Lua
nua
Ó lua,
Deitada nua,
No céu murmura,
Tão delicada e cândida figura.
Quem se compara a ti
Em beleza e formosura?
O menestrel ri,
Bebe e perde a compostura.
Tu lá de cima em celestial leito,
Olha-nos com a sensualidade de Vênus.
E os amantes nus,
Apreciam o teu jeito.
A gentil dama
Sai da cama,
Onde o lençol lhe cobria o peito
Só para te ver do parapeito.
Um poeta melancólico
Declara seu amor,
Em um momento insólito ,
De alcoólico estupor!
O que te passa em pensamento
Ó deusa serena?
Para nós grande no firmamento,
Diante do sol tão pequena.
O astro rei em seu furor,
Seus beijos ardentes
De amor,
A ti matariam com o abrasante calor.
De onde estás vistes a Amazônia em chamas,
Labaredas que lamberam a vegetação.
Ó homens sem bom coração,
Possuídos por um demônio que não ama!
“Há decerto um gélido frio,
Na alma,
De um incendiário!”
O poeta assim proclama!
Lua lança,
A tua doçura,
Para todas as humanas criaturas,
Para que tenham esperança!
Quem sabe assim,
A floresta renasça.
Rodeada por anjos e serafins,
Tu mostrarás toda a tua graça!
Embora tenha havido tal desgraça,
Ainda não é o fim!
A rosa reina esplêndida no jardim
E os namorados se beijam na praça!
Márcio José Matos Rodrigues
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