domingo, 24 de maio de 2020

Maio Amarelo e Pandemia









A Assembleia-Geral das Nações Unidas  (ONU) editou, em março de 2010, uma resolução definindo o período de 2011 a 2020 como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito.  E assim, no Brasil, o Observatório Nacional de Segurança Viária, seguindo esta orientação da ONU, criou o Movimento Maio Amarelo para que as pessoas fiquem mais atentas sobre os altos índices de mortos e feridos no trânsito e se busque a promoção de atividades para uma conscientização sobre os papeis dos participantes no trânsito, avaliando-se riscos e comportamentos, proporcionando uma segurança maior. Os estados e municípios brasileiros passaram a realizar ações voltadas para estes objetivos. E a cor amarela foi escolhida porque representa a atenção e sinalização de advertência no trânsito. 

Devido à pandemia, no Brasil a realização de ações presenciais foi transferida para setembro. Mas a Coordenação Geral de Educação para o Trânsito do Departamento Nacional (CGET/DENATRAN/SNTT), juntamente com o OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, optaram pela realização de um trabalho de conscientização sobre o Maio Amarelo utilizando-se campanhas digitais na Internet. 


O tema escolhido para este ano foi PERCEBA O RISCO: PROTEJA A VIDA.  Se formos observar atentamente o tema, que provavelmente será trabalhado presencialmente na Semana de Trânsito, em setembro, veremos que  tem a ver tanto com o trânsito como quanto à situação atual em relação à pandemia. Tanto em relação à prevenção quanto ao novo corona vírus, como no trânsito, é preciso perceber os riscos e proteger vidas. É necessário ter esta responsabilidade, esta consciência cidadã. Pois da mesma forma como trânsito, na questão da pandemia que atinge muitos países, incluindo o Brasil, não se deve ser egoísta e tem que se ver o bem comum. Assim como o motorista tem que utilizar meios de proteção, como uma boa manutenção do veículo e ter comportamentos seguros no trânsito, também, nesta pandemia,  todo o cidadão deve seguir normas de segurança, como usar máscaras e lavar bem as mãos, respeitando o devido distanciamento estipulado até que seja restabelecida a normalidade.  



Que o Brasil possa então superar o quanto antes esta crise que envolve aspectos de saúde, sociais e econômicos. Que em setembro seja possível a realização de atividades educativas na Semana do Trânsito com a presença do público em escolas, seminários e palestras. E se ainda não for possível uma concentração maior de pessoas, então que pela Internet e pela televisão se continuem os debates, as campanhas sobre a segurança no trânsito. Que a vida das pessoas seja valorizada e que todos nós brasileiros sejamos cada vez mais conscientes de que precisamos juntos construir uma sociedade mais solidária, mais humanista e mais educada. 

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Márcio José Matos Rodrigues-Psicólogo e Professor de História

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sexta-feira, 22 de maio de 2020

Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes











Arthur Ignatius Conan Doyle, foi um escritor, poeta e médico, nascido em Edimburgo, Escócia, em 22 de maio de 1859. Ficou famoso mundialmente por ter sido o autor de 60 histórias sobre o detetive Sherlock Holmes. Suas obras incluem histórias de ficcção científicas, peças, romances e novelas históricas. 


Seu pai foi Charles Altamont Doyle, um inglês com antepassados irlandeses e Mary Foley, uma irlandesa. A família era católica e foi a mãe de Conan que lhe ensinou a ler.


Aos nove anos Conan foi enviado para estudar em um colégio jesuíta em uma localidade de Lancashire. Depois foi para o Colégio Stonyhurs. Quando concluiu o ensino colegial afastou-se do cristianismo, tornando-se agnóstico. Nessa época foi influenciado por escritores agnósticos. Suas obras literárias tiveram influências de escritores como Walter Scott e Edgar Allan Poe.


Na Universidade de Edimburgo estudou medicina, no período de 1876 a 1881. E enquanto estudava passou a escrever pequenas histórias. Trabalhou como médico, mesmo antes de se formar, em uma baleeira, ficando sete meses no Oceano Ártico. 


