quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Artigo sobre Trabalho sobre canção de trânsito realizado por alunos de uma escola pública de Belém do Pará em 2008

 








Aproveitando que em Setembro há a Semana do Trânsito no Brasil, resolvi publicar um artigo que eu tinha publicado há vários anos a respeito de um trabalho realizado por alunos meus em 2008. Conservei na íntegra do jeito como eu escrevi em 2009. O trabalho e o artigo foram realizados no contexto da primeira década do século XXI.

 

Trabalho sobre canção de trânsito realizado por alunos de uma escola pública de Belém do Pará em 2008

Em 2008, a convite do professor de História, várias turmas de convênio da escola pública Instituto de Educação Estadual do Pará (IEEP) elaboraram trabalhos para apresentar durante a Semana Nacional de Trânsito em setembro. A turma 3T03 optou por criar uma música que falasse de trânsito. Os alunos se reuniram com o professor, que fez considerações sobre o trânsito como a necessidade da educação para o trânsito; a importância de seguir as normas de trânsito; a cidadania; os direitos dos mais fracos no trânsito;  o respeito que deve haver  entre os participantes do trânsito.

Com base nas orientações do professor, os alunos fizeram uma canção, com uma letra específica sobre o trânsito. Os alunos apresentaram sua obra no dia 25 de setembro ao público (alunos de diversas turmas, professores, técnicos, funcionários da secretaria). Foram distribuídas cópias com a letra da música para que os que assistiam pudessem também cantar. Houve acompanhamento de violão. Segue abaixo a letra da música feita pelos alunos:

 

“Os mal educados atrapalham o trânsito,

Gentileza é fundamental, fundamental.

 

Não adianta esquentar a cabeça,

Não precisa avançar o sinal, o sinal.

 

Dê seta para mudar de pista

Ou para entrar na transversal, transversal.

 

Refrão

Todo mundo tem direito à vida,

Todo mundo tem direito igual.

O pedestre e o ciclista merecem seu respeito,

Não se deve maltratá-los.

 

Prepara o para brisa

Que já vem o temporal, temporal.

 

Espere, não insista com a buzina, desencoste o seu

Do meu metal, meu metal.

 

Devagar para contemplar a vista

Menos peso no pedal, no pedal.

 

Temos que ter cuidado no trânsito,

A rua é de todos etc e tal.

 

Pisca para encostar, com licença, obrigado

Até logo e tchau.

 

Bom dia, boa tarde, boa noite, tudo bem, gentileza é fundamental, é fundamental.”

 

Considerações

O trabalho foi desenvolvido considerando-se a concepção de que a educação para o trânsito é um fator de grande importância para a formação de cidadãos responsáveis no trânsito, que respeitem as normas sociais e a todos os participantes no trânsito.

Conforme diz Hoffman (2003): “A Educação para o trânsito” não é essencialmente um parte integrante da educação social ou educação moral da pessoa, porém delas se deriva, toma seus métodos e procedimentos para despertar a consciência cidadão dos alunos. A Educação para o Trânsito é um aspecto a mais da educação ético-social, entendida como um conjunto de valores, normas, princípios, hábitos, que determina e ajuda a possibilitar a convivência social entre as pessoas, mas com um conteúdo próprio. E ainda: “Os recursos quaisquer que sejam (expressão oral, simulação, exercício de empatia, expressão escrita e artística e a própria análise do comportamento em situações reais), devem ajudar os alunos a refletirem sobre si mesmos, sobre suas atitudes diante das demais pessoas e das instituições sobre as questões sociais que os cercam”. O recurso utilizado no trabalho foi a música. Segundo Rodrigues (1999): “A arte musical, voltada à Educação, exerce grande poder de sensibilização, divertimento e instrução. Além disso, por meio da música, os alunos são capazes de assimilar conteúdos com maior facilidade, desenvolvendo habilidades de comunicação e expressão. O canto possibilita a transmissão de ideias, sentimentos, emoções e amplia as relações sociais”.

