Em 15 de
julho de 1606 nasceu em Leida, na República Unida dos Países Baixos (atualmente
Países Baixos), o pintor e gravador holandês Rembrandt Harmenszoon van Rijn,
considerado um dos grandes artistas da história da arte europeia e o de maior
destaque da historia holandesa. Pertencia ao movimento estético barroco. Muitos
historiadores denominaram o período em que Rembrandt deu suas contribuições à
arte como o “Século de Ouro dos Paises Baixos”, que foi uma época na qual houve
o auge da influência
política, da ciência, do comércio e da cultura holandesa (em especial a
pintura). Ele ensinou a maioria dos mais importantes pintores holandeses. O
brilho de sua criatividade pode ser vista principalmente em retratos de pessoas
da sua época, em autorretratos e ilustrações de cenas da Bíblia. Como tinha
empatia pela condição humana, foi chamado de "um dos grandes profetas da
civilização”.
Rembrandt abriu um estúdio de pintura por volta de 1624 em
Leida, após ter passado seis meses de aprendizado com o famoso pintor Lastman.
Nesse estúdio trabalhava também o pintor e amigo Jan Lievens. A partir de 1627
entraram alunos no estúdio, como o pintor Gerrit Dou.
O estadista Constantin Huygens, pai do matemático e físico
Christian Huygens, deu apoio para Rembrandt, conseguindo para ele encomendas
importantes para a elite de Haia. Tendo
se mudado para Amsterdã, que estava se desenvolvendo como novo centro
comercial, no final de 1631, Rembrandt iniciou suas práticas como retratista
profissional, tendo notável sucesso. Primeiro ele estabeleceu ligações com o
marchand Hendrick van Uylenburg. E em 1634 ele e sua sobrinha, Saskia van
Uylenburg ( filha de um advogado e prefeito da cidade de Leeuwarden),
casaram-se. Nesse ano o pintor tornou-se
cidadão de Amsterdã e passou a ser um dos componentes da guilda local de
pintores. Ferdinand Bol e Govert Flinck foram seus alunos, entre outros.
Quando se casou Rembrandt tinha 28 anos e Saskia tinha 21,
sendo órfã. Seu dote de casamento era valioso. De início
o casal morou com um primo de Rembrandt e em 1639 se mudou para um casarão em
Amsterdã. O pintor tinha já uma considerável renda, mas também muitas despesas
e a situação financeira foi ficando difícil para ele, ainda mais com maus investimentos
. Na época ele recorreu a vizinhos judeus para pintar cenas do Velho
Testamento. Na mansão de Rembrandt, ele e sua esposa realizavam reuniões sociais
e sua casa tornou-se um museu de pinturas, gravuras, móveis de estilo,
porcelanas finas, antiguidades e objetos raros.
Rembrandt e Saskia perderam um filho em 1635 com dois meses
de idade, uma filha em 1638 após o parto e mais outra filha em 1640 com um mês
de idade. Em 1641 nasceu o filho Titus, que viveu até a maioridade. Saskia
morreu em 1642, talvez de tuberculose. Rembrandt fez desenhos dela em seu leito
de morte. A enfermeira da esposa de Rembrandt, Geertje Dircx, tornou-se amante
do pintor. Ela foi internada em um asilo de indigentes por doze anos porque
Rembrandt descobriu que ela havia penhorado joias de Saskia.
Rembrandt começou novo relacionamento no final da década de
1640, com Hendrikje Stoffels, uma empregada e com ela teve a filha Cornelia.
Tendo custos além dos seus rendimentos, ele teve que fazer um acordo em 1656
nos tribunais para evitar sua falência, tendo de vender a maioria de seus
quadros e a sua coleção de antiguidades. Mas as vendas não foram suficientes e
ele teve em 1660 que vender sua casa, sua máquina impressora e foi para uma
morada mais simples.
Em 1661 Rembrandt foi contratado para terminar os trabalhos
do recém-construído paço municipal. Mas a obra chamada de A Conspiração de
Claudius Civilis não foi aceita e
foi devolvida ao autor. Só ficou preservada uma pequena parte dessa obra. Ele
continuou a pintar retratos e outras obras sob encomenda. Em 1667 recebeu a
visita do italiano Cosme III da Toscana que estava passando por Amsterdã. O filho
Titus morreu em 1668, antes do pintor, que veio a falecer em 4 de outubro de
1669 em Amsterdã.
Em relação às obras, houve duas
fases, na primeira havia a influência do pintor Pieter Lastman, que tinha
estudado com Caravaggio em Roma. Nessa técnica há um forte contraste com a iluminação da tela, dando significativa dramaticidade
às pinturas, com temática bíblica ou mitológica. Também nota-se uma
movimentação dos personagens das pinturas cheia de expressões intensas,
contribuindo para a dramaticidade do cenário. Havia muitos detalhes nas
pinturas como vestimentas e joias. Na segunda fase, a partir de 1640, há muito
uso da monocromia em tons dourados, revelando uma influência de Caravaggio que
utilizou bastante a técnica chiaroscuro
onde havia a justaposição intensa entre luzes e sombras, com um efeito visual
de grande destaque. Em vez de movimentos repentinos e fortes há um clima mais
leve, estando os personagens mais introspectivos e pensativos. A luz nessa fase
passa a fazer parte do aspecto espiritual da pintura. Há uma profundidade nos
quadros do autor, sensibilizando muito quem observa. Há uma proximidade da
técnica do grande pintor Ticiano. O uso de camadas de tinta, com vernizes entre
as camadas de tinta mais espessas permitia uma ilusão de ótica.
