Todos os anos, em setembro, há a Semana
Nacional do Trânsito, de 18 a 25 de setembro e no período desta semana há o Dia
Mundial sem Carro, comemorado no dia 22 de setembro. Também em setembro destaco
outras datas comemorativas importantes, como o Dia da luta da Pessoa com
Deficiência, comemorado dia 21 e o Dia
da Árvore, comemorado também dia 21 de
setembro no Brasil.
Começo falando das datas especiais do dia 21 de
setembro. Primeiramente o Dia da Árvore.
O objetivo deste dia é a reflexão e a
conscientização sobre a preservação das árvores. O dia 21 foi escolhido em
função da primavera que começa dia 23 de setembro no hemisfério sul.
As árvores são essenciais para a vida na
Terra. Elas aumentam a umidade do ar, evitam erosões, produzem oxigênio,
influenciam na redução da temperatura, fornecem sombra e abrigo para espécies
animais e também há as árvores frutíferas. Delas se retira a madeira, a
celulose para fabricação de papel e também há o uso de certas espécies na
indústria farmacêutica.
Com a expansão das cidades pelo mundo, a
exploração exarcebada de madeira, os incêndios florestais e o avanço da
agropecuária tem originado grandes áreas desmatadas. E o desmatamento afeta
muito a vida no planeta, interferindo no clima, provocando assoramento de rios,
desertificação e outros prejuízos ambientais.
Há 10 mil anos 55% do planeta Terra eram cobertos
por florestas. Seriam aproximadamente 70 milhões de quilômetros quadrados,
restando atualmente apenas 20 milhões.Uma pesquisa recente detectou que depois
da Ásia a América Latina é o continente que mais empreendeu destruição em suas
florestas.
Pensemos todos na importância das árvores. O
Dia da Árvore não deve ser só um dia de um momento em que se fala sobre as
árvores e se planta mudas. É necessário haver uma mudança de comportamento,
lutar contra o desmatamento ensadecido,contra as imensas queimadas e educar as
crianças e adolescentes sobre a real importância das árvores para a manutenção
da vida em nosso planeta.
O Dia Mundial sem Carro (22 de setembro) e o Dia da luta da Pessoa com
Deficiência (21 de setembro).
Foi instituído o Dia Nacional
de Luta da Pessoa com Deficiência devido
à iniciativa de movimentos sociais, sendo oficializado pela Lei Nº
11.133, de 14 de julho de 2005. A escolha da data foi para coincidir com o Dia
da Árvore, de modo que se representasse o nascimento das reivindicações de
cidadania e participação em igualdade de condições.
Cândido Pinto de Melo, um dos
fundadores do Movimento das Pessoas com
Deficiência ( MDPD), propôs a data no início da década de 80.
O Censo de 2010 do IBGE
apontou a existência de mais de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de
deficiência.
Considerando a Semana Nacional
do Trânsito, comemorada em setembro, destaco que ainda estão anualmente
morrendo ou se tornando pessoas com sequelas, milhares de pessoas por causa dos
"acidentes" de trânsito.
Considerando o ano de 2013, o Brasil teve mais de
170 mil internações hospitalares decorrentes de acidentes de trânsito. Homens
jovens, de 20 a 39 anos, motociclistas e moradores de cidades do Centro-Oeste e
do Nordeste brasileiro foram os mais atingidos. O custo total ao Sistema Único
de Saúde (SUS), somadas as internações que representaram mais de um milhão de
dias parados (permanência em hospitais), foi de mais de 231 milhões de reais.
Nesse mesmo ano de 2013 foram 21 óbitos no Brasil para cada 100 mil habitantes
(cerca de 42 mil mortos).
Segundo a pesquisadora Silvânia Suely Caribé de
Araújo Andrade, da USP, no ano já citado de 2013 a Suécia apresentou uma taxa
de 3 óbitos para cada 100 mil habitantes.