A letra da música criada pelos alunos fala de gentileza, paciência, respeito à sinalização, respeito aos pedestres e ciclistas, controle da velocidade. São elementos necessários para existir um trânsito mais seguro. É interessante, no entanto, que os alunos autores da música se colocam como motoristas de carro (“meu metal”) e não como pedestres ou ciclistas, o que seria mais de acordo com a realidade social deles. Assim, permanece a visão forte do carro  no trânsito no imaginário das pessoas. Apesar disso, pode-se considerar como positiva a experiência , pois eles procuraram passar a imagem do bom motorista, o respeito a todos os participantes do trânsito e o respeito às regras. Nenhum dos estudantes era um compositor experiente ou músico formado. Alguns sabiam um pouco sobre como tocar violão. A música, depois de criada pelos alunos, foi ensaiada nos intervalos de aulas para a apresentação no dia marcado.

 

Referências bibliográficas

 

Hoffmann, H. A. Educação como promotora de comportamentos socialmente significativos no trânsito. Comportamento Humano no Trânsito. São Paulo (SP). Casa do Psicólogo. 2003.

 

Rodrigues, J. Educação de Trânsito no Ensino Fundamental, Caminho aberto à cidadania. ABDETRAN. 1999.

 

Transporte Humano. Cidades com qualidade de vida. ANTP. 1999.

 

 Márcio José Matos Rodrigues- Professor de História e psicólogo

 

 

 

 

 

 

 

Poesia Sai Agosto e entra Setembro

 


                                                                                Açaí 

                                                                       

Sai Agosto e entra Setembro

Agosto já é hora!

Vais te embora,

Com o vento.

Houve alegrias?

Sofrimento?

Agora,

É a vez de Setembro.

Eu me lembro,

De uma tia,

Que partiu faz tempo,

Nascida em um dia,

De Setembro.

Lembro de uma bonita moça,

Que conheci certa vez,

Que aniversaria,

Neste mês.

Lembro da primavera,

Que não temos em Belém.

Lembro também,

Que em Setembro mangas caem maduras no chão;

Lembro do dia da independência da nação

E que é época do açaí do bom,

Para alegria da garotada

De cara lambuzada. 

Agosto escuto o som,

De teus passos indo para a saída

E de Setembro caminhando para a entrada.

Dia sete será este ano numa quarta,

Para tristeza dos que gostam de uma emendada,

Com praia e cervejas geladas.

Setembro daqui a pouco verei teu rosto,

Tchau Agosto!

Márcio José Matos Rodrigues

 

 Figura: https://www.google.com/search?sxsrf=ALiCzsaeU7_Pb8zi_Ugr0Aj2qjf45QPq0w:1661962673946&source=univ&tbm=isch&q=imagem+de+a%C3%A7a%C3%AD&fir=0FfQWC1f4bDN4M%252CrLACtF9T

 

 

 


domingo, 28 de agosto de 2022

O músico e maestro brasileiro Pedro da Cruz Salgado

 



 

Em 13 de agosto de 1890 nascia Pedro da Cruz Salgado, em Arrozal do Pirahy, Município de Piraí, estado do Rio de Janeiro. Ele foi instrumentista, compositor e maestro. Compôs principalmente dobrados e valsas. Foi chamado de “Rei dos Dobrados”. Escreveu em 1920 o dobrado "Dois Corações",considerado o hino das bandas de música do Brasil. Seus pais eram Augusta Gonçalves Salgado e Bibiano da Cruz Salgado. Quando Pedro Salgado tinha somente um ano de idade, o seu pai faleceu.

Com a morte de seu pai, sua mãe teve de mudar-se em 1892 com ele e seu irmão Antônio, para  Taubaté, no estado de São Paulo. E em 1896 eles mudaram para a cidade paulista de Aparecida. A mãe fazia serviços cuidando de paramentos nas igrejas, trabalhando como lavadeira e realizando outros serviços particulares.

Foi em Aparecida que Pedro encontrou um ambiente musical favorável e começou seus estudos de música. Sendo uma cidade onde havia uma atmosfera religiosa, existiam grupos musicais em especial voltados para música sacra. E, assim, Pedro passou a ir para onde estavam as bandas de música, pedindo aos músicos para carregar seus instrumentos.

Aos dez anos de idade, ele liderou uma banda com outros meninos, na qual os instrumentos eram feitos de talos de mamoeiro, batendo tampas de panela. Foi com 15 anos que aprendeu as notas musicais, passando a integrar uma das bandas de música de Aparecida, tocando trombone, tendo como professor o maestro Antonino Silva. Depois passou a tocar outros instrumentos como o trompete e o eufônio, que no Brasil ficou conhecido como Bombardino.

