quinta-feira, 27 de maio de 2021

O compositor alemão Johannes Brahms

 







Em 7 de maio de 1833 nascia em Hamburgo, na Alemanha, o compositor romântico alemão Johannes Brahms . O regente alemão, pianista e compositor Hans Von Bullow disse que Brahms estava entre os “três Bs” dos maiores compositores alemães (Brahms, Beethoven e Bach), tendo chamado a primeira sinfonia de Brahms de “´decima de Beethoveen”.

 

Brahms era o terceiro filho de Johanna Henrika, que trabalhava em uma pequena loja na qual tinha sociedade e seu pai era Johan Jacob Brahms, contrabaixista da Orquestra Filarmônica de Hamburgo, que tocava em bares e tavernas para ganhar dinheiro.

 

Johannes Brahms  teve suas primeiras aulas de violino e violoncelo com seu pai. Esse, percebeu que o filho tinha talento. Quando Johannes tinha oito anos, seu pai contratou Otto Cossel como professor de piano para ele. Johanes fez seu primeiro concerto público aos dez anos interpretando Mozart e Beethoven e começou a frequentar com seu pai as tabernas para tocar. Depois passou a tocar em cervejarias de Hamburgo com seu pai. Outro professor em sua infância foi Eduardo Marxsen que era regente da Filarmônica de Hamburgo e compositor. Ele deu ao jovem Brahms noções de composição. Enquanto ficava tocando à noite nas cervejarias, Johanes conheceu o violinista húngaro Eduard Remenyi. Eles fizeram concertos por cidades alemãs e Brahms nessa ocasião conhece o famoso violinista Joseph Joachim, o talentoso pianista Liszt e o casal Schumann.

 

Robert e Clara Schumann, em 1853, o consideraram um gênio e Robert recomendou obras de Brahms aos seus editores, tendo também escrito o artigo “Novos Caminhos” na Nova Gazeta Musical, chamando Brahms de jovem águia" e de "Eleito". Brahms apaixonou-se por Clara e ambos trocavam cartas, mas não há provas que tenham tido um relacionamento amoroso.

 

Por alguns anos Brahms ficou morando ora em Hanôver, na casa de seus amigo, o violinista Joachim, ora em Düsseldorf, na casa dos Scumann. Mas em 1856 morre Robert Schumann e Brahms consegue o emprego de mestre de capela do principado de Lippe-Detmold.

 

Em 1860 um grupo no qual Brahms fazia parte divulga um manifesto contra a escola neo-alemã, de Liszt e Wagner. Brahms foi chamado de reacionário por admiradores dessa escola. Em 1863 passa a morar em Viena e consegue o emprego de diretor da Singakademie e lá regia coros e elaborava programas musicais. Para poder se dedicar exclusivamente à composição, ele pede demissão depois de um ano e vive então de recursos oriundos da edição de suas obras e tocando em concertos e recitais.  O crítico Eduard Hanslick deu-lhe apoio. Porém o reconhecimento de Brahms como grande compositor só veio com a estreia de sua obra Um Requiem Alemão, em 1868 e de 1872 a 1875 dirigiu a Sociedade dos Amigos da Música, que era uma conhecida instituição de música de Viena. Em 1876 estreou sua Primeira Sinfonia, que teve sucesso. Passou a ser chamado de o sucessor de Beethoven. Também Brahms se destacou como um continuador da obra de Schubert, compondo lieder. Divulgou a música de Bach, que ainda não era muito valorizada em Viena.


Como pessoa, Brahms era generoso e gentil, mesmo tendo modos rudes. Passou a morar em um simples apartamento e procurava ajudar amigos músicos quando tinham necessidades, inclusive Dvorak e Mahler. Não casou, vivendo solitariamente, com seus anos sendo marcados pelas estreias de obras suas, temporadas longas de verão e viagens, em especial à Itália. Quis parar de compor em 1890, após ter concluído a obra Quinteto de Cordas op. 111. Mas ainda compôs duas Sonatas para Clarineta e Piano, o Trio para Clarineta, Cello e Piano, e o Quinteto para Clarineta e Cordas, influenciado pelo encontro com o clarinetista Richard Mülhfeld. A obra Quatro Canções Sérias foi a última publicada por Brahms, que em 1896 dedicou a coletânea como presente de aniversário a si mesmo. No mesmo ano Clara Schumann, por quem ele tinha grande afeto, morre.

 

Brahms veio a falecer em 3 de abril de 1897, aos 63 anos, tendo sido sepultado como celebridade no mesmo cemitério em que foram enterrados seus mestres Beethoven, Mozart e Schubert.


Diferentemente de Wagner, que dividiu com Brahms a atenção no final do século XIX na música, esse último não se dedicou à ópera, sendo que sua obra está ligada à fusão da expressividade romântica com a preocupação formal clássica. Seu estilo de modulação foi inovador, com uso de modulações repentinas no discurso harmônico. 

