Neste artigo vou falar de Fernão de Magalhães, navegante
nascido no norte de Portugal,
na região de Trás-os-Montes, no dia 3 de fevereiro de 1480. Pertencia à quarta
ordem da nobreza portuguesa, tendo sido educado como pajem da corte da rainha
D. Leonor, esposa de D. João II, o Perfeito.
Era
filho de Rui de Magalhães, cavaleiro que exerceu cargos no governo na cidade do
Porto e de sua primeira mulher Alda de Mesquita. Teve como irmãos Duarte de Sousa, Diogo de Sousa, Isabel de
Magalhães, Genebra de Magalhães e Aires de Magalhães. Seu pai foi Alcaide-Mor
do Castelo de Aveiro, segundo documentos de 1486. Foi também Juiz Ordinário, Procurador da Câmara e Vereador,
entre junho de 1472 e junho de 1488.
Aos
dez anos, Fernão de Magalhães se tornou Pajem da Corte da Rainha Dona Leonor,
consorte de D. João II. Ele casou-se em dezembro de 1517, em Sevilha, com
Beatriz Barbosa.
Com
25 anos, em março de 1505, alistou-se na Armada da Índia, com frota de 22
navios que foi enviada para instalar Dom Francisco de Almeida como primeiro
vice-rei da Índia e lá ficou por oito anos, tendo participado de várias
batalhas. Em 1509 foi à Malaca, mas de lá teve logo de partir devido a uma
armadilha e sua atuação valeu-lhe uma promoção.
Em
1511, participou de uma expedição que conquistou Malaca, regressando a Lisboa
em 1513. Quando em serviço no Marrocos, foi ferido em combate, tendo sido
acusado de comércio ilegal com os mouros, o que lhe prejudicou a imagem diante
do rei de Portugal.
Em
1517 foi à Sevilha onde encontrou-se com uma autoridade espanhola que, assim
como Magalhães, era adepto do projeto de dar à Espanha a possibilidade de
atingir as ilhas Molucas pelo Ocidente, provando que as chamadas ilhas das
especiarias estavam situadas no hemisfério espanhol, conforme o Tratado de
Tordesilhas.
Tendo
primeiro conseguido a aprovação do bispo de Burgos, foi depois convencido o rei
espanhol Carlos V, que interessou-se pela proposta, concordando em financiar
grande da expedição. Foram arrumados cinco navios com um total de 256 homens na
tripulação. Um cartógrafo português, Diogo Ribeiro, ajudou a desenvolver mapas
para a viagem. Os navios, nos quais havia 40 portugueses estavam presentes,
partiu em 20 de setembro de 1519.
Graças
a Antonio Pigafetta, um escritor
italiano que viajou com a expedição e que foi um dos que retornaram vivos à
Europa foi possível haver um raro e importante registro sobre a história dessa
viagem de volta ao mundo.
Houve
uma escala nas Ilhas Canárias até a América do Sul, alcançando o Rio de Janeiro
em 13 de dezembro e prosseguindo mais ao sul chegaram à Argentina. A expedição
deu uma parada ali e começou uma rebelião que foi dominada.
Após encontrar o estreito
que passou a levar o seu nome, houve
cinco meses de espera e nesse tempo a nau "Santiago" foi perdida em
uma viagem de reconhecimento, tendo os seus tripulantes conseguido ser
resgatados. Magalhães encontrou o estreito que passou a levar seu nome,
aprofundando-se nele, tendo perdido um dos navios, iniciou-se outra revolta,
dessa vez no "San Antonio",
que retornou à Espanha com os amotinados.
Após
passar pela estreito, Magalhães e sua expedição chegam ao que foi chamado por Magalhães de Pacífico (O atual
Oceano Pacífico). Após meses de viagem os tripulantes dos navios restantes
encontravam-se com fome, sede e doenças.
Foi
alcançado o arquipélago de Guam em março de 1521 e em 7 de abril a expedição
chegou às Filipinas, começando a fazer comércio com os nativos. Mas alguns dias
depois da chegada houve um combate entre europeus e filipinos da ilha de Mactan
e Magalhães foi morto por uma flechada. A expedição regressou à Espanha sob
comando de Juan Sebastián Elcano, tendo alcançado a Europa em 1522. Havia
somente um navio e 19 homens!
Essa
viagem idealizada e realizada em grande parte por Fernão de Magalhães foi a
primeira de volta ao mundo, levando ao conhecimento dos europeus de que o
Oceano Pacífico separava a Ásia da América e demonstrou que os oceanos são
interligados, possibilitando outras viagens intercontinentais, não só pelos
espanhois, como por navegantes de outros países .
_____________________________________________________________
Márcio
José Matos Rodrigues-Professor de História
Figura: https://www.estudopratico.com.br/fernao-de-magalhaes-e-volta-ao-mundo
Nenhum comentário:
Postar um comentário