quinta-feira, 22 de junho de 2017

A Operação Barbarrosa e a Batalha de Okinawa na Segunda Guerra Mundial




Pretendo neste artigo falar de dois fatos históricos da Segunda Guerra Mundial, ambos fatos de um dia 22 de junho: 

O início da Operação Barbarrosa e o fim da Batalha de Okinawa.

1-A Operação Barbarrosa


 A Operação Barbarrosa foi uma grande operação militar para invadir a União Soviética, rompendo o pacto de não agressão entre nazistas e soviéticos de 1939. Participaram do início da invasão cerca de 3,8 milhões de soldados do Eixo, 3 350 veículos blindados, 2 770  aeronaves , 7.200 peças de artilharia numa frente de 2900 km e foram também utilizados  750.000 cavalos.

Do lado soviético havia no início da invasão alemã, 3,2 milhões de soldados, 11.000 veículos blindados e 9.110 aeronaves. 

A campanha alemã pretendia destruir as forças armadas soviéticas no estilo das “guerras relâmpago” que os nazistas empregaram contra outros países como Polônia, Holanda, França, Noruega, Iugoslávia e Grécia, com ataques rápidos e maciços ao inimigo, forçando-os a rendição sem demora.

Havia como objetivo inicial uma rápida tomada da parte europeia da União Soviética a oeste da linha que liga as cidades de Arkhangelsk e Astrakhan, chamada de linha A-A na Diretiva nº 21 de Hitler. 

Entretanto,   as coisas não saíram como ele esperava. Em fins de dezembro de 1941 o exército alemão encontrou muitas dificuldades, como o clima que foi mudando, havendo chuvas e depois neve, o terreno enlameado pelas ditas chuvas (que atolava veículos) e a grande extensão territorial da União Soviética, o que dificultava muito a logística e para piorar com ataques de guerrilheiros soviéticos por trás das linhas alemães, cortando linhas de abastecimento.

  O exército soviético em janeiro de 1942 já conseguia causar uma paralisação dos ataques alemães.  Embora não tenha alcançado o objetivo desejado de uma conquista total do território inimigo e a vitória sobre este, as tropas alemãs haviam conseguido tomar as mais importantes áreas econômicas do território soviético, concentradas principalmente  na Ucrânia.
 
Apesar desses sucessos alcançados, os alemães não conseguiram formar novamente uma força ofensiva que chegasse até Moscou.

O fracasso alemão na Operação Barbarossa em destruir o exército inimigo, tornou complicadas as futuras operações dentro do território soviético, tendo todas estas tentativas  falhado, como a continuação do Cerco de Leningrado e a grande derrota alemã em Stalingrado.  Com a falha da Operação Barbarossa, foi aberto um novo front na Segunda Guerra, a Frente Oriental. 

Nessa, foram empregadas mais forças do que em qualquer outro teatro de guerra da história, havendo nesse front algumas das maiores batalhas da Segunda Guerra Mundial.

A seguir um trecho do livro "Inferno, o Mundo em Guerra, 1939-1945" de Max Hastings: 

"Muitos meses se passaram antes que os Aliados vissem que a maré da guerra virara. Em 1942 o Eixo teria êxitos espetaculares. Contudo, é uma realidade histórica crucial que altos funcionários do Terceiro Reich se deram conta, já em dezembro de 1941, de que a vitória militar se tornara impossível, porque a Rússia não fora derrotada. Depois alguns alimentaram esperanças de que a Alemanha pudesse negociar uma paz aceitável. Mas eles, e talvez Hitler, nos recessos mais íntimos de sua mente, sabiam que o momento estratégico decisivo ficara para trás. O general Jodl, o mais próximo e leal conselheiro militar do Führer, disse, em 1945, que seu chefe compreendera, em dezembro de 1941, que "a vitória não podia mais ser alcançada". A conclusão não significava, é claro, que Hitler se sentisse confortável com a derrota alemã: em vez disso, ele agora previa uma guerra prolongada, que exporia as divisões fundamentais entre a União Soviética e as democracias ocidentais. Sua intenção era alcançar êxitos suficientes no campo de batalha para forçar os inimigos a propor termos aceitáveis, esperança que se agarrou até abril de 1945... E ainda: "Somente o tempo mostraria que a luta estava destinada a seguir até o fim e que a ruptura que o ditador previa entre o Ocidente e a União Soviética de fato chegaria, porém tarde demais para salvar o Terceiro Reich".


2-A Batalha de Okinawa:

A Batalha de Okinawa  foi  no final da Segunda Guerra Mundial. A Alemanha já tinha se rendido e o Japão ainda resistia. Começou em 01 de abril e terminou em 22 de Junho de 1944.

A batalha aconteceu na ilha de Okinawa, no arquipélago de Ryukyu, caracterizando-se pelo maior ataque anfíbio durante a campanha do Pacífico e foi a maior batalha marítimo-terrestre-aérea da história, ocorrendo de Abril a Junho de 1945.

