Carmen Miranda foi uma cantora e atriz
brasileira, embora nascida em Portugal. Seu nome original era Maria do Carmo
Miranda da Cunha. Nasceu no dia 9 de fevereiro de 1909, em Várzea da Ovelha e
Aliviada, Marco de Caveses, em Portugal. Chegou no Rio de Janeiro, Brasil aos
dez meses de idade. Seu pai era o barbeiro José Maria Pinto da Cunha e sua
mãe era Maria Emília Miranda. O apelido de Carmen foi devido ao gosto que seu
tio Amaro tinha por óperas.
Foi no Brasil que nasceram quatro irmãos de Carmen: Amaro, Cecília, Aurora e Oscar (a mais velha, Olinda, nasceu em Portugal).
Ela estudou em uma escola religiosa em Santa Tereza
começou a trabalhar com 14 anos, em uma loja de gravatas e depois foi para uma
chapelaria. Segundo o biógrafo de Carmen, ela passou a cantar por influência de
sua irmã mais velha Olinda e que atraía os clientes cantando.
Entre as décadas de 1930 e 1950 sua carreira
artística este relacionada ao Brasil e aos Estados Unidos, tendo trabalhado no
teatro de revista, no rádio, no cinema e na televisão. Sua voz ficou registrada
durante 20 anos de carreira em 279 gravações no
Brasil e mais 34 nos EUA, num total de 313 canções. Sua irmã Aurora Miranda
também foi cantora.
Carmen foi apresentada ao compositor Josué de Barros
em 1928 e com ele gravou seu primeiro álbum em 1929, com a música “Não Vá Sim’
bora”. Ela conheceu o diretor da gravadora RCA Victor, começando aí sua
carreira, gravando Dona Balbina, Triste Jandaia, Barucuntum e Iaiá Ioiô.
Em 1930, o disco com a gravação “Taí”(Pra Você Gostar de Mim), escrita por
Joubert de Carvalho, vendeu 35 mil cópias no ano de lançamento, um recorde para
a época. Chegou ao estrelato no Brasil como intérprete de samba nos anos 30,
tornando-se a primeira artista a assinar um contrato de trabalho com uma
emissora de rádio brasileira. A crítica aclamava Carmen Miranda como a "a
maior cantora do Brasil".
Em 1935 participou do filme musical carnavalesco Alô, Alô Brasil e em Alô, Alô Carnaval (1936). Ao todo
participou em cinco filmes nacionais nesse gênero, sendo que em 1939 ela
apareceu pela primeira vez como baiana, no filme Banana da Terra, que apresentava clássicos como O que é que a baiana tem? E nesse ano o
produtor Lee Shubert, da Broadway, que a tinha visto apresentar-se no Cassino
da Urca, ofereceu a ela um contrato de oito semanas para trabalhar em The Streets of Paris.
Em 1940, Carmen Miranda estreou no cinema dos
Estados Unidos no filme Serenata Tropical,
sendo eleita no mesmo ano a terceira personalidade mais popular nesse país. Foi
convidada então para se apresentar com seu grupo, o Bando da Lua, na Casa
Branca, para o presidente Roosevelt.
No total, foram quatorze filmes em que ela
participou nos Estados Unidos. Sua popularidade foi decrescendo durante os anos
40. Tentou mudar a sua identidade artística para fugir do rótulo de cantora
exótica latino-americana que tinham lhe imposto pelos produtores de cinema, mas
não conseguiu muito sucesso nesse sentido. Embora bem aceito pelo público dos
Estados Unidos, o modelo que foi bem sucedido por lá foi mal visto por muitos
brasileiros que o consideraram como não autêntico. É inegável que teve grande
influência na cultura brasileira com sua música e sua figura.
Ela colaborou com suas apresentações para que a
música brasileira fosse popularizada nas terras do Tio Sam, sendo a primeira
artista latino-americana a ser convidada a imprimir mãos e pés no pátio do
Grauman’ s Chinese Theatre (1941) e a primeira sul- americana a ter uma estrela
na Calçada da Fama, em Hollywood. Foi a
mulher mais bem paga dos Estados Unidos, em 1945, segundo o Departamento do
Tesouro. Mas no ano de 1946 seu nome não constava na lista dos "30 mais
bem pagos de Hollywood".
Ainda que sua carreira no cinema no final da década
de 40 estivesse em queda, a carreira musical dela continuava firme e era uma
atração popular em casas noturnas e na televisão.
O seu último filme foi Morrendo de Medo, de 1953, com Dean Martin e Jerry Lewis, no qual
ela representa um papel secundário. E no mesmo ano ela excursionou pela Europa,
apresentando-se em 14 cidades da Itália, Suécia, Finlândia, Bélgica e Dinamarca.
Ela teve vários romances, com brasileiros e
norte-americanos, tendo sido casada com David Sebastian, que era alcoólatra. A
influência dele fez com que ela também começasse a beber e depois, com
frustrações de sua vida e para aguentar o cansaço devido à carreira extenuante,
ela mesma se viciou em álcool e certas drogas.
Fez apresentações em 1955 em Las Vegas e no clube
Tropicana, em Havana, Cuba. Na noite de 4 de agosto teve uma participação no
programa de Jimmy Durante, da emissora NBC. Após a apresentação, convidou
amigos para uma pequena festa em sua casa. Por volta de 3:00, depois de ter
subido as escadas para seu quarto e trocado de roupa, caiu no corredor que
levava ao seu quarto devido a um ataque cardíaco, vindo a falecer. Na época
tinha 46 anos.
Na manhã de 12 de agosto o corpo de Carmen Miranda
chegava ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Seu caixão, coberto com a
bandeira do Brasil, foi colocado em um caminhão do corpo de bombeiros e levado
para o centro da cidade com escolta de policiais em motocicletas.
Aproximadamente sessenta mil pessoas estiveram em seu velório, realizado no
saguão da Câmara Municipal da cidade do Rio de Janeiro. Cerca de quinhentas mil
pessoas acompanharam o cortejo fúnebre até o Cemitério São João Batista, que em
alguns momentos cantavam a música “Taí”, um grande sucesso da cantora.
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Márcio José Matos Rodrigues
Figura: https://www.google.com/search?q=imagem+de+carmen+miranda
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