A primeira composição de Pedro foi o dobrado Estrela do Norte, entre 1905 e 1906. Casou-se em 1910 e sua esposa faleceu em 1924.

Com músicos de Aparecida formou em 1915 a Corporação Musical de São Benedito, compondo músicas que lhe pediam, pois tinha dificuldades financeiras e precisava se manter. De dia era gráfico e à noite era músico. A banda durou 15 anos. As encomendas de músicas vinham de maestros e músicos e bandas civis, principalmente de outras cidades. Essas encomendas lhe proporcionaram ganhos que o ajudaram financeiramente por anos.

Entre as músicas encomendadas estavam dobrados, valsas, maxixes, fantasias, marchas religiosas, sendo que cada tipo tinha seu valor, como os dobrados, que custavam 130 Réis e alguns até mesmo 160 Réis.

Foi a música “Dois Corações” que impulsionou a carreira de Pedro e consolidou seu nome entre as Bandas de Música. A partir dessa composição o número de encomendas de músicas aumentou e ele ficou famoso como "o compositor de Dois Corações”.

Em 1944, Pedro vai para a cidade de São Paulo se estabelecer em uma modesta moradia. Ficou trabalhando como músico trombonista em um circo. E continuava a fazer músicas sob encomenda. Em 2 de janeiro de 1946 registrou-se como sócio da União Brasileira de Compositores e nesse ano começou a trabalhar como funcionário público na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Suas composições passaram a ser tocadas nas rádios Tupi e Bandeirantes, em São Paulo. O dobrado Dois Corações foi gravado em 1956 pela primeira vez.

Com a criação da Ordem dos Músicos do Brasil, em 1960, Pedro Salgado se inscreveu, ficando com a carteira de número 1.280. Muitas rádios do Brasil tocavam suas músicas e elas também eram tocadas por várias bandas pelo país.

Pedro Salgado foi homenageado com a Batuta de Prata da Música Brasileira, na ocasião em que completava 65 anos de vida artística. Esse tipo de homenagem tinha sido dado somente a Carlos Gomes e Villa-Lobos. A cerimônia foi 22 de dezembro de 1965, em um auditório no distrito de Morro Grande, que atualmente faz parte do município de Guarulhos, em São Paulo.

Em abril de 1973, a Academia Brasileira de Belas Artes concedeu a Pedro o diploma de conceituado compositor, regente, maestro e músico. Nesse mesmo ano, em 28 de setembro, aos 83 anos, Pedro Salgado faleceu. A causa da morte foi broncopneumonia e AVC. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Dom Bosco, em São Paulo. No ano de sua morte, Pedro estava vivendo com graves dificuldades financeiras. Um total de 1.126 músicas registradas foram encontradas com a assinatura de Pedro Salgado. Mas o numero pode ser muito superior a isso, porque muitas foram vendidas sem terem sido registradas ou guardadas cópias por ele. Dessas músicas registradas, cerca de 300 são valas e mais de 400 são dobrados. Pedro compunha hinos, fantasias, marchas, tangos, baiões, maxixes, mazurcas, sambas e no estilo Fox Trot

“Dois corações”, em 1971, recebeu letra de Ariovaldo Pires, e foi gravada pelo grupo vocal Titulares do Ritmo no LP “Titulares dos troféus” da Entré/CBS. Em 1973 essa música foi incluída no LP “Bandinha de Sucupira” da RCA Victor com gravações referentes à novela “O bem amado” da TV Globo.

Segundo Alexandre M. L. Barbosa:

“Dona Augusta, mulher simples e carregada de amor aos filhos e fibra para o trabalho, ficou com a árdua tarefa de cuidar dos filhos Pedro e Antonio, o que fez com a tenacidade dos fortes.

Em 1892, porém, diante do agravamento das dificuldades, Dona Au­gusta, na esperança de dias melhores, mudou-se, com os meninos, para a cidade de Taubaté, importante centro urbano do Vale do Paraíba Paulista e onde residia o seu irmão mais velho. Dois anos mais tarde, transferiu-se para Quiririm, distrito da mesma cidade, a fim de morar com sua mãe, que lá residia.

