domingo, 19 de janeiro de 2020

Artigo sobre um famoso aniversariante de janeiro: O filósofo Francis Bacon











Francis Bacon foi um filósofo, cientista, ensaísta e participante da política inglesa (em 1584 foi eleito para a Câmara dos Comuns), considerado como o fundador da ciência moderna. Teve os títulos de Primeiro Visconde de Alban e Barão de Verulam. Foi embaixador inglês na França.


Seu pai era Nicholas Bacon, que tinha sido guardião do sinete no reinado de Elisabeth e sua mãe Ann Cooke Bacon, uma linguista e teóloga, que conhecia cinco línguas. Ele nasceu em Londres, em 22 de janeiro de 1561 em uma família de nobres. Estudou Direito na Universidade de Cambridge.

 
No reinado de Jaime I foi procurador-geral (1607), fiscal-geral (1613), guarda do selo (1617) e grande chanceler (1618). Em 1621, tendo sido acusado de corrupção, foi condenado a pagar uma alta multa e foi proibido de exercer cargos públicos. Mas depois foi perdoado pelo rei.


Sua principal obra filosófica é o Novum Organum. Foi um dos fundadores do método indutivo de investigação científica, baseado no Empirismo e foi um dos principais líderes da ordem Rosacruz na Inglaterra, tendo ocupado o posto mais elevado. Ele desejava uma reforma completa do conhecimento. É considerado o "Pai do Método Experimental". O conhecimento científico, para Bacon, tem que servir o homem e dar-lhe poder sobre a natureza. Criticava a ciência antiga, de base aristotélica.


Para Bacon, a ciência deve restabelecer o império do homem sobre as coisas. A filosofia verdadeira para ele tem que ser algo prático. O alcance da mentalidade científica será alcançada pela eliminação de uma série de preconceitos que Bacon chamava de ídolos. O saber é um meio forte e seguro de ser conseguir o poder sobre a natureza. Classificou as ciências em 3 grupos: Poesia ou ciência da imaginação; História ou ciência da memória; Filosofia ou ciência da razão.


Na sua obra Novum Organum, Bacon se deteve de início na análise de falsas noções (ídolos). Os ídolos foram classificados em: 


1- Ídolos da Tribo (são assim chamados por fazer parte da natureza humana, à própria tribo ou da espécie humana: são revelados pela facilidade de generalizar com base nos casos favoráveis e omitindo-se os desfavoráveis, assim todas as percepções dos sentidos e da mente são tomados como verdades) ;


2- Ídolos da Caverna (cada pessoa possui a sua caverna que irá interpretar e distorcer a luz particular, desta forma cada indivíduo tem sua crença, sua verdade particular, tida como única, com a fixação em preconceitos e singularidades); 


3-Ídolos de Mercado (alojados no intelecto devido a um pacto de palavras e nomes, as palavras tem certo grau de distorção e erro umas possuem, sendo que há aquelas com maior distorção e erro que outras); 


4- Ídolos do Teatro (suas causas estão relacionadas aos sistemas filosóficos e em regras falseadas de demonstrações, sendo que falsos conceitos, são as ideologias, que são produzidas por desenvolvimentos filosóficos, teológicos, políticos e científicos, todos ilusórios)


Para Bacon o método indutivo é a verdadeira interpretação da natureza. Para ele o método indutivo é inerente ao método empírico, para que haja a interpretação da natureza. A filosofia anterior, para ele se afastava da verdadeira ciência por ficar presa ao método dedutivo e ao silogismo. Ele ressaltava  o dever do observador de estar  ligado aos dados empíricos, os quais tem que ser diversificados e amplos. O método científico para ele deve ser rígido para que o cientista não se desvie do seu caminho. Criticava a Física de Aristóteles, os alquimistas e a magia. 


Bacon defendia que deveriam ser eliminadas causas que não se relacionam ao efeito ou com o fenômeno analisado. Afirmava que pelo registro da presença e variações seria possível chegar à verdadeira causa de um fenômeno. Para ele a experiência deve ser escriturada, ou seja, uma observação metódica e passível de verificações empíricas. 


A metodologia de Bacon se dividia em quatro etapas:

  • Coleta de informações a partir da observação rigorosa da natureza;
  • Reunião, organização sistemática e racional dos dados recolhidos;
  • Formulação de hipóteses segundo a análise dos dados recolhidos;
  • Comprovação das hipóteses a partir de experimentações. 

As principais obras filosóficas de Bacon foram Instauratio magna  e Novum organum.

Bacon escreveu sobre aspectos jurídicos, tendo escrito Elementos das leis comuns da Inglaterra, Casos de traição, Douta leitura do código de costumes por Sir Francis Bacon. Escreveu também obras literárias: Ensaios (1597, 1612 e 1625), Estandartes do bem e do mal; Da sabedoria dos antigos; História de Henrique VII.


Bacon morreu de bronquite em 9 de abril de 1626. No inverno desse ano ele estava fazendo experiências para saber sobre a conservação da carne no frio. O rigor do inverno prejudicou a saúde do filósofo. Em 1627 foi publicada a obra dele Nova Atlântida, na qual é descrita a cidade ideal dos sábios. 


Frases de Bacon:
 
Triste não é mudar de ideia. Triste é não ter ideias para mudar.” 

Não se aprende bem a não ser pela experiência.”

O conhecimento é em si mesmo um poder.”
  
O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las.” 

 As pessoas preferem acreditar naquilo que elas preferem que se seja verdade.” 

Não há equívoco maior do que confundir homens inteligentes com sábios.”

 
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História




Figura: https://www.google.com/search?q=imagem+de+francis+bacon&client








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