Em 2014 surgiu o movimento Maio Amarelo, para
incentivar ações organizadas envolvendo o poder público, a iniciativa privada e
a sociedade civil com a finalidade de se discutir a segurança viária e procurar
a redução dos acidentes e mortes no trânsito. Infelizmente, ainda há muitas
mortes no trânsito brasileiro. Segundo dados do Ministério da Saúde de
2019, 31.945 pessoas morreram.
Este ano o tema da campanha Maio Amarelo é
“Respeito e Responsabilidade: pratique no trânsito”. Busca-se assim estimular a
empatia e a humanização no trânsito, assim como que haja menos comportamentos
egoístas e mais respeito, mais responsabilidade. Segundo um representante do
Observatório Nacional do Trânsito (ONSV): “...É assim, pensando no outro e
fazendo por todos, que esperamos trazer mais consciência e harmonia para o
transitar de todos os brasileiros, com respeito e responsabilidade, se
colocando no lugar do outro, praticando os preceitos de uma sociedade educada e
empática”.
Em 2020 terminou a chamada Década
de Ação pela Segurança no Trânsito, uma medida proposta em 2009 pela
Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Foi definido pelas duas entidades que em 11 de maio de 2011 seria iniciada
a Década de Ação. A cor amarela é símbolo de sinalização e
alerta no trânsito.
Em fevereiro de 2020, na Conferência Mundial
de Segurança Viária, realizada na Suécia, a ONU e a OMS fizeram a proposta de
uma Segunda Década de Ação. O objetivo é o mesmo da proposta anterior: reduzir
em 50% o número de mortos e de feridos no trânsito no mundo.
A especialista em trânsito e observadora
certificada do ONSV, Eliane Pietsak, disse o seguinte sobre o tema da campanha
do Maio Amarelo de 2021:
“Não deveria ser
necessário criar uma campanha para que estes valores sejam colocados em
prática. Deveria ser a obrigação de todos os atores no trânsito e na vida de
uma forma geral. O Maio Amarelo deste ano tem como objetivo despertar esses
valores que estão adormecidos. Quem sabe hoje, estejamos todos prontos para
assumir o papel que nos cabe, tendo em vista os momentos pelos quais passamos e
ainda estamos vivendo que é a pandemia. Respeito e responsabilidade são valores
que aprendemos na família e que, pouco a pouco, muitos foram esquecendo, ao
longo do caminho, mas são necessários para a segurança de todos no trânsito.
Pratique!”
Assim, torna-se necessário que
os participantes do sistema de trânsito tenham uma consciência de que precisam
respeitar as regras e ter empatia em relação aos outros, de que, por exemplo,
motoristas devem ter cuidado especial com os mais frágeis no trânsito como
pedestres e ciclistas. Todos no trânsito devem buscar o respeito, não devendo
prevalecer as relações de força, do poder econômico, do status social. Como
também é preciso que se deixe de usar o “jeitinho” para tentar ter vantagens,
para burlar as leis. E o poder público tem também sua responsabilidade no
planejamento, no gerenciamento, na realização das obras necessárias, na questão
educacional, no desenvolvimento de um transporte público eficaz e na
fiscalização do sistema de trânsito. Todos tem suas responsabilidades e o
respeito geral precisa ser dominante na cultura brasileira. Na verdade, grande
parte das relações no trânsito no Brasil está ligada ainda a costumes
relacionados a um excesso de individualismo, ao clientelismo, ao “jeitinho
brasileiro”, ao procurar ficar tendo vantagens sobre os outros mesmo que de
forma antiética. Tais costumes estão presentes na cultura brasileira e é
preciso reforçar a educação e mesmo também uma reeducação, uma mudança nestes
costumes para que haja uma avanço maior na sociedade, inclusive no trânsito.
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Márcio José Matos Rodrigues-Psicólogo
e Professor de História.
Figura: https://www.google.com/search?q=figura+de+tr%C3%A2nsito&sxsrf=ALeKk00OJ6_CuYD_XLBBnPYvw96qzbYu9w:1621050112357&tbm=isch&source=
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