:
"A música Camila, Camila
veio de uma história real de uma menina que a gente conhecia na época (1985).
Ela estava passando por uma situação de abuso e violência com o namorado. Acho
importante num país como o Brasil fazer músicas desse tipo. Aqui é mais
confortável fazer letras que estimulem o sexismo ou utilizem violência como
ingrediente. Na real, acho que ninguém fala de abuso porque não vende. A
questão está no que cada um acredita e quer".
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Márcio
José Matos Rodrigues-Professor de História.
Figuras: Google
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