Em 22 de outubro de 1811
nasceu em Doborjan (atual Raiding), no Império Austro-Húngaro,o compositor,
talentoso pianista, maestro e professor Franz Liszt (batizado em latim com o
nome “Franciscus”, em alemão era chamado de “Franz”, em francês “François” e em
húngaro “Ferenc”, “Ferencz” ou “Ferentz”).
No início do século XIX
destacou-se como pianista na Europa, tendo sido considerado em 1840 o maior
pianista de todos os tempos. Ele deu apoio para compositores de sua época como
Berlioz, Wagner, Saint-Saens, Grieg, Vianna da Motta e Borodin. Ele como
compositor foi integrante da “Nova Escola Alemã” e o estilo musical era o
“romântico”. Influenciou compositores de seu tempo e ainda antecipou tendências
do século XX. Uma significativa contribuição dele foi a criação do poema
sinfônico. Também foi importante o seu trabalho na popularização de uma vasta
variedade de música de transcrição para piano. Na região onde Liszt nasceu o
alemão era mais usado e poucos falavam húngaro e oficialmente se utilizava o
latim. Franz Liszt tornou-se fluente em alemão, italiano e francês, dominava um
pouco o inglês e menos ainda o húngaro. Ele era filho de Adam Liszt (húngaro
descendente de alemães) e Anna Maria Liszt (austríaca).
O pai de Liszt, Adam,estudou
piano, violino, violão e violoncelo. Também estudou filosofia na Universidade de Pressburg. Nessa
época teve aulas de instrumentação com Paulo Wigler, mas por falta de recursos
teve de parar com as aulas. Trabalhou com o príncipe Nikolaus II Esterházy a
partir de 1798 e tocou como segundo violoncelista em uma orquestra em Einsenstadt
que se apresentava na casa de férias do príncipe Nikolaus, que teve como
regentes Franz Haydn (até 1804) e Johan Hummel (até 1811). Beethoven regeu a
orquestra em 13 de setembro de 1897, quando essa tocou a Missa em Dó maior da
autoria dele mesmo. Adam conheceu assim Haydn, Hummel e Beethoven.
O filho de Adam, Franz Liszt, nasceu com problemas
de saúde. Seus pais chegaram a pensar que ele não sobreviveria. Franz disse que
na sua infância teve contatos com a música de artistas ciganos, mas seus
estudos musicais foram voltados para obras complexas dos grandes da música como
Bach, Mozart e Clementi. Já em outubro de 1820 o menino Franz participou de um
concerto do violinista Baron van Praun, tendo sido bem sucedido ao tocar um
concerto em Mi bemol maior de Ferdinand Ries. Em sua infância Liszt podia
reproduzir com sua memória horas de música tocadas pelo pai. Em novembro de
1820 Franz Liszt tocou para um público formado por nobres do Império. Um grupo
de pessoas ricas garantiu um valor anual durante seis anos para que ele pudesse
realizar estudos no exterior. A quantia não era bastante e para que o filho
pudesse estudar Adam pediu um ano de dispensa de seu trabalho junto ao príncipe
Esterházy em 1822 e com a permissão desse para se ausentar, o pai de Franz Liszt
vendeu seus bens e foi com a família para Viena.
Em Viena Liszt teve aulas de piano com um grande
mestre, Carl Czerny, um ex-aluno de Beethoven. Czerny ficou bem impressionado
com o talento de Liszt, mas em suas memórias comentou que Liszt tinha erros ao
tocar. Houve divergências entre Czerny e seu aluno Liszt em relação a detalhes
de execução e da expressividade. O pai de Liszt interferiu, falando com o
professor, para que as aulas continuassem.
Em primeiro de dezembro de 1822 Liszt estreou
tocando em um evento que aconteceu na "LandständischerSaal" e em 13
de abril de 1823 deu um concerto na "KleinerRedoutensaal". Passou a
ter aulas de composição a partir de julho de 1822 com Antônio Salieri, que
tinha dado aulas a Beethoven. Em 13 de abril de 1823, Beethoven, passando por
situação financeira difícil e já com sintomas de surdez foi a um concerto de
Liszt. Quando a apresentação terminou Beethoven reconheceu o talento de Liszt e
beijou a testa dele, que era ainda um adolescente. Em abril de 1823 Liszt e
seus pais voltaram para a Hungria e ele deu concertos em Pest em maio. No fim
de maio a família retornou a Viena e em fim de 1823 foi para Paris. Adam, pai
de Liszt, procurou fazer o filho entrar no conservatório dessa cidade, mas o
diretor do mesmo disse que só franceses poderiam estudar nessa instituição. Adam
morreu em 1827. O pai disse ao filho antes de morrer que ele seria dominado
pelas mulheres em sua vida. A primeira paixão de Liszt foi sua aluna Carolina
de Saint-Cricq. Mas era já estava prometida a um conde e Liszt não mais voltou
para dar aulas a ela.