A convite do Cônego Antonio Marques Henriques, em 1896, o padrasto de Dona Augusta, que era jornalista, transferiu-se com a família para Aparecida e fixou residência na rua Monte Carmelo.

O jornalista atendeu ao pedido do Cônego para ser redator do jornal "Luz D'Apparecida", um periódico de circu­lação semanal e que era um dos mais antigos da região e encontrava proje­ção nacional.

Ainda assim, a situação não ficou mais amena para a família do peque­nino Pedro. Dona Augusta conti­nuou trabalhando, arduamente, cuidando de tarefas domésticas como lavar e passar roupas "pra fora" e fazendo pequenos serviços para a igreja.

Em Aparecida, o menino Pedro Salgado, então com seis anos, encontrou um rico ambiente musical que despertou o seu gosto pela arte e, poste­riormente, favoreceu o desenvolvimen­to de seu talento.

Imerso entre músicos de elevada capacidade de composição e execução, Pedro da Cruz Salgado passou a infância ouvindo composições primorosamente executadas por expressi­vos nomes da música local.

Encantado pela música, o humilde menino era presença garantida na audiência das bandas de música da cidade. Junto ao coreto, dificilmente perdia as retretas. A impertinência do petiz acabava sempre por vencer a mãe que acabava cedendo aos insistentes pedidos. Era quase impossível contê-Io em casa quando havia banda na rua.

Não bastasse ouvir, também acom­panhava os músicos comprazendo-se com um pequeno mimo: frequente­mente pedia para carregar os instru­mentos dos músicos da banda e, ge­ralmente atendido, com galhardia e or­gulho os empunhava. Era comum ver o menino perfilado com a banda carregando um piston(...)”

Sugestão para escutar: 

Dobrado Dois Corações - Pedro Salgado

 https://www.youtube.com/watch?v=mMSsZ-zrlQs

________________________________________

Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História


Figura:

https://www.google.com/search?q=imagem+do+maestro+pedro+salgado.&sxsrf=ALiCzsb4Y-oTHfWUp5xazaZw7ioP4i0pGw%3A1661746293310&source=h

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Poesia Meus Sois

 


                                                                              Sol nascente


Meus sois


Eu te dou meu sol,

Todos os dias,

Na esperança,

Vã?

De que sorrias,

Fazendo linda a minha manhã.

Eu te dou meu sol nascente,

Como quem dá a sua amada amante

A mais doce maçã,

Ou uma canção

Com cheiro de hortelã.

Meu sol é luz que se acende

Na escuridão.

É quente,

Tu sentes

O calor?

Meu sol não se compra,

Não se vende.

É meu sol que te dou,

Um sol repleto de amor.

E se o sol nascente não te é suficiente,

Eu te darei também,

Meu bem,

Eu te darei sim,

O meu sol poente,

Que anuncia o fim,

De uma tarde bela,

Desejando para ti,

Uma noite repleta de estrelas!



                                                             Sol poente


Fotos: Márcio Rodrigues


Márcio José Matos Rodrigues


quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Poesia: Sabor de chocolate

 

 







 Sabor de chocolate


Sonho com seu corpo,

Amanteigado.

E com seus lábios,

Adocicados,

Com o gosto de geleia,

De bacuri.

Ah! Ouço você rir,

Numa gargalhada gostosa,

Dizendo para a manhã linda, 

Que ela é bem vinda.

Seus olhos como  diamantes,

Tão belos,

Fascinantes, 

Refratam a luz.

Há um cheiro de café em seus cabelos,

Com uma canção você me seduz

E me conduz

Ao paraíso

Com um sorriso.

E então com um beijo sensual,

Você me vence afinal,

E me dá um xeque-mate,

Iluminando minha tarde

E deixando minha noite

Com um sabor de chocolate!

Márcio José Matos Rodrigues

Figura: https://www.google.com/search?q=imagem+de+chocolate&sxsrf=ALiCzsaw9Muf8IZEUAMxkn-o5TsPFk3p8w%3A1661385005442&ei=LbkGY-TIGu_31sQPka-SyAk&ved=



Poesia : Quando o sol nasce

 


Foto: Márcio Rodrigues


Quando o sol nasce

  

Todo dia,

O sonho se reconstrói, 

Quando o sol nasce;

Uma lembrança doi,

A esperança renasce,

Para me dizer: "oi".