Os temas básicos de Rembrandt em suas pinturas eram as pinturas sacras, os autorretratos e os retratos de grupos. As sacras foram feitas durante o tempo dele como pintor como o "O retorno do filho pródigo" e “Jacó abençoa os filhos de José”( em algumas pinturas bíblicas Rembrandt colocou-se nas pinturas como um personagem na multidão). Em relação aos autorretratos, foram pintados mais de 100 durante 40 anos. Neles o autor fazia uma leitura psicológica e ele era fiel ao rosto que estava no espelho, mostrando diversos momentos, sejam de alegria ou desespero diante de sérias dificuldades. Quanto aos retratos em grupo, foram quatro, sendo dois muito famosos: A Aula de Anatomia do Dr. Tulp e A Ronda Noturna.
Além das pinturas, Rembrandt foi um gravador muito bom.
Produziu suas gravuras de 1626 a 1660, ano em que teve de vender sua
impressora. Ele tinha alta consideração pelas gravuras. Para ele eram uma outra
forma de se expressar, muito diferente da pintura.
Segundo a autora Dilva Frazão:
“Em 1631, após a morte de seu pai,
resolve instalar-se em Amsterdam. Um ano depois já era um pintor famoso, um dos
mais caros e procurados da cidade. Retrata os ricos e bem sucedidos burgueses,
pois era moda enfeitar as paredes com o próprio retrato. Em 1632, pinta um dos
seus quadros mais famosos: A Lição de Anatomia do Doutor Tulp.
Ele foi um dos maiores pintores da
Holanda no século XVII. Podemos acompanhar sua trajetória pessoal e
profissional por meio dos seus inúmeros autorretratos que vão desde a juventude
até a velhice, retratando-se com total sinceridade.”
Nascido em 15 de julho de 1606 Rembrandt
Harmenszoon van Rijn, filho de um moleiro, viveu na cidade
universitária de Leiden, uma das cidades de maior importância da Holanda
naquele período. Rembrandt até chegou a matricular-se na universidade desta
cidade, mas logo largou os estudos para dedicar-se a carreira de pintor. No
início da sua carreira como pintor, utilizou como modelo para suas obras,
moradores de rua, velhos de asilos e familiares próximos.
Aos vinte e cinco anos, ele trocou sua
cidade natal por Amsterdã expandindo sua carreira de forma meteórica. Em
seguida, Rembrandt casou-se com Saskia, uma jovem de família abastada, o que
lhe proporcionou colecionar obras de arte. Aos trinta anos, o artista já tinha
uma carreira consolidada como retratista, recebendo um grande número de
encomendas. No entanto, em 1642 após a morte da sua primeira esposa que lhe
deixou uma fortuna considerável, ele se endividou e anos mais tarde sua casa e
sua coleção de arte foram leiloados.
Após a morte do filho Tito e da segunda
esposa e já no fim da vida, Rembrandt passou a viver em extrema pobreza. Seus
únicos pertences eram algumas roupas velhas e alguns materiais de pintura. Um
dos seus últimos quadros retratou sua condição de pobreza (...)”
E ainda a mesma autora:
“As pinturas de Rembrandt são
caracterizadas pelo jogo de luz que trabalhava com as cores, ao representar
rostos e trajes esplendorosos. Sua paleta de cor se caracterizada por tons de
marrons bastante fechados, usando cores brilhantes com pouca frequência. No
entanto, os tons fechados entram em contraste com os poucos tons mais
brilhantes, conferindo uma luz quase ofuscante que iluminava os rostos dos
modelos retratados, dando dramaticidade a cena.
Rembrandt foi autor de mais de 300
obras entre pinturas, gravuras e desenhos. Além de inúmeros autorretratos, seus
trabalhos mais conhecidos são: Aula de anatomia do Dr. Tulp ; Os síndicos do
grêmio de tecidos de Amsterdã ; Festa de Belsazar ; A descida da cruz; Filosofo
em meditação ; São Mateus e o anjo ; Titus vestido de monje ; São Paulo; A
tempestade do mar da Galileia; entre outros.”
Segunda a professora licenciada em
Letras Daniela Diana:
“(...) Rembrandt foi dono de uma vasta
obra que reúne mais de 300 pinturas, desenhos e gravuras. Cerca de 100 delas
são autorretratos.
Com riqueza de detalhes, grande
expressividade e forte dramaticidade, o estilo singular de Rembrandt foi bem
aceito durante sua época.
Com intenso realismo e uma técnica
refinada, ele retratou cenas religiosas, cotidianas, e ainda, temas mitológicos
e algumas paisagens.
Parte de seu trabalho é notório o uso
de cores frias, enquanto em outros, Rembrandt optou por usar cores fortes e
vibrantes. Além disso, uma de suas técnicas de pintura estava no intenso jogo
de luz e sombras característico do estilo barroco.
Interessante notar que ele utilizava
muita tinta em suas obras, criando assim, um efeito de relevo. Nas gravuras,
ele utilizou a técnica de água-forte, que consiste na aplicação de ácido
nítrico diluído em água sobre numa chapa metálica (...)”.
Algumas obras:
Aula de anatomia do Dr Tulp
_______________________________________
Márcio José Matos Rodrigues-Professor
de História
Figuras:
https://www.google.com/search?q=imagens+das+obras+de+rembrandt&sxsrf=ALeKk018Q614jjI-FzLtkIzF0JvlYiv77w:1626184968942&tbm=isch&source
Nenhum comentário:
Postar um comentário