Ao se formar, em 1881, foi servir como médico no navio "Mayumba. No ano seguinte, já tinha perdido o entusiasmo nesse trabalho no navio, tendo escrito para sua mãe que o salário era baixo  e o clima era muito rigoroso. 


Em 1882 começou a trabalhar como médico na cidade de Plymouth, primeiramente como um amigo e depois sozinho. Depois foi para  Portsmouth. Ele voltou a escrever suas histórias. A primeira obra de destaque dele foi Um estudo em Vermelho, publicada em 1887. Foi a primeira vez que apareceu o personagem Sherlock Holmes. Para criar o personagem Conan inspirou-se na lembrança que tinha de um ex- professor, que tinha marcado a experiência de Conan por seu jeito de agir, fazendo referências à dedução, interferência e observação.

Outras histórias com Holmes foram publicadas na revista Strand Magazine. Além da influência de seu antigo professor na formação do personagem, outras influências ocorreram possivelmente, como o personagem Auguste Dupin, de Edgar Alan Poe.


Quando esteve em Southsea jogou futebol em time amador. Destacou-se como jogador de críquete e às vezes jogava boliche. Foi um grande golfista.


Em 1885 casou com Louise Hawkins, que morreu de tuberculose em 1906. Ele então se casou novamente em 1907, com Jean Elizabeth Leckie. Ele teve dois filhos com sua primeira esposa e três com a segunda. 


Em fins de 1891 resolveu "matar" Holmes, mas devido à reprovação do público, o personagem ainda apareceu em outras histórias.


Conan Doyle apoiou o envolvimento da Inglaterra na África do Sul contra os bôeres e escreveu um pequeno panfleto defendendo a campanha do Reino Unido naquela região. Ele foi cirurgião na linha de frente dessa guerra, tendo se empenhado em socorrer soldados feridos. Em 1900 ele escreveu o livro A Grande Guerra Bôer  e em 1902 ele foi condecorado com o título de cavaleiro. Tentou ser eleito para o Parlamento do Reino Unido, mas não recebeu votos suficientes. 


Em 1909 escreveu o panfleto O Crime do Congo, denunciando as atrocidades cometidas por europeus naquele país. Em 1912 escreveu O Mundo Perdido.  


Teve contatos com ideias espiritualistas a partir de 1887. Após a morte de sua primeira esposa, de um filho , de um irmão, de seus dois cunhados e de seus dois netos, entrou em estado de depressão. Passou a se envolver então ainda mais com o Espiritualismo, tornando-se seu defensor e divulgador. Escreveu na época a obra A Nova Revelação, procurando explicar as manifestações paranormais e A Chegada das Fadas, em 1921, para explicar a existência de fadas e outras entidades espirituais. Em 1926 escreveu "A História do Espiritualismo", sobre a história do movimento espiritualista da Inglaterra. 


Foi convidado a receber o título de Par do Reino Britânico, mas ele teria de desistir de suas crenças no Espiritualismo, com o que ele não concordou. Foi Presidente da Aliança Espírita de Londres e do do Colégio Britânico de Ciência Espírita. 


Conan Doyle também escreveu diversas narrativas breves de horror sobrenatural e  psicológico como os contos O Caso de Lady Sannox (1893) e A Nova Catacumba(1898).


Em 7 de julho de 1930, Conan Doyle morreu em Crowborough, East Sussex, na Inglaterra, de um ataque cardíaco.


Principais obras de Arthur Conan Doyle
  • Um Estudo em Vermelho (1887)
  • O Signo dos Quatro (1890)
  • Um Escândalo na Boêmia (1891)
  • O Mistério do Vale Boscombe (1891)
  • As Aventuras de Sherlock Holmes (1892)
  • Ritual Musgrave (1893)
  • O Problema Final (1893)
  • O Arquivo Secreto de Sherlock Holmes (1902)
  • O Cão de Baskervilles (1902)
  • A Volta de Sherlock Holmes (1905)
  • O Mundo Perdido (1912)
  • O Detetive Moribundo (1913)
  • O Vale do Terror (1915)
  • A Vampira de Sussex (1924)
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Frases de Conan Doyle:


"Por muito tempo tem sido um dos meus axiomas que as pequenas coisas são infinitamente mais importantes."