A roseira cresce,

Neste momento 

Uma deusa desce

Do Olimpo,

Com seus olhos lindos

Para o atendimento 

A uma prece que eu fiz. 

Ah! Eu sou feliz, 

A cada vez que o cheiro bom do café 

Acaricia meu nariz . 

Eu fico ouvindo você me dizer:

"Este café eu fiz

Para você ".

Diz para mim,

Em um português ruim,

O meu ser: 

" Me engana!"

Ah! Assim você me ganha ,

De manhã,

Com suas manhas.

Nós ali sem grana,

O café e nossos corpos a ferver

E o sol a nascer!

Marcio José Matos Rodrigues.


sábado, 20 de agosto de 2022

A história da canção Sweet Child o' Mine do Guns N’ Roses

 







Em agosto de 1988 foi lançada nos Estados Unidos a canção Sweet Child o' Mine do famoso conjunto de rock Guns N’ Roses, tendo como destaque Axl Rose. O conjunto tem diversos sucessos em sua existência como Patience, Sweet child o’ mine, Civil War, Welcome to the Jungle etc.

A canção Sweet Child o' Mine foi incluída no álbum de estréia do grupo, Appetite for Destrution. O lançamento foi em disco de vinil, fita Cassete e CD. A gravação foi em 1987. A gravadora foi a Geffen. Os autores foram três dos componentes do Guns:  Axl Rose, Slash, Izzy Stradin. A canção foi lançada como o terceiro single do álbum. Tornou-se o único single número um da banda nos Estados Unidos e liderou a parada Billboard Hot 100 por duas semanas em setembro de 1988. É um dos grandes hits do século XX. A canção foi classificada pela Billboard como a quinta melhor canção de 1988 e ela foi relançada em 1989, tendo ficado em ótima colocação na UK Singles Chart.  A canção ficou na 37ª colocação da lista dos 100 melhores solos de guitarra, pela revista Guitar World. Também foi premiada pela revista Rolling Stone. Está na 196ª posição entre as 500 maiores canções de todos os tempos e alcançou a primeira posição na lista da revista Total Guitar por ter o mais famoso riff da história do rock.

Sobre o surgimento da canção, Slash, Duff e Izzy encontravam-se na sala de estar perto da lareira, onde Slash estava tocando a introdução de "Sweet Child O' Mine", enquanto Izzy e Duff tocavam os acordes por trás dela. Axl ouviu e passou a escrever a letra.

A letra da canção foi feita por Rose inspirada em um grande amor de sua vida, a modelo Erin Everly, filha do cantor Don Everly, do conjunto Everly Brothers. A "doce criança" que está na letra é Erin.  Ela apareceu em um vídeo clip da música. Foi um relacionamento turbulento. Eles se casaram em 28 de abril de 1990 em Las Vegas, mas se separaram em 1991. Ele tem uma personalidade marcada por traumas na infância e adolescência, o que pode ter tido forte influência em comportamentos e em seus relacionamentos amorosos.  Axl chegou a oferecer metade dos royalties da música, alegando que nunca poderia ter composto a letra se não fosse ela, que foi sua inspiração. Mas ela não aceitou. Mesmo com o rompimento do casamento, Axl tentou reatar e escreveu as canções “November Rain” e “Estranged” sobre sua relação complicada com Erin.


A seguir alguns comentários sobre a canção:


1- Renata Arruda, em Analisando Letras :


“(...) Escrita para um grande amor de Axl Rose, Sweet Child O’ Mine tem um significado romântico, que chega a ser até tocante quando olhamos a letra mais de perto. Vem saber mais sobre isso em nossa análise!

Significado da música Sweet Child O’ Mine

Sweet Chil O’Mine é uma música romântica que faz homenagem à primeira esposa de Axl Rose, a ex-modelo Erin Everly.

Filha de Don Everly, um dos vocalistas da dupla pop The Everly Brothers, Erin é considerada a grande paixão da vida de Axl Rose.

O casal começou a namorar em 1986 e se casou em 1990, mas o romance não durou muito: em 1991, eles se separaram de forma turbulenta, em meio a acusações de violência doméstica.

