Em 11 de julho de
1937 morria em Hollywood, California, Jacob Gershowitz, que ficou conhecido
como George Gershwin. Ele foi foi o segundo de quatro filhos,
um pianista e compositor, que compunha para a Broadway e também para
concertos clássicos e que nasceu no Brooklyn, Nova York, em 26 de setembro de
1898, filho de pais judeus russos. Morris (Moishe) Gershowitz, o pai de George,
em um processo de adaptação à América, trocou o sobrenome da família para Gershvin. E George,
já adulto, mudou para Gershwin.
O grande parceiro em trabalhos
vocais e teatrais de George foi o seu irmão mais velho, Ira Gershwin, que fazia
letras. George criou músicas populares que fizeram sucesso, inclusive algumas
de sua canções já foram usadas na televisão e em filmes. Em seu álbum de
1959, Ella Fitzgerald Sings the George and Ira Gershwin Songbook, a
cantora Ella Fitzgerald gravou várias canções dos irmãos Gershwin.
Cantores famosos e músicos gravaram músicas de Gershwin, como Louis Armstrong,
Charlie Parker, Miles Davis, Frak Sinatras, Doris Day, João Gilberto, Fred
Astaire, Bing Crosby, John Coltrane e outros.
Quando George tinha dez anos,
ele assistiu um recital de violino de seu amigo Max Rosen. George ficou
impressionado. George e Ira (o irmão mais velho, que antes se chamava Israel)
tinham personalidades bem diferentes. Ira era quando criança mais estudioso, tinha
admiração por arte e quis um piano de presente e George gostava de andar pelas
ruas, se metia em confusão e gostava de jogar beisebol. Mas foi George que se
interessou em tocar piano e com 12 anos tocou de ouvido uma canção ao piano.
Seus pais se impressionaram e contrataram um professor particular para dar
aulas do instrumento para ele e para o irmão. Ele teve contato com diversos
professores desse instrumento por dois anos até que foi apresentado a Charles
Hambitzer, que ensinou a George técnica para tocar piano e o introduziu no
mundo da música erudita europeia e que até sua morte em 1918 foi um mentor para
George, que veio a estudar depois com o compositor Rubin Goldmark e também com
o compositor e teorista Henry Cowell.
O primeiro emprego de George
Gershwin foi aos 15 anos, como músico na Tim Pan Alley, em Nova York. Passou a trabalhar para a Aeolian
Company and Standard Music Rolls, em Nova York, gravando e
arranjando rolos de piano, produzindo muitos rolos, utilizando pseudônimos. Em
1917 ele lançou "Rialto Ripples", que foi um sucesso comercial e em
1919 ele conseguiu ter mais sucesso com sua obra "Swanee”. George
trabalhou por um breve tempo no vaudeville, tocando piano. Ele e seu irmão Ira
tiveram uma participação no musical de comédia chamado Lady Be Good,
incluindo músicas como "Fascinating Rhythm" e "Lady Be
Good”. Depois vieram as músicas :"Oh, Kay!" (1926), "Funny
Face" em 1927, “Strike Up the Band" (1927 e 1930), "Show
Girl" (1929), "Girl Crazy" (1930), que introduziu o standard "I
Got Rhythm", e "Of Thee I Sing" (1931), que foi o
primeiro musical de comédia que ganhou um Prêmio
Pulitzer de Música.
A primeira grande obra de
George Gershwin foi Rhapsody in Blue, composta em 1924, para
orquestra e piano, que foi orquestrada por Ferde Grofé. Quem tocou em estreia
na cidade de Nova York foi a banda de Paul Whiteman. Essa é até hoje a obra
mais popular de George. Ele ficou em Paris por pouco tempo, estudando
composição com Nádia Boulanger, que , assim como outros professores, como
Ravel, não quiseram ficar dando aulas a George, temendo que esses estudos
influenciassem o estilo dele, que tinha influências do jazz. Foi nessa época
que George Gershwin escreveu An American in Paris. Embora essa
criação tenha recebido avaliações negativas em sua primeira apresentação, em 13
de dezembro de 1928, depois ficou sendo na Europa e nos Estados Unidos o que é
chamado de standard do jazz.
