O filósofo iluminista,
precursor do romantismo,teórico político e escritor suiço Jean-Jacques Rousseau
nasceu em Genebra, em 28 de junho de 1712.
Um de seus pensamentos era de que era preciso uma nova educação para as
crianças de acordo com a Natureza, para que elas desenvolvam seus sentidos e a
razão para ter liberdade e capacidade de julgar.
Sua mãe faleceu nove dias
após o seu parto. Assim, o filósofo foi criado por seu pai, Isaac Rousseau, um
relojoeiro calvinista, neto de um huguenote fugido da França.
Quando adolescente,
Rousseau foi estudar numa escola religiosa com regras severa e em uma de suas saídas para ver os campos não
encontrou abertos os portões da cidade.Então passa a vagar pelo mundo.
Tornou-se amante de uma senhora rica e protegido
por ela desenvolve uma atenção para a música e a filosofia. Com o declínio
financeiro dessa senhora, ele vai com outra amante para Paris.
Em Paris, tendo feito inovações em relação ao campo
musical, foi convidado por Diderot para escrever a respeito na Enciclopédia.
Uma das óperas de Rousseau, O Adivinho da
Vila obteve sucesso. Ganhou um prêmio em 1750 em um concurso acadêmico da
cidade de Dijon com seu Discurso sobre as
Ciências e as Artes.
Ficou famoso entre os membros da elite de Paris e
passa a ser convidado a expor suas ideias em discussões e jantares, mas o
ambiente não o agradou.
Escreveu a obra Emílio ou da Educação, na qual diz
como devem ser educadas as crianças. Porém, anos antes, seus cinco filhos com
sua amante parisiense foram mandados por ele para um orfanato.
Partes do livro
Emílio causaram perseguições a ele, sendo criticado duramente em Paris e
Genebra. Rousseau não aceitava a religião revelada e por isso sofreu censuras
fortes. Acreditava em uma religião natural na qual Deus seria encontrado pelos
homens em seus corações. Teve obras suas queimadas.
No romance A Nova Heloisa, defende a moral e a
justiça. Teve como inimigo o também iluminista Voltaire, que discordava de
ideias de Rousseau. Na obra Confissões responde
a diversas críticas de Voltaire.
Na parte política, procura em Do Contrato Social,
de 1762, um Estado social próximo à vontade geral, defendendo um poder nas mãos
do povo, por meio de um corpo político de cidadãos. Para Rousseau: "O
Homem nasce bom e a sociedade o corrompe. " Ele dizia que é preciso
reduzir a desigualdade social para se chegar à vontade geral, porque dessa
maneira as opiniões, conceitos e vontades seriam mais próximos e estreitos,
assim também haveria maior educação na sociedade e a educação tem que fazer
parte do Estado.
Rousseau (como também outros iluministas) defendia
que a Democracia é superior aos outros
regimes, justamente por permitir livremente o debate, a controvérsia e a
discussão. O Estado, tendo sua importância, não é para ele soberano por si só,
pois suas ações tem que ser dadas em nome da soberania do povo.
Na obra Do
Contrato Social, há a proposta para a formação de um contrato social onde
seja defendida a liberdade com base na experiência política das antigas
civilizações e sejam garantidos os direitos de todos os cidadãos.
Perseguido na França a partir de 1762, devido suas
obras serem consideradas nocivas aos costumes morais e religiosos, vai para
Neuchâtel, uma cidade da Suiça. Foi para a Inglaterra em 1765, a convite do
filósofo David Hume e por lá ficou dois anos morando. Em 1767, voltou à França
e casou com Thérese Levasseur. Depois, tendo levado uma vida na qual produziu
obras escritas e foi perseguido, passou a ficar recluso e solitário,
isolando-se das pessoas, dedicando-se à sua paixão pela natureza. Sobre essa
época há relatos em sua obra "Devaneios de Caminhante Solitário".
Sobre a natureza humana Rousseau definia que é um
equilíbrio perfeito entre o que se quer e o que se tem. Para ele o homem
natural é um ser de sensações e deseja só o que o rodeia, os desejos do Homem
no estado de natureza são os desejos de seu corpo, que são necessidades
físicas. Segundo o filósofo, haveria uma natureza absoluta (N) que gera a
natureza (n) e o estado de natureza. No estado de natureza defendido pelo
filósofo há um estado de liberdade verdadeira, em que as pessoas não são boas
ou más, mas vistas como uma folha em branco. Ele fala desse estado de natureza
em seu livro Discurso sobre a Origem e os
Fundamentos da Desigualdade entre os Homens.
Para o homem natural viver em sociedade, conforme
diz Rousseau, é preciso a razão, que é o instrumento de adaptação humana a um
meio social e jurídico.
Em 2 de julho de 1778, no castelo de Ermenonville
onde estava hospedado, Rousseau falece aos 66 anos.
Algumas
frases de Rousseau:
“A maioria de nossos males é obra nossa e (…) os
teríamos evitado quase todos conservando a maneira de viver simples, uniforme e
solitária que nos era prescrita pela natureza”
“O que o homem perde pelo contrato social é a
liberdade natural e um direito ilimitado a tudo quanto aventura e pode
alcançar. O que com ele ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que
possui.”
A seguir as principais obras de Rousseau:
Discurso Sobre as Ciências e as Artes; Discurso Sobre
a Origem e os Fundamentos da Desigualdade Entre os Homens;Do Contrato Social;
Emílio, ou da Educação; Os Devaneios de um Caminhante Solitário;Confissões.
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História
Figura: https://www.google.com/search?q=imagem+de+Rousseau&tbm
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