Axl e Erin namoravam quando a canção foi escrita e pode-se perceber o quanto o cantor estava completamente apaixonado. Após a faixa se tornar um grande hit, ele ofereceu metade dos lucros de Sweet Child O’ Mine a ela, que recusou o dinheiro.

Análise de Sweet Child O’ Mine

Vem ver nossa análise desse grande hit do Guns N’Roses, estrofe por estrofe:

She’s got a smile that it seems to me (Ela tem um sorriso que me parece)
Reminds me of childhood memories (Lembrar de memórias de infância)
Where everything was as fresh (Onde tudo era fresco)
As the bright blue sky (Como o brilhante céu azul)

O compositor começa afirmando que o sorriso da sua amada o remete às memórias da infância; ou seja, o transporta para uma época mais simples, em que ele era inocente e via alegria nas coisas.

Considerando que Axl Rose teve uma infância traumática, sofrendo abusos sexuais do pai e espancamentos do padrasto, a estrofe acima é particularmente tocante e mostra o quanto o cantor associava o sorriso da namorada aos breves momentos de felicidade que viveu quando era pequeno.

Now and then when I see her face (De vez em quando eu vejo seu rosto)
She takes me away to that special place (Ela me leva para aquele lugar especial)
And if I stare too long (E se eu olhasse por muito tempo)
I’d probably break down and cry (Provavelmente perderia o controle e choraria)

Ele continua dizendo que o rosto da mulher que ama, às vezes, o leva até aquele lugar especial. Ou seja, àquele momento no tempo em que ele conseguia ser feliz apesar da realidade complicada em que vivia.

Em outras palavras, o que o letrista está dizendo é que contemplar o rosto da namorada provoca nele a mesma sensação de paz e felicidade que tinha nos momentos de alegria.

Essa emoção é tão forte que, caso admirasse sua amada por muito tempo, ele acabaria chorando.

Oh, oh! Sweet child o’ mine (Oh, oh! Minha doce criança)
Oh, oh, oh, oh! Sweet love of mine (Oh, oh, oh, oh! Meu doce amor)

Permanecendo no contexto da infância, o compositor associa sua namorada a uma criança, a colocando em um lugar de inocência e pureza, alheia às maldades do mundo.

She’s got eyes of the bluest skies (Ela tem olhos dos céus mais azuis)
As if they thought of rain (Como se eles pensassem na chuva)
I hate to look into those eyes (Odeio olhar para dentro daqueles olhos)
And see an ounce of pain (E ver um pingo de dor)

De fato, os olhos de Erin Everly são de um azul límpido como um céu sem nuvens. Assim, ele faz uma metáfora, dizendo que qualquer sinal de tristeza nos olhos dela seriam como um prenúncio de chuva.

Apaixonado, ele declara que não consegue suportar ver nenhum sinal de dor no olhar da mulher que ama.

Her hair reminds me of a warm safe place (O cabelo dela me lembra um lugar quente e seguro)

Where as a child I’d hide (Onde como uma criança eu me esconderia)
And pray for the thunder and the rain (E rezaria para que o trovão e a chuva)
To quietly pass me by (Passassem quietos por mim)

Aqui ele associa o corpo de sua namorada a um local seguro.

O contato com os cabelos dela faz com que ele se sinta acolhido e protegido, como se sentia no lugar onde se escondia para fugir dos horrores que sofria quando era criança.

Oh, oh! Sweet child o’ mine (Oh, oh! Minha doce criança)
Oh, oh, oh, oh! Sweet love of mine (Oh, oh, oh, oh! Meu doce amor)

Podemos perceber que a mulher amada é retratada na letra como a pessoa a quem ele pode recorrer em seus momentos mais difíceis. E ele a ama por isso.

Where do we go? (Para onde vamos?)

Where do we go now? (Para onde vamos agora?)
Now, now, now, now, now, now, now? (Agora, agora, agora, agora, agora, agora, agora?)

Sweet child (Doce criança)

Sweet child o’ mine (Minha doce criança)

No contexto da letra, podemos entender os versos acima como um questionamento sobre qual direção a relação iria tomar a partir de agora.

Em sua autobiografia, Slash conta que os versos Para onde vamos? Para onde vamos agora? foram uma sugestão do produtor Spencer Proffer, que queria que a música tivesse um breakdown, um momento de queda, antes de terminar.