"Há uma luz nos olhos das mulheres que fala mais alto que as palavras."

          "O mundo está cheio de coisas óbvias, que ninguém, em momento algum observa."

           "É um erro terrível teorizar antes de termos informação."

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   Márcio José Matos Rodrigues



Figura:
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sábado, 16 de maio de 2020

O Marechal Rondon








O Marechal Rondon



Cândido Mariano da Silva (depois foi acrescentado Rondon) foi um marechal do exército brasileiro. Ele comandou um corpo de engenheiros militares, foi sertanista e o primeiro diretor do Serviço de Proteção ao Índio (órgão substituído depois pela FUNAI). Nasceu em 5 de maio de 1865, em Mimoso, distrito de Santo Antônio de Leverger, Mato Grosso. Era descendente pelo lado do pai, Cândido Mariano da Silva, de portugueses, espanhois e índios Guaná. A mãe de Rondon, Claudina Freitas Evangelista, descendia de indígenas Terena e Bororo.


O pai de Rondon morreu em 1864, antes de seu filho nascer e a mãe em 1867, quando ele tinha dois anos de idade. O avô paterno do menino,  José Mariano da Silva, o criou.  Quando o avô morreu, um tio, Manuel Rodrigues da Silva Rondon,que era capitão da Guarda Nacional, passou a criá-lo. Para homenagear seu tio, o futuro marechal acrescentou anos depois o sobrenome Rondon.


Aos 16 anos, Cândido Rondon entrou para o Exército, tendo iniciado sua participação no 3º Regimento de Artilharia a Cavalo em 1881. Nesse ano tornou-se professor. Obteve na Escola Militar, no Rio de Janeiro, o bacharelado em Ciências Físicas e Naturais e em 1888 tornou-se segundo tenente. Foi transferido para a Escola Superior de Guerra, criado no Segundo Império.


O jovem Rondon abraçou ideias republicanas e abolicionistas. Junto com outros republicanos, como Benjamim Constant, participou da organização do golpe que derrubou Dom Pedro II.


Rondon foi nomeado em 1890 nomeado ajudante da Comissão de Construção das Linhas Telegráficas de Cuiabá a Registro do Araguaia. O governo republicano voltava nesse momento sua atenção para o oeste do Brasil, mais isolado e com fronteiras com outros países da América do Sul. E em 1895 a primeira linha telegráfica do Mato Grosso estava concluída. Rondon ficou responsável pela construção da estrada que ligava o Rio de Janeiro (capital nacional) a Cuiabá (capital do Mato Grosso). Antes disso o transporte era feito por rios, ligando as cidades. Por volta de 1891-1892, Rondon tinha pedido exoneração de seu cargo de professor e passou a ser chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso. Rondon se casou com Francisca Xavier. O casal teve sete filhos.


No período de 1900 a 1906 Rondon foi incumbido de instalar a linha telegráfica do Brasil para a Bolívia e o Peru. Entrou em contato com os indígenas Bororos. Completou a linha telegráfica com a ajuda deles. Rondon em sua vida descobriu e nomeou vários rios, montanhas e lagos, tendo implantado mais de 5.000 quilômetros de linhas telegráficas.  O presidente brasileiro Afonso Pena, em 1906, o mandou fazer uma ligação entre o novo território do Acre à cidade de Cuiabá.


Posteriormente, Rondon ficou responsável em estender a linha telegráfica de Mato grosso para a Amazônia. Nessa época descobriu o Rio Juruena e os índios Nambiquara, que viviam isolados. Ele também descobriu as ruínas do forte português Real Forte Príncipe da Beira. Foi então promovido a major do Corpo de Engenheiros Militares, que construiu a linha telegráfica de Cuiabá até Santo Antônio da Madeira, na Amazônia. Nesses tempos estava sendo construída a Ferrovia Madeira-Mamoré. Essa ferrovia e mais as linhas telegráficas de Rondon contribuíram para ocupar a região onde hoje se encontra o atual estado de Rondônia.


