domingo, 1 de setembro de 2019

Artigo sobre os 80 anos de início da Segunda Guerra Mundial

















Em primeiro de setembro de 1939, há 80 anos, começou a Segunda Guerra Mundial com a invasão da Polônia. Era o começo de uma guerra que terminou somente em 1945, com a rendição do Japão, teve um saldo de mais de 50 milhões de mortos e mais outros tantos de feridos, com centenas de cidades atingidas e economias de vários países arrasadas. 

Na verdade, a política agressiva do Eixo já se fazia sentir anos antes, com a invasão da China por tropas japonesas nacionalistas; depois a anexação da Áustria e dos Sudetos pelos alemães no final dos anos 30 e nessa mesma década houve a invasão da Etiópia pela Itália fascista.

Foi uma guerra marcada por armas de grande destruição, com aviões mais avançados e com maior potencial destrutivo, o que levou ao despejamento de milhares de toneladas de bombas explosivas e incendiárias. Também, se formos comparar com a Primeira Guerra Mundial, o sofrimento dos civis foi bem maior, com populações sendo obrigadas a fugir de suas cidades, com horríveis massacres e uma política de extermínio de povos como os judeus e ciganos europeus, como também milhões de russos mortos por alemães e seus aliados europeus e pelo lado do Japão, a execução de milhões de chineses, parte desse tanto sendo morta por gases venenosos. 

Nunca em uma guerra foram utilizados tantos campos de concentração, onde se praticavam trabalhos forçados e também o assassinato em série em câmara de gás. Os submarinos também foram amplamente utilizados, especialmente pelos alemães, que atacavam não somente naves de guerra, como também navios mercantes e de passageiros. Tanques de guerra mostraram-se uma forma de atacar com rapidez e com potência os exércitos inimigos, muito mais que na grande guerra anterior. Mísseis foram inventados e lançados pelos nazistas, vitimando, em grande parte, habitantes de cidades.

Na primeira fase o Eixo tomou a iniciativa e parecia estar perto da vitória, pois os sucesso iniciais da Alemanha contra franceses e ingleses e contra os soviéticos, assim como do Japão contra os Estados Unidos e Inglaterra no Pacífico e na Ásia podem ter dado ao Eixo a impressão de que poderiam estar perto de vencerem a guerra. Porém, a reação dos Aliados mostrou que estavam longe de perder a guerra, pois a União Soviética valeu-se da amplidão de seus territórios e do clima rigoroso, assim como de suas vastas reservas humanas para serem usadas nos campos de batalha para virar o jogo, situação que foi reforçada para os soviéticos com o fortalecimento de sua indústria de guerra e a ajuda material dos Estados Unidos.  Esse país, se de início tinha oficialmente uma política de neutralidade (embora tenha ajudado muito a Inglaterra com equipamentos nos anos de grandes dificuldades em 1940 e 1941), a partir do momento que houve o ataque a sua base no Havaí passou a aumentar sua produção de guerra, de modo que nem Alemanha ou Japão tinham condições de produzir mais e nem mesmo as duas nações juntas. Em 1942, os Estados Unidos já participavam ativamente da guerra e foram decisivos para a derrota do Japão e colaboraram bastante para a derrota de italianos e alemães, com ataques terrestres, afundamento de dezenas de submarinos do Eixo e com bombardeios devastadores. 

O fim da guerra, além dos milhões de mortos, feridos, desabrigados e da destruição causadas, trouxe consequências como a alteração política na Europa, com países do leste europeu ficando sob domínio da União Soviética, a divisão da Alemanha pelas potências vencedoras, o que deu origem durante a Guerra Fria, à Alemanha Ocidental (capitalista) e a Alemanha Oriental (socialista). União Soviética e Estados Unidos saíram da guerra como as duas maiores potências militares do planeta. Novas tecnologias que surgiram durante a guerra, como o avião a jato, o computador e os foguetes, possibilitaram que houvesse em tempos depois a viagem à lua, os aviões comerciais a jato e o uso civil de computadores. A energia nuclear usada no pós-guerra para fins pacíficos ou militares teve seu desenvolvimento técnico iniciado na Segunda Gierra Mundial. 

Outras consequências desse enorme conflito foram o êxodo de centenas de milhares de judeus europeus que se deslocaram para a Palestina, engrossando o número dos judeus que ali já estavam, o que foi determinante para a criação do Estado de Israel e a criação da Organização das Nações Unidas, que veio a substituir a antiga Liga das Nações, como um organismo com objetivo de se conseguir um melhor entendimento entre países e de buscar a paz e a solução para problemas mundiais.

Foi uma guerra que deixou marcas profundas. Infelizmente, certas ideias abraçadas pelos regimes autoritários do fascismo e do nazismo, pregando o ódio, a censura aos meios de comunicação, o controle severo da população, a formação de um Estado altamente centralizador e o culto a líderes personalistas, assim como a disseminação de preconceitos, ainda existem em diversos países e de certo modo estão se fortalecendo por meio de lideranças partidárias populistas, sendo que alguns até tem chegado ao poder. 

Que estes 80 anos façam as pessoas pensarem que é preciso fortalecer o diálogo e evitar as guerras, que tem provocado destruições, muitas mortes e  uma maré de refugiados em certas partes do mundo, refugiados que além de terem sofrido privações e sofrimentos em seus países de origem, também passam a sofrer em suas viagens na procura de melhores condições em outras nações e também nas próprias nações para onde se deslocam não raramente encontram muitas dificuldades. 

Algumas frases do primeiro ministro inglês W. Churchill que liderou a Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial:



“Todas as grandes coisas são simples. E muitas podem ser expressas numa só palavra: liberdade; justiça; honra; dever; piedade; esperança.”

“Política é quase tão excitante quanto a guerra, e quase tão perigosa. Na guerra, você é morto uma vez mas em política, várias vezes.”

“Se Hitler invadisse o Inferno, eu cogitaria de uma aliança com o Demônio.”

“Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos.”



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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História.



Figura: https://www.google.com/search?q=imagem+de+segunda+guerra+mundial&client=firefox-b-d&tbm





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