Como a banda não sabia o que fazer, Axl começou a perguntar “para onde vamos? para onde vamos agora?”; então, o produtor sugeriu que ele simplesmente cantasse essas frases e o problema foi resolvido! (...)

(...)  Slash não é um grande fã de Sweet Child O’ Mine. Em 2019, o guitarrista explicou a um programa de TV australiano o motivo: segundo ele, o fato de ser uma balada romântica o incomodava:

Eu era o cara que, a princípio, não era muito fã de Sweet Child O’ Mine, não por causa do riff, mas sim pelo tipo da música. Na época, éramos uma banda que tocava algo mais pesado e essa música é tipo uma balada, com ritmo mais calmo. Mas ao longo dos anos fui passando a gostar (...)”


Para André Luiz Fernandes, jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e redator do site Ei Nerd desde 2017:

"A famosa introdução surgiu de algo que o músico denominou ao longo dos anos como uma “melodia de circo” ou “exercício” que ele fez durante um ensaio informal, na sala da casa onde os membros do GN’R moravam. O próprio guitarrista não deu a menor importância para a melodia que havia acabado de conceber, como relembrou em entrevista para a Total Guitar em 2012, resgatada pelo site uDiscoverMusic:

“Inicialmente era só um riff legal que eu criei. Era um padrão interessante e bem melódico, mas eu não acho que teria mostrado para a banda e dito ‘ei, eu tive essa ideia’ porque aconteceu de eu criar enquanto estávamos relaxando juntos.”

Felizmente, o guitarrista Izzy Stradlin se interessou pela passagem e imediatamente criou uma base. O baixista Duff McKagan e o baterista Steven Adler acompanharam na sequência:

Enquanto a jam acontecia na sala, o vocalista Axl Rose ouvia o som em seu quarto, no andar de cima da casa. Logo ele se lembrou de uma composição na qual estava trabalhando.

Amor e infância

Na época, pouco antes do lançamento do álbum de estreia do GN’R, Axl Rose estava em um relacionamento com Erin Everly, a filha de Don Everly, dos Everly Brothers. O cantor tinha uma letra escrita sobre o namoro e quando ouviu a ideia, teve a ideia de encaixar o tema à música.

Além da óbvia conotação romântica, a letra de Rose também traz lembranças de sua infância, incluindo o “céu azul”. O vocalista comentou sobre o assunto durante uma entrevista ao Los Angeles Times em 1991:

“O verso do ‘céu azul’ é uma das minhas primeiras memórias da infância – olhar o céu azul e desejar que eu pudesse desaparecer nele, porque era tão bonito.”

Axl também se inspirou em uma banda mais antiga para trazer o feeling romântico e “caseiro” de “Sweet Child O’ Mine”: o Lynyrd Skynyrd. Como ele disse em 1987, em entrevista a Paul Eliot, a banda de southern rock era incontestável em Indiana, onde ele cresceu:

“Em Indiana, o Lynyrd Skynyrd era considerado Deus – ao ponto de eu acabar dizendo ‘eu odeio essa p*rra de banda!’ E mesmo assim, para ‘Sweet Child’, eu fui e peguei algumas fitas antigas do Skynyrd para ter certeza de que teríamos aquele feeling caseiro, sincero.”

Para onde vamos agora, Guns N’ Roses?

“Sweet Child O’ Mine” só foi ganhar forma a partir das gravações que o Guns N’ Roses fez com o produtor Spencer Proffer. Foi ele quem sugeriu que a música tivesse uma “parada” em seu final, além de ajeitar alguns versos e pontes.

Neste momento, a banda começou a pensar, e Axl Rose dizia em voz alta “para onde vamos agora?” (“where do we go now?”).

Dito e feito: Proffer sugeriu que Axl cantasse essa dúvida e a música, como a conhecemos, estava terminada.

O resultado de “Sweet Child O’ Mine”

O álbum “Appetite for Destruction” foi lançado em julho de 1987, mas seus primeiros dois singles não se saíram bem. “It’s So Easy” praticamente não obteve repercussão, enquanto “Welcome to the Jungle” ganhou alguma relevância devido ao clipe na MTV – muito pedido por telefone após ser exibido pela primeira vez de madrugada.