As forças oponentes eram de 250.000 combatentes norte-americanos e 86.000 combatentes japoneses, apoiados por 39.000 conscritos locais.

Os japoneses novamente usaram ataques kamikazes contra navios dos Estados Unidos. Entre 1 de abril e 25 de maio de 1945, vários ataques kamikaze foram tentados, envolvendo mais de 1 500 aeronaves.

Foram usados pelos japoneses alunos do Ensino Médio, organizados na linha de frente, parte mandada para combate e outra parte na enfermagem.

A defesa principal estaria no sul de Okinawa, sob comando do tenente-general Mitsuru Ushijima, seu chefe de Estado-maior, o tenente-general Isamu Chō e seu chefe de operações, o coronel Hiromichi Yahara. No norte, o coronel Takehido Udo estava no comando. As forças da marinha eram comandadas pelo almirante Minoru Ōta. O comando japonês sabia da superioridade americana em termos de qualidade de equipamentos e número de tropas, assim como seu muito maior poder de fogo.

A grande Operação Ten-Go (Ten-go sakusen) foi uma tentativa de ataque feito por dez navios poderosos japoneses, liderados pelo couraçado Yamato e sob comando do almirante Seiichi Ito. A operação japonesa fracassou, a frota foi bastante bombardeada por aviões dos Estados Unidos, tendo sido 06 navios japoneses afundados e 01 seriamente danificado, impedindo essa força de cumprir seu objetivo.

Os EUA penetraram no Mar da China com uma força naval constituída de 40 navios-aeródromos, 18 couraçados, 200 contratorpedeiros, centenas de navios de transporte, cruzadores, cargueiros, submarinos, caças- minas, navios de desembarques e mais uma infinidade de outras embarcações. Foram afundados pelos kamikases japoneses 60 embarcações norte-americanas.

Inicialmente, as primeiras forças americanas a chegar eram da 77ª Divisão de Infantaria, que desembarcou nas ilhas Kerama, a 24 km a oeste de Okinawa, em 26 de março. Essas ilhas caíram em cinco dias. A operação deu aos aliados um porto para os seus navios.

A luta em terra durou cerca de 81 dias, começando em 1 de abril de 1945. As primeiras tropas americanas a chegar eram da 77ª Divisão de infantaria, que desembarcou nas ilhas Kerama, 24 km a oeste de Okinawa, em 26 de março. Kerama caiu em apenas cinco dias. 

Em 31 de março, fuzileiros americanos da força de reconhecimento, desembarcaram em Keise Shima, sem sofrer oposição, em quatro ilhotas a apenas 13 km da cidade de Naha, a capital de Okinawa.

O general Ushijima concentrou as principais linhas defensivas de sua guarnição na montanhosa região localizada ao sul da ilha. Em 1º de abril de 1945 iniciou-se a conquista de Okinawa.

Após um intenso bombardeio aeronaval os fuzileiros norte-americanos desembarcaram na parte central da ilha. A estratégia americana para a invasão de Okinawa era dividir a ilha em duas partes.

 O norte da ilha ficou sob  responsabilidade dos fuzileiros e o sul com divisões do  Exército. O norte foi conquistado em quatro dias. No sul da ilha  localizavam-se as cidades de Shuri e Naha que eram cercadas por terrenos escarpados que propiciava aos japoneses a construção de cadeias de fortificações interligadas através de túneis (linha Shuri).

Após os intensos bombardeios provocados pela aviação e navios norte-americanos, as florestas da ilha ficaram totalmente devastadas.

Nessa área encontrava-se soldados japoneses e  civis dispostos a fazer frente ao avanço dos fuzileiros. O fogo de casamatas causaram pesadas baixas aos soldados norte-americanos Sem o apoio naval, os soldados tiveram que destruir cada bunker numa luta feroz.

Após 82 dias de intensos combates, os japoneses perderam o controle da ilha, porém sua disposição de lutar até o fim permanecia firme. Então, com mais seis dias de ofensiva norte-americana, os ataques japoneses começaram a enfraquecer. O norte da ilha tinha caído em 20 de Abril. O sul caiu em 22 de Junho.

A seguir um trecho do livro "Inferno, O Mundo em Guerra", de Max Hastings: " Quando Okinawa foi declarada segura em 22 de junho, 82 dias  depois do desembarque inicial de Buckner, as baixas do exército e dos fuzileiros navais totalizavam 7.503 mortos e 36.613 feridos fora de combate, a maioria casos de trauma de guerra. Adicionalmente, a marinha americana teve 4.907 mortos e mais de oito mil feridos. Quase toda a força defensora em terra firme pereceu, juntamente com milhares de nativos de Okinawa..."





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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História.


Figura: Google. 

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