 

Brahms não gostou de ser envolvido em uma disputa entre os conservadores e os “modernistas”. Na defesa da obra de Brahms, Arnold Schoenberg, o pai do dodecafonismo, disse em uma conferência nos Estados Unidos em 1933 que Brahms tinha sido inovador e revolucionário.

 

Segundo especialistas na obra de Brahms, há quatro fases na obra do compositor: a primeira na juventude dele, com um romantismo exuberante e áspero; a segunda, depois de 1855, que é a fase de consolidação, até 1868; a terceira é aquela das obras sinfônicas e corais; a quarta é a mais curta, com obras mais simples e concentradas, de 1890 até 1896.

 

Muitas das obras de Brahms eram dedicadas ao piano. Obras de destaque foram por exemplo:25 Variações e Fuga sobre um Tema de Handel e os dois grupos de Variações sobre um Tema de Paganini, e as Variações sobre um Tema de Haydn. Também vale a pena destacar, considerando as obras para piano, as Baladas op. 10,os Intermezzos op. 117 e as Klavierstücke op. 118 e 119. Na Música de Câmara dentre as mais importantes há o Trio op. 8, o Sexteto de Cordas nº 1 e o Quarteto para Piano op. 25, que foi depois orquestrado por Schoenberg.

 

A maior parte da obra do compositor esteve ligada às canções como os liederRomanzenaus Magelone e as Quatro Canções Sérias. As obras Um Requiem AlemãoCanção do Destino e a Rapsódia para Contralto destacam-se na música para coral.

 

A primeira obra-prima orquestral de Brahms é o Concerto para Piano nº 1, também tendo destaque as Variações sobre um Tema de Haydn em sua versão orquestral e as suas quatro sinfonias.


Entre os concertos destacam-se o Concerto para Violino, o Segundo Concerto para Piano e o Concerto Duplo, para Violino e Violoncelo.


Segundo a autora Dilva Frazão:

 

“ (...) Brahms iniciou de fato sua carreira de compositor aos 17 anos, mas era extremamente crítico em relação à sua produção musical. Centenas de trabalhos foram destruídos por ele antes que apresentasse ao público seu Scherzo em Mi Menor Op. 4 e as Sonatas em Dó Maior (Opus 1) e Fá Menor (Opus 2). Suas composições nesse período incluem música para piano, música de câmara e obras para coral masculino.(...)”

 

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Mestres da música. Brahms-Abril Cultural,1982:

“É um jovem que, já no berço foi embalado pelas graças e pelos gênios dos heróis. Chama-se Johanes Brahms e veio de Hamburgo (...). Apresenta todos os indícios que nos autorizam a proclamar ser ele um predestinado (...). Além de tudo, tem uma elevada virtude, a modéstia (...). Nós lhe damos as boas vindas como um mestre entre os mestres”. Robert Schumamm.

 

Maxsen, professor de piano: “A memória de Brahms era tão grande que jamais levava partituras durante suas excursões. Tinha na cabeça todo o repertório de Rémenyi, formado por obras de Bach, Beethoven, Thalberg, Liszt e Mendelssohn”.

 

Brahms para Clara Schuman: “ Vosso marido e vós foram as mais belas experiências de minha vida, sua maior riqueza, seu mais nobre significado”.

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Grandes Compositores da Música Clássica, Abril Coleções, 2009

 

“Brahms, o equilíbrio entre o clássico e o romântico

Pergunte a um músico de orquestra o seu compositor favorito e ele provavelmente responderá Johanes Brahms. Eis a razão: interpretar Brahms é uma delícia. Sua escrita orquestral é tão perfeita que transforma cada músico da orquestra-o spalla ou a quarta trompa, tanto faz-em um solista.

A música de Brahms, seja ela sinfônica, de câmara ou para piano solo, tem um espírito quase religioso, mas que por vezes se rompe, revelando sua juventude como pianista nas tabernas de Hamburgo, na Alemanha. Ele soa extremamente natural aos nossos ouvidos e, ao mesmo tempo, imprevisível. Nunca nos dá o óbvio. Oferece um discurso inteligente e sofisticado, de emoções profundas e verdadeiras...” Roberto Minczuck

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Sugestões para ouvir:

 

Hungarian Dance #5 byJohannes Brahms - YouTube

 

J. Brahms, Op.118 Intermezzo em Fá menor - YouTube

 

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

 

 Figura: https://www.google.com/search?sxsrf=ALeKk00xSqxNykXk5cGKIMMyS4CgozgxPg:1622167741165&source=univ&tbm=isch&q=imagem+de+brahms&sa


2 comentários:

  1. Que bom que gostou. Creio que ele é um compositor não muito conhecido do público brasileiro, mas importante no cenário musical internacional.

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