Continuando meus artigos
sobre aniversariantes famosos de junho, este artigo é sobre o revolucionário
mexicano “Francisco (Pancho) Villa”, cujo nome na verdade era José Doroteo
Arango Arámbula, que nasceu em San Juan
del Rio, Durango, em 5 de junho de 1878. O nome de Francisco Villa foi porque
ele viu a necessidade de não expor seu verdadeiro nome, pois quando jovem se
encontrou ameaçado de morte e Pancho é o apelido de Francisco na língua
espanhola.
“Pancho Villa”, que em
sua vida teve vários filhos com oito mulheres, viveu até os 16 anos como
trabalhador no campo e foi acusado com essa idade de ter atirado em um
fazendeiro que abusou de sua irmã. Fugiu para as montanhas onde se juntou a
bandidos. Apoiou como chefe de uma guarnição militar o líder político da
oposição Francisco Madero contra o presidente Porfírio Diaz, ditador do México,
ligado a interesses de empresas dos Estados Unidos e a grandes fazendeiros. Um
ano depois, Madero assume o governo mexicano e Villa é exilado. Em 1912, o
general golpista Victoriano Huerta, que viria a depor Madero e se tornou presidente, condenou Villa à morte
devido a sua rebeldia.
Refugiado nos Estados
Unidos depois da morte de Madero e o começo da ditadura de Huerta, Villa volta
ao México para lutar contra o ditador e se alia às forças de Venustiano
Carranza, que fazia parte da oposição.
No início da Revolução
Mexicana Villa Vendeu direitos de filmagem de suas batalhas para conseguir
dinheiro para suas forças. Nessa época foi feito então um filme que foi
refilmado em 2003 com Antonio Banderas como “Pancho Villa”.
A união política de
“Pancho Villa”, Carranza, Álvaro Óbregon e Emiliano Zapata (líder popular
revolucionário do sul do México) passa a enfrentar militarmente a ditadura de
Huerta. Villa na ocasião recebeu o comando de 40 mil homens de cavalaria.
O regime de Huerta é
derrubado, mas Villa se coloca na oposição ao novo presidente Carranza. Com o
controle do norte do país em suas mãos, Villa passa a combater uma força
expedicionária dos Estados Unidos e consegue escapar.
Villa depôs suas armas em 26 de junho de 1920,
tendo assinado os convênios de Sabinas, retirando-se na fazenda de Canutillo,
em Durango, que o governo lhe havia concedido em propriedade por serviços
prestados pela revolução. Passou então a administrar a fazenda e começou
sistematicamente a procurar os tesouros que tinha ocultado em diversos
esconderijos.
Em 1923, o general Plutarco Elías Calles, temendo um
levante camponês, ordenou que “Pancho Villa” fosse assassinado. Ele levou 150
tiros de oito atiradores (que tinham ligação com a polícia secreta mexicana)
quando dirigia seu carro próximo à cidade de Parral, em Chihuahua, em 23 de julho. Villa tinha somente 45 anos.
Apesar de enterrado, o
túmulo de “Pancho Villa” foi violado e sua cabeça arrancada. Por ódio, inimigos
seus espalharam uma imagem de ser um pistoleiro alcoolatra e cruel
Sua luta em favor dos
camponeses desfavorecidos levou Villa a se tornar um ídolo das camadas pobres,
um mito mundial e seu nome foi dado no México a ruas, estádios de futebol,
poemas e livros.
.
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Batalhas importantes nas quais "Pancho Villa
teve participação":
Batalha de Ciudad Juárez
Ocorreu em Ciudad Juárez em abril e maio de 1911
entre forças de Porfírio Diaz e forças ligadas a Francisco Madero, que tinha em
seu exército os comandantes Pascual Orozco e Francisco (“Pancho) Villa. A
guarnição porfirista da cidade foi sitiada por vários dias e rendeu-se após
dois dias de combates. A queda dessa cidade e também a de Cuautla, em Morelos,
por Zapata, foram eventos que levaram o presidente Porfírio Diaz a desistir na
sua resistência e deixou o cargo, terminando a primeira fase da Revolução
Mexicana.
Batalha de Zacatecas (1914), também conhecida como Tomada
de Zacatecas.
Foi uma batalha da campanha para tirar do poder o
presidente mexicano golpista, VictorianoHuerta. “Pancho Villa”, em 23 de junho
de 1914, com sua Divisão do Norte, com cerca de 20 mil homens, derrotou
decisivamente as forças do general Medina Barrón em Zacatecas. Depois dessa vitória importante sobre as
tropas de Huerta, este ficou muito enfraquecido e renunciou em 15 de julho de
1914.
Celaya (1915)
Combates entre forças
villistas e as de Obregon causaram cerca de 14 mil mortos e feridos entre os seguidores
de Villa, vitimados em sua maioria por tiros de metralhadoras. Há estudiosos
que chegam a falar em 30 mil mortos e feridos entre os villistas.
Agua Prieta
Villa, com os combatentes
que lhe sobraram após o massacre de Celaya, quando chegou a noite, aproximou-se
do lugar chamado Agua Prieta e lá houve uma emboscada governista na qual foram
usados foguetes luminosos para iluminar o terreno onde estavam os villistas,
que foram surpreendidos.
Tanto Celaya como Agua
Prieta foram vitórias militares das forças do presidente Carranza porque este contava com o apoio dos
Estados Unidos, que permitiram o uso mexicano de ferrovia no seu território e
também forneceram moderno armamento.
Essa ajuda externa fez com que os villistas encarassem os EUA como o
maior inimigo.
Batalha de Santa Isabel
Revidando contra os Estados Unidos, Villa mandou
emboscar 17 engenheiros texanos que estavam no México convidados pelo governo
mexicano e que eram transportados em um trem para a localidade de Santa Izabel.
Esse ato foi contra o apoio dos Estados Unidos à Carranza e contra o governo
deste, acusado por Villa de ter vendido o México.
Columbus
Em 9 de março de 1916, esta pequena cidade do Novos
México, nos EUA, sofreu um ataque de 500 homens de Villa. Lá perto existia um
forte de cavalaria, Camp Furlong, com 350 soldados, que foi tomado. A cidade
foi incendiada e saqueada. O ataque provocou a reação do presidente Wilson dos
Estados Unidos que mandou ao México uma expedição punitiva contra Villa.
Expedição dos Estados Unidos ao
México
Como resposta ao ataque a Columbus, foi mandada uma
força liderada pelo general John Pershing. Ele era um veterano da guerra contra
a Espanha em 1898 e da repressão a uma rebelião nas Filipinas. Foram usados na
perseguição a Villa modernos armamentos, com aviões e veículos de combate e
4800 homens, entre eles o futuro general Patton, que ficou famoso na Segunda
Guerra Mundial como comandante de divisões blindadas. A força punitiva chegou a
entrar quase 480 km em Chihuahua, México.
Villa, apesar de perseguido, foi ágil e esperto e
conseguiu se esconder na Sierra Madre, não sendo encontrado nem por voos de
reconhecimento. Essa intervenção quase levou a uma guerra entre Estados Unidos
e México por causa de um conflito entre soldados dessa força estrangeira e os
habitantes de uma cidade mexicana. A expedição punitiva voltou aos Estados
Unidos no início de 1917 sem conseguir pegar Villa. Nessa época estava
acontecendo na Europa a Primeira Guerra Mundial na qual haveria a significativa
participação da potência norte-americana.
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História
Figura: https://www.google.com/search?q=imagem+de+Pancho+Villa&client=firefox
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