Em 10 de junho de 1801 nascia em Dunquerque, na França, Emile Louis Mallet, que veio a ser anos depois o Marechal Emílio Mallet, Barão de Itapevi. É o patrono da Artilharia do Brasil. Na data de seu nascimento é comemorado o Dia da Artilharia.
Mallet tinha 17 anos quando veio para o Brasil e foi
morar na cidade do Rio de Janeiro. Sua família era ligada à nobreza francesa. O
imperador Dom Pedro I o convidou para entrar na carreira militar. Assim, Mallet
foi se matricular na Academia Real Militar do Império,
iniciando como primeiro cadete em 13 de novembro de 1822. Posteriormente
escolheu se formar pelo curso de Artilharia. Já como segundo tenente, ele
comandou uma bateria de Artilharia a Cavalo durante a Campanha da Cisplatina,
no período de 1825 a 1828. Pela bravura na batalha de Passo do Rosário, ele
recebeu a promoção à capitão. Depois do fim dessa guerra, ele casou-se com Joaquina
Castorina de Medeiros, filha de um rico fazendeiro em Bagé, Rio Grande do Sul,
que tinha parentesco com o Marechal Osório, que era colega e amigo de Mallet no
Exército.
Foi
demitido em 1831 do serviço ativo do Exército, devido a "não ser
brasileiro nato". Em 1837 lutou no conflito chamado de Revolução
Farroupilha, liderando uma Bateria a Cavalo, tendo sido dada a ele a
incumbência de fortificar a vila de Rio Grande. Recebeu o título de Major da
Guarda Nacional. Depois
tornou-se, com a interferência de Luís Alves de Lima e Silva (futuro Duque de
Caxias), Chefe de Estado-Maior do comandante militar gaúcho Bento Manuel Ribeiro.
Após o fim da guerra no Rio Grande do Sul, Mallet saiu da ativa e foi cuidar de
suas terras em Bagé.
Em 1851 Mallet foi reintegrado ao Exército Imperial
e participou da campanha na Guerra do Prata, envolvendo forças do Brasil, da Argentina
e do Uruguai. Durante o referido conflito Mallet pelo seu valor como militar
passou a ser muito respeitado pela tropa brasileiro, pelos aliados e inimigos. Participou também em 1864 e 1865, com
o exército brasileiro aliado ao Partido Colorado, contra Aguirre, do partido
Blanco, no Uruguai, em 1864 e 1865.
Na Guerra do Paraguai, Mallet liderava como
tenente-coronel o Primeiro Regimento de Artilharia a Cavalo. Destacou-se nas
vitórias brasileiras de Passo da Pátria, Estero Bellaco e em Tuiuti, a maior
batalha da América do Sul. Nessa batalha ele tinha mandado cavar um fosso
profundo para proteger a artilharia, o que foi muito importante para a vitória
contra os paraguaios. Mallet disse uma frase que ficou conhecida: “Eles que
venham. Por aqui não passarão.” Pela sua atuação em Tuiti Mallet foi promovido
à coronel. Depois exerceu a função de Comandante da 1ª Brigada de Artilharia
e teve participação relevante nas Batalhas de Humaitá, Piquiciri, Angustura,
Lomas Valentinas e Campo Grande. Na fase final dessa guerra Mallet foi o comandante-chefe
do comando-geral de artilharia do Exército. E ao terminar a guerra recebeu a
promoção para Brigadeiro.
Mallet foi promovido em janeiro de 1879 a Marechal de Campo, em 11 de outubro de 1884 a Tenente-General e em 15 de julho de 1885 a Marechal de Exército. Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 2 de janeiro de 1886.
Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História
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