A sua composição Porgy and Bess,
baseada no romance Porgy (de autoria de Du Bose Heyward), em
1935, que Gershwin considerava como uma “ópera folk”, foi a mais ambiciosa
composição dele. Segundo análise de especialistas, é a mais importante ópera
americana do século XX. Todos os cantores e atores
são negros e a música combina elementos da música popular, influenciada pela
música negra e tem técnicas de ópera.
Há estudiosos da música de George, que dizem que a
herança cultural judaica dele influenciou na sua criação, em especial as
melodias litúrgicas que ele ouvia em sua infância. Citam como exemplo,
o solo de clarinete que abre a "Rhapsody in Blue", que traz a
influência da Chazanut, um canto litúrgico judaico.
Nas obras sinfônicas de Gershwin a orquestração tem
semelhança com a de Ravel e o concerto para dois pianos de Ravel tem influência
de Gershwin. Já em relação ao Concerto in F de Gershwin, houve
críticas de que seria muito influenciado por obras de Debussy. Quanto às outras
possíveis influências, podem ser citadas as obras de Alban Berg, Dimitri
Shostakovich, Igor Stravinsky, Darius Milhaud e Arnold Schoenberg.
Em relação à sua vida pessoal, George Gershwin teve
um relacionamento amoroso com a compositora Kay Swift. Ele conversava com ela
sobre suas músicas. E a obra Oh, Kay teve esse nome como forma
de homenagear a compositora. Ele também teve um caso com a atriz Paulette
Goddard, que em sua vida foi casada com homens famosos como Charles Chaplin,
Erich Maria Remarque e Burgess Meredith.
Sobre as obras de George Gershwin disse Ravel:
"Pessoalmente eu acho o jazz mais interessante: os ritmos, o jeito que as
melodias são tocadas, as próprias melodias. Eu escutei as obras de George
Gershwin e as achei intrigantes.” Joseph Schillinger , um professor de
composição, que deu aulas à Gershwin, com sua influência russa, foi muito
importante para dar a ele um método de composição. Gershwin era bastante
talentoso em conseguir manipular as formas de música em uma só, como quando ele
combinou ritmos e tonalidades do jazz que descobriu em Tin Pan Alley com
as canções populares da época.
George Gershwin, no início de 1937, passa a ter fortes
dores de cabeça e com sensações estranhas no olfato. Era um tumor no cérebro.
No mesmo ano, em junho, ele participou de um concerto com a Orquestra Sinfônica
de São Francisco. E em julho, aos 38 anos, em Hollywood, ele veio a falecer.
Estava trabalhando nesse tempo na partitura de The Goldwyn Follies.
Frases de George Gershwin:
"A vida é muito parecida com o jazz. É melhor quando você improvisa."
"A originalidade é a única coisa
que conta. Mas o originador usa material e ideias que ocorrem em volta dele e
passam por ele. E fora de sua experiência vem a criação original."
"Eu gosto de pensar em música como
uma ciência emocional."
"Jazz é uma das melhores coisas
que você pode encontrar em sua vida , sempre pode ser seu amigo."
"Quando estou no meu humor normal,
a música pinga dos meus dedos."
"A verdadeira música deve repetir
o pensamento e inspirações das pessoas e a hora."
Sugestão para escutar:
Rhapsody
In Blue: Gershwin
https://www.youtube.com/watch?v=ynEOo28lsbc
______________________________
Márcio José Matos Rodrigues- Professor de História.
Figura:
https://www.google.com/search?q=imagens+de+george+gershwin&sxsrf=ALiCzsbQG3nHo2I5rMYFKGIJ2EggzHdBMg:1657239739234&tbm
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