Mas foi só em junho de 1988, quase um ano depois do lançamento do álbum, que “Sweet Child O’ Mine” foi divulgada como single e ganhou seu videoclipe. A partir daí, o Guns N’ Roses estourou de vez.

Curiosamente, a canção nunca foi uma das favoritas de Slash. Fora o ritmo mais romântico, uma das principais críticas do guitarrista ao próprio riff era a dificuldade de tocá-lo do jeito certo quando estava bêbado.

Mas ele teve que se acostumar. É impossível imaginar um show do Guns N’ Roses sem “Sweet Child O’ Mine”. A música também fez parte dos repertórios da carreira solo do próprio músico.

Como single, os números foram ótimos: a canção alcançou o primeiro lugar da parada da Billboard, nos Estados Unidos, e chegou ao top 10 na Irlanda, Reino Unido, Nova Zelândia e Canadá. Tornou-se um hit atemporal, de modo que recentemente se tornou o tema central da trilha sonora do filme “Thor: Amor e Trovão” (2022), da Marvel .”

Letra e Tradução para a língua portuguesa

Sweet Child O' Mine

She's got a smile that it seems to me
Reminds me of childhood memories
Where everything
Was as fresh as the bright blue sky

Now and then when I see her face
She takes me away to that special place
And if I stare too long
I'll probably break down and cry

Oh, oh, oh
Sweet child o' mine
Oh, oh, oh, oh
Sweet love of mine

She's got eyes of the bluest skies
As if they thought of rain
I hate to look into those eyes
And see an ounce of pain

Her hair reminds me of a warm safe place
Where as a child I'd hide
And pray for the thunder
And the rain
To quietly pass me by

Oh, oh, oh
Sweet child o' mine
Oh, oh, oh, oh
Sweet love of mine

Oh, oh, oh, oh
Sweet child o' mine
Uh, uh, uh, uh
Sweet love of mine

Where do we go
Where do we go now
Where do we go
Where do we go
Where do we go now
Where do we go now
Where do we go
Where do we go now
Where do we go now
Where do we go
Where do we go now
Where do we go
Where do we go now
Where do we go
Where do we go now

Sweet child
Sweet child o' mine

 

Minha Doce Criança

Ela tem um sorriso que me parece
Trazer a tona recordações da infancia
Onde tudo era
Fresco como o límpido céu azul

Às vezes quando olho seu rosto
Ela me leva para aquele lugar especial
E se eu fixasse meu olhar por muito tempo
Provavelmente perderia o controle e começaria a chorar

Oh, oh, oh
Minha doce criança
Oh, oh, oh, oh
Meu doce amor

Ela tem os olhos como os céus mais azuis
Como se eles pensassem em chuva
Detesto olhar para dentro daqueles olhos
E enxergar o mínimo que seja de dor

Seu cabelo me lembra um lugar quente e seguro
Onde, quando criança, eu me esconderia
E rezaria para que o trovão
E a chuva
Passassem quietos por mim

Oh, oh, oh
Minha doce criança
Oh, oh, oh, oh
Meu doce amor

Oh, oh, oh, oh
Minha doce criança
Uh, uh, uh, uh
Meu doce amor

Para onde vamos
Para onde vamos agora
Para onde vamos
Para onde vamos
Para onde vamos agora
Para onde vamos agora
Para onde vamos
Para onde vamos agora
Para onde vamos agora
Para onde vamos
Para onde vamos agora
Para onde vamos
Para onde vamos agora
Para onde vamos
Para onde vamos agora

Doce criança
Minha doce criança

  

Sugestões para escutar ou assistir:


Guns N' Roses - Sweet Child O' Mine (Official Music Video)


https://www.youtube.com/watch?v=1w7OgIMMRc4

Guns N' Roses - Sweet Child O' Mine (créditos/cena final) | Trilha-Sonora de Thor: Amor e Trovão

 

https://www.youtube.com/watch?v=QAfB1V9_3Vg


Que músicas do GUNS N ROSES tocam no filme do THOR Amor e Trovão?

https://www.youtube.com/watch?v=kHoTflJANKA

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Márcio José Matos Rodrigues


Figura:

https://www.google.com/search?sxsrf=ALiCzsY3cbFD2_u3VCIw0DLpJKSlanyyOQ:1661044322523&source=univ&tbm=isch&q=imagem+de+guns+N+roses+tocando