Em 2009, de acordo com levantamento feito em 2009,
em 178 países, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos cerca de
1,3 milhões de pessoas morrem vítimas da imprudência ao volante. Dos
sobreviventes, cerca de 50 milhões vivem com sequelas.
A metodologia adotada por Silvânia foi desenvolvida
pela professora Maria Helena Prado de Mello Jorge. Segundo essa metodologia, há
dois tipos de sequelas físicas de acidentes. Uma é a sequela certeza, quando há
esmagamento de membros, amputação, traumatismo de nervos ou traumatismo
raquimedular. A outra é a sequela provável: queimaduras e traumatismo crânio
encefálico. Conforme diz Sivânia: “Nas sequelas prováveis, existe a
possibilidade, mas não a certeza, de que o acidente causará incapacidade. É
algo que pode gerar uma demanda para o serviço de saúde e talvez a necessidade
de um reposicionamento da pessoa na sociedade”. Em sua pesquisa, ela mostrou
que no período 2000-2013, foram mais de 1 milhão e 700 mil internações. Um
quarto dos acidentados, aproximadamente, apresentou diagnóstico sugestivo de
sequela física, com maiores proporções entre os motociclistas de 20 a 29 anos
(31,1%) e pedestres (32,5%).
Além dos gastos decorrentes dos
"acidentes" , o que mais assusta são os números de vidas perdidas e
sequeladas ao longo de 20 anos, considerando a vigência do Código de Trânsito
em 1998. Os "acidentes" acontecem por causa de diversos problemas em relação ao sistema de
trânsito (seja de ordem de comportamento do motorista, associados às condições
dos veículos e também em função de defeitos na via).
Os dados do Ministério da Saúde revelaram que
morreram 662.219 pessoas de 1998 a 2015 em decorrência dos "acidentes de
trânsito". Em primeiro lugar os pedestres seguidos dos ocupantes de
automóveis, depois pelos motociclistas, ciclistas, ocupantes de caminhões e,
por fim, de ônibus.
De acordo com estimativas, os sequelados são de
oito a dez pessoas para cada vítima fatal registrada. Esse enorme número de
sequelados causa drama pessoal,completa mudança da rotina da família e também
gigantescos gastos para a Previdência e
para o Sistema de Saúde Pública.
A Semana do Trânsito pode aproveitar o fato de que
o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é comemorado no dia 21/09 e estimular o debate sobre a questão do
trânsito e do transporte, sendo preciso ter mais segurança, evitando
"acidentes" que levem cidadãos a ficar com sequelas e também
discutindo a acessibilidade das pessoas com necessidades especiais.
Dia Mundial sem Carro:
É uma data internacional
que se celebra no dia 22 de setembro. O objetivo é o incentivo a uma reflexão a
respeito do uso excessivo do automóvel. Estimula que as pessoas experimentem,
nesse dia, outras formas alternativas de mobilidade. Várias cidades nesse dia
realizam atividades em prol do meio ambiente e da qualidade de vida. Foi na
França que surgiu pela primeira vez esta data, em 1997 e no ano 2000 outros
países já a adotavam. Na Europa existe o que lá se chama de Semana Europeia da
Mobilidade.
No Brasil, diversas
comunidades apoiam o movimento "Na cidade sem meu carro". A
coordenação é por meio de organizações não governamentais. Houve, por exemplo,
iniciativas dos ciclistas em vários anos.
O Dia Mundial sem Carro serve assim para
as pessoas poderem fazer uma avaliação sobre a questão de como estão sendo usados
os carros e as consequências do uso excessivo dos mesmos e para serem
analisadas alternativas como um uso maior das bicicletas e do transporte
coletivo, discutindo-se o que é preciso para melhorar o sistema de transporte
público, a segurança dos pedestres e dos ciclistas, cobrando um compromisso das
autoridades no sentido de se alcançar as melhorias que forem necessárias.
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Márcio
José Matos Rodrigues-Psicólogo e Professor de História.
Figuras: Google.
Figuras: Google.
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