Foto: Márcio Rodrigues
Noite
de Lua sobre Guajará
Tarde de sol a brilhar
E Guajará a chamar,
Em Belém do Pará.
Logo a lua virá,
Ou não?
Haverá escuridão?
Se for dia dela
E se a nuvem deixar
A dama de branco bela
Haverá de se revelar,
Linda, exuberante, imponente,
A me olhar
Para eu decifrá-la.
Ó lua,
O que queres me dizer?
Nada neste mar celestial!
Eu te vejo a nadar nua
Cercada de anjos que exclamam:
“Uau!”
Até anjos são seduzidos
Pelo teu brilho sensual.
“Ó lua tão adorada!
Eu aqui roído pelo ciúme,
Por causa deste cortejo angelical.
Ah! Lua,
O meu desejo é o sal
Do mar em que nadas.
Recebe meus versos como beijos,
Ó Lua de prata,
Ó Lua tão adorada!
Márcio José Matos Rodrigues
Agosto
Agosto vem
Tanto para mim,
Como para ti meu bem.
Será bom,
Será ruim?
Já escuto o som
De agosto batendo na porta,
Querendo entrar.
“Julho para de segurar
A porta!”
O que me importa
Os rumores,
Que dizem que agosto é um mês amaldiçoado?
Quantos amores,
Surgiram em agosto?
Quantos beijos foram dados?
Não gosto,
Nem desgosto
De agosto.
Quero só me lembrar
Do quanto tu és linda,
Enquanto os últimos raios de sol do mês findam,
Banhando teu belo rosto.
Márcio José Matos Rodrigues
Sonhos
As flores do novo mês,
Já estão no campo.
Sei que o calor é tanto,
Mas ainda não derreteu meus sonhos queridos.
Iara eu ouço teu canto,
Queres me levar para o fundo do rio?
Meu bem eu te darei rosas,
Ainda que chorem os lírios
Por terem sido preteridos.
Eu ouço os gemidos
Dos meus sonhos no calor.
Gentil dama,
Eu te dou um poema
Como uma flor,
Nele meus sonhos estarão protegidos,
Se os tratares com amor.
Márcio José Matos Rodrigues
Na
falta de uma caneta
Não tenho flores no momento,
Somente sementes.
Então eu disse ao vento:
“Leva meus pensamentos
Impregnados de sentimentos!”
O vento amigo e poético os transformou em versos
E os carregou em seu ventre.
Quando o vento entrar pela tua janela,
Deixa que entre!
Deixa que a suavidade dele
Sussurre em teus ouvidos,
O poema que leva,
Então sentirás uma chuva,
Pingos,
Caindo,
Sobre teu corpo lindo.
Verás retas
Convertendo-se em curvas,
Em um sonho louco,
Louco demais
Que espantaria os mais caretas
Dos humanos mortais.
Não é mesmo deusa Minerva?
Não,
Não são ervas!
Ó linda princesa que vence as trevas
De uma noite funesta,
São versos de amor
Que escrevi para ti no vento,
Na falta de um computador
Ou de uma simples caneta.
Márcio José Matos Rodrigues