Belém, capital do Estado
do Pará, cidade na qual nasci e vivo, faz 404 anos neste dia 12 de janeiro de 2020. Em divisão territorial datada de
2001, o município é constituído de 8 distritos: Belém, Bengui, Entrocamento,
Guamá, Icoraci, Mosqueiro, Outeiro e Sacramenta.
Quando os portugueses chegaram, habitavam a região
que englobava Belém, os índios Tupinambás e Pacajás. Era uma época em que outros
povos europeus disputavam terras brasileiras com os portugueses, que faziam
parte da União Ibérica entre Portugal e Espanha.
O capitão Castelo Branco, antigo Capitão-Mor do Rio
Grande do Norte, que tinha partido de São Luis, fundou, em janeiro de 1616, um
pequeno forte de madeira ao qual chamou de Forte do Presépio (hoje chamado de
Forte do Castelo). Era feito em forma de um quadrilátero feito de taipa de
pilão e guarnecido de cestões. Ao redor do forte começou a formar-se o povoado,
que recebeu então a denominação de Feliz Lusitânia.
O forte foi construído em
um terreno, que, por sua elevação diante de uma área de vegetação de mangue,
demonstrava ser adequada para uma base para defender a entrada da Amazônia. Posteriormente, de Feliz Lusitânia, a cidade
passou a ser chamada de Nossa Senhora de
Belém do Grão Pará.
As primeiras ruas foram abertas em 1650,
paralelas ao rio e com caminhos transversais que ligavam ao interior. No lado
norte os colonos construíram casas de taipa, iniciando o bairro que em Belém é
conhecido como Cidade Velha. Em 1676 a população da cidade foi aumentada com a
chegada de 50 famílias dos Açores. Foram erguidas nessa época duas
fortificações, a Fortaleza da Barra e do Forte de São Pedro Nolasco.
Os portugueses pretendiam, ao construir Belém,
defender o território, iniciar a
ocupação da Amazônia e explorar recursos naturais da região. Enfrentaram
em sua expansão a resistência dos indígenas que defendiam seus territórios e a
de outros povos europeus como ingleses e holandeses, que também tinham
interesses expansionistas na região.
No século XVIII a cidade já avançava cada vez mais
em direção à mata, aumentando de tamanho e se constituindo como centro de
penetração do interior e de conquista do Amazonas. Um destaque dessa época são
as construções de grande porte nas quais trabalhou como arquiteto o italiano
Antônio Landi.
No século XIX, após o período colonial, com a
abertura de rios como o Amazonas, o Tocantins e o Tapajós para a navegação dos
navios mercantes de várias nações, a capital paraense se desenvolveu ainda
mais.
No período de 1835-1840, houve no Pará um grande
movimento popular chamado de Cabanagem. Nos anos de 1835 e 1836, Belém foi
palco de batalhas entre cabanos e tropas do governo regencial, havendo muitas
mortes e destruição.
Na segunda metade do século XIX e início do século
XX houve na Amazônia a Economia da Borracha. Nesses tempos, foram construídas
em Belém diversas edificações e abertas novas vias, tomando como exemplos
cidades europeias, em especial Paris. Apesar de haver um desenvolvimento
econômico, foi também uma época de contrastes, havendo de um lado uma elite
identificada com valores culturais europeus e de outro lado uma grande parcela
da população atingida por problemas sociais. Nesses anos, a dita "Belle
Epoque " amazônica, muitos nordestinos tinham migrado para a Amazônia para
trabalhar principalmente nos seringais. Além dos nordestinos, vieram para o
Pará nos tempos da exploração da borracha imigrantes de países como o Líbano.
Um fator na época que foi importante para Belém e localidades próximas foi a
construção da ferrovia Belém-Bragança, uma ferrovia que incentivou o
desenvolvimento agrícola e a chegada de imigrantes.
Com o fim do Ciclo da Borracha, por volta de 1913/1914,
as grandes cidades amazônicas tiveram um declínio econômico e as dificuldades
foram se acentuando.
No início dos 60, Belém passou a ser integrada por
meio de rodovia a outras partes mais distantes do país, depois da construção da
rodovia Belém-Brasília. Nos anos 60 e 70, fatores como o desenvolvimento
agrícola em regiões do Pará e o extrativismo mineral passaram a ter cada vez
mais influência no Estado e Belém, como capital estadual, de certa forma foi
atingida por esses fatores.
Hoje em dia Belém, que tem tantos atrativos como sua ótima culinária, seus belos pontos turísticos e a boa receptividade de seus habitantes em relação aos de fora, possui problemas comuns a outras capitais brasileiras tais como violência urbana, conflitos no trânsito, problemas de habitação, transporte público e de saneamento (em especial).
Faz-se necessário que as autoridades do município e
do governo estadual se empenhem cada vez mais na solução de problemas e
dificuldades que atingem a cidade de Belém, assim como o governo federal dê
mais apoio para a realização de obras necessárias, como também a população de
Belém se conscientize mais de seus deveres na conservação da cidade e na cobrança
em relação aos seus direitos, havendo assim cidadãos mais educados, críticos e
participativos politicamente.
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História
Figuras:
https://www.google.com/search?q=imagem+de+Bel%C3%A9m+do+Par%C3%A1&client=firefox-b-d&sxsrf=ACYBGNRnnHiCLkVxzeskQ45V2N1ff5Jz8A:1578874781478&tbm
https://www.google.com/search?q=imagem+de+Bel%C3%A9m+do+Par%C3%A1&client=firefox-b-d&sxsrf
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