Em maio de 1909 Rondon partiu do Município de Tangará da Serra até o Rio Madeira. Os alimentos da expedição acabaram em agosto e teve de recorrer à caça e coleta na floresta. Essa expedição descobriu o rio que Rondon chamou de Rio da Dúvida. Quando chegou ao Rio de Janeiro em 1910 Rondon foi considerado um heroi e se tornou posteriormente o primeiro diretor do Serviço de Proteção ao Índio (SPI).


Em 1913 foi atingido por uma flecha dos índios Nhambiquara, mas conseguiu salvar-se e ordenou aos que o acompanhavam para não reagirem. Ele tinha objetivo de ficar em paz com os índios. Seu lema era: "Morrer, se preciso for. Matar, nunca". A Comissão Rondon em 1914 construiu 372 km de linhas e cinco estações telegráficas. Sua missão foi concluída em janeiro de 1915 com a construção da estação telegráfica de Santo Antônio do Madeira.


Rondon foi homenageado, tendo um meridiano com seu nome. E no início de 1914 esteve na Expedição Científica Rondon-Roosevelt, com a presença do ex-presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt, para explorar o rio da Dúvida. A expedição passou por maus momentos. O Rio da Dúvida foi renomeado como Rio Roosevelt. Todos os participantes da expedição sofreram de doenças várias, menos Rondon. Depois dessa expedição Rondon até 1919 mapeou o estado do Mato Grosso, tendo descoberto rios e feito contato com tribos índigenas. Nesse ano ele já era general de brigada e foi nomeado diretor de Engenharia do Exército. Foi também chefe da corporação brasileira de engenheiros e de chefe da Comissão Telegráfica.

Durante a revolta tenentista de 1924 em São Paulo, Rondon liderou tropas do exército contra os revoltosos paulistas. De 1927 a 1930, por ordens superiores, teve de examinar todas as fronteiras entre o Brasil e países vizinhos.


Em 1930 Rondon renunciou ao cargo de chefe do SPI. De 1934 a 1938, liderou uma missão diplomática, para mediar uma questão sobre a cidade de Letícia, disputada entre Colômbia e Peru. Em 1939 foi nomeado de novo como diretor do SPI, ampliando sua atuação. Foi o primeiro presidente do Conselho Nacional de Proteção aos Índios. Recebeu do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o título de “Civilizador dos sertões". 


Mesmo antes da criação do SPI, Rondon trabalhava em favor da demarcação de terras indígenas. Sua atuação foi muito importante para o entendimento a respeito da posse e uso coletivo das terras indígenas.No final dos anos 40, ele foi contra um acordo entre o SPI e o governo do Paraná para fracionar as terras indígenas em terras familiares. Rondon dizia que “as terras dos indígenas não correspondem a posses individuais, mas à propriedade tribal”.


Na década de 1950 apoiou os irmãos Villas Boas, que tinham como grandes opositores os fazendeiros do Mato Grosso, para que fosse criado o Parque Nacional do Xingu, enfim criado em 1961. 


Com 90 anos de idade, recebeu a patente de marechal. Foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 1957. Faleceu aos 92 anos de idade em 19 de janeiro de 1958, na cidade do Rio de janeiro. 


Rondon é considerado o o "Pai das Telecomunicações Brasileiras". O dia de seu aniversário é o Dia Nacional das Telecomunicações. Seu nome é escrito com letras de ouro no Livro da Sociedade Geográfica de Nova Iorque. Foi homenageado em 1963 como "Patrono da Arma de Comunicações do Exército Brasileiro".  Em 17 de fevereiro de 1956 o Território Federal do Guaporé recebeu o nome de Território Federal de Rondônia (Estado de Rondônia a partir de dezembro de 1981). 


Em 1967 foi criado um projeto chamado de projeto Rondon envolvendo universitários para que participassem do processo de desenvolvimento levado adiante pelo governo da época. No projeto, estudantes voluntários deveriam prestar assistência a populações carentes das regiões mais distantes do país, contando com apoio de estruturas das Forças Armadas do Brasil.


Em 2015, o nome de Rondon foi inscrito no Livro de Herois da Pátria, que fica no Panteão da Pátria, em Brasília.

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História



Figura: https://www.google.com/search?sxsrf=ALeKk01KduiTpzMpzEQMQtrD7g276MNolg:1589648949430&source=univ&tbm=isch&q=figura+de+rondon&client