sábado, 2 de fevereiro de 2019

O Navegador Fernão de Magalhães









Neste artigo vou falar de Fernão de Magalhães, navegante nascido no norte de Portugal, na região de Trás-os-Montes, no dia 3 de fevereiro de 1480. Pertencia à quarta ordem da nobreza portuguesa, tendo sido educado como pajem da corte da rainha D. Leonor, esposa de D. João II, o Perfeito.


Era filho de Rui de Magalhães, cavaleiro que exerceu cargos no governo na cidade do Porto e de sua primeira mulher Alda de Mesquita. Teve como irmãos Duarte de Sousa, Diogo de Sousa, Isabel de Magalhães, Genebra de Magalhães e Aires de Magalhães. Seu pai foi Alcaide-Mor do Castelo de Aveiro, segundo documentos de 1486. Foi também Juiz  Ordinário, Procurador da Câmara e Vereador, entre junho de 1472 e junho de 1488.


Aos dez anos, Fernão de Magalhães se tornou Pajem da Corte da Rainha Dona Leonor, consorte de D. João II. Ele casou-se em dezembro de 1517, em Sevilha, com Beatriz Barbosa. 


Com 25 anos, em março de 1505, alistou-se na Armada da Índia, com frota de 22 navios que foi enviada para instalar Dom Francisco de Almeida como primeiro vice-rei da Índia e lá ficou por oito anos, tendo participado de várias batalhas. Em 1509 foi à Malaca, mas de lá teve logo de partir devido a uma armadilha e sua atuação valeu-lhe uma promoção. 


Em 1511, participou de uma expedição que conquistou Malaca, regressando a Lisboa em 1513. Quando em serviço no Marrocos, foi ferido em combate, tendo sido acusado de comércio ilegal com os mouros, o que lhe prejudicou a imagem diante do rei de Portugal. 

Em 1517 foi à Sevilha onde encontrou-se com uma autoridade espanhola que, assim como Magalhães, era adepto do projeto de dar à Espanha a possibilidade de atingir as ilhas Molucas pelo Ocidente, provando que as chamadas ilhas das especiarias estavam situadas no hemisfério espanhol, conforme o Tratado de Tordesilhas. 


Tendo primeiro conseguido a aprovação do bispo de Burgos, foi depois convencido o rei espanhol Carlos V, que interessou-se pela proposta, concordando em financiar grande da expedição. Foram arrumados cinco navios com um total de 256 homens na tripulação. Um cartógrafo português, Diogo Ribeiro, ajudou a desenvolver mapas para a viagem. Os navios, nos quais havia 40 portugueses estavam presentes, partiu em 20 de setembro de 1519.


Graças a  Antonio Pigafetta, um escritor italiano que viajou com a expedição e que foi um dos que retornaram vivos à Europa foi possível haver um raro e importante registro sobre a história dessa viagem de volta ao mundo.


Houve uma escala nas Ilhas Canárias até a América do Sul, alcançando o Rio de Janeiro em 13 de dezembro e prosseguindo mais ao sul chegaram à Argentina. A expedição deu uma parada ali e começou uma rebelião que foi dominada. 


Após encontrar o estreito que passou a levar o seu nome, houve cinco meses de espera e nesse tempo a nau "Santiago" foi perdida em uma viagem de reconhecimento, tendo os seus tripulantes conseguido ser resgatados. Magalhães encontrou o estreito que passou a levar seu nome, aprofundando-se nele, tendo perdido um dos navios, iniciou-se outra revolta, dessa vez  no "San Antonio", que retornou à Espanha com os amotinados. 


Após passar pela estreito, Magalhães e sua expedição chegam ao que foi  chamado por Magalhães de Pacífico (O atual Oceano Pacífico). Após meses de viagem os tripulantes dos navios restantes encontravam-se com fome, sede e doenças. 


Foi alcançado o arquipélago de Guam em março de 1521 e em 7 de abril a expedição chegou às Filipinas, começando a fazer comércio com os nativos. Mas alguns dias depois da chegada houve um combate entre europeus e filipinos da ilha de Mactan e Magalhães foi morto por uma flechada. A expedição regressou à Espanha sob comando de Juan Sebastián Elcano, tendo alcançado a Europa em 1522. Havia somente um navio e 19 homens!


Essa viagem idealizada e realizada em grande parte por Fernão de Magalhães foi a primeira de volta ao mundo, levando ao conhecimento dos europeus de que o Oceano Pacífico separava a Ásia da América e demonstrou que os oceanos são interligados, possibilitando outras viagens intercontinentais, não só pelos espanhois, como por navegantes de outros países . 


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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

Figura: https://www.estudopratico.com.br/fernao-de-magalhaes-e-volta-ao-mundo

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