Em 1830 tinha tentado escrever sua Sinfonia
Revolucionária, no entanto no começo de sua vida adulta deu prioridade para
sua carreira como interprete e em 1847 já tinha espalhado sua fama como
pianista talentoso. A Europa conhecia então a "Lisztomania”. Havia uma
forte carga emocional em seus concertos e houve ouvintes que reagiam de uma
forma extremada, como uma reação histérica. Segundo o musicólogo Alan Walker: "Liszt
era um fenómeno natural e a gente era dominada por ele… Com a sua cativante
personalidade, a sua larga melena de cabelo solto criou uma encenação assombrosa.
Havia muitos testemunhos para declarar que a sua interpretação tinha melhorado
realmente o estado de ânimo da audiência a um nível de êxtase místico”. Devido
à sua dedicação como pianista, Liszt ficava sem tempo para compor, frustrando
seu desejo de criar trabalhos orquestrais. Em setembro de 1847 após um recital
ele anunciou que iria se retirar do circuito de concertos e foi para Weimar. Lá
ele passou a trabalhar em suas composições.
Liszt viveu com a condessa Marie d’Agoult, que tinha
um casamento infeliz e era seis anos mais velha que ele. O casal depois se
separou, tendo havido três filhos dessa união (uma filha de Liszt, Cosima,
casou com Richard Wagner). Eles viveram um tempo na Itália depois de saírem de
Paris. Liszt voltou para essa cidade porque soube que um outro pianista, Sigismond Thalberg,
estava fazendo sucesso. Houve um duelo musical entre eles. O comentário na
época foi: “Thalberg é o pianista número um do mundo, mas Liszt é único”.
As turnês de Liszt voltaram a acontecer no período
entre 1839 e 1847 e também nesse tempo terminou sua relação com d’Agoult .Liszt
passou então a se relacionar com a
princesa CarolynezuSayn-Wittgenstein, que conheceu durante uma série de
recitais em Kiev. Eles viveram juntos durante muitos anos. Mas ela era casada,
apesar de ser independente do marido e a Igreja Católica não via com bons olhos
essa relação de Liszt. Ela procurou invalidar seu casamento para casar com
Liszt. Em 22 de outubro de 1861, ela e Liszt iriam se casar em Roma. Mas o
marido dela conseguiu reverter a anulação e assim impediu o casamento de Liszt.
O governo russo, ligado ao marido da princesa, fez
pressão, apreendendo propriedades dela para que a mesma não se separasse ( a
separação e o casamento com o compositor poderiam gerar um escândalo que o
governo russo queria evitar). Liszt e ela estabeleceram após isso uma relação
platônica, tendo ele se tornado abade na Igreja Católica. O casal contribuiu
para uma cultura musical na cidade de Weimar. A princesa foi uma incentivadora
de Hector Berlioz, com o qual se comunicava por cartas. Em 1860 o casal tinha
se mudado para a Itália. O relacionamento entre eles durou cerca de quarenta
anos. Ela faleceu no final de 1885 e ele em 31 de julho de 1886, em Bayreuth,
na Baviera, que na época fazia parte do Império Alemão, sendo sepultado na
mesma cidade.
Entre as obras de Liszt, além do poema sinfônico,
também podem ser mencionadas quatro oratórias na área da música sacra, duas
sinfonias (Sinfonia Dante e a Sinfonia Fausto), muitos lieder (canções) e peças para música de câmara, com destaque para as peças
para violino e piano. É muito conhecida a sua Rapsódia nº 2 que foi usada como
trilha sonora para desenhos animados(Pernalonga
e Tom & Jerry) e destacam-se
também a sua Sonata em Si menor e a peça Nº 3 conhecida como "Liebestraum".
A vida de Liszt foi apresentada no musical premiado
Sonho de Amor (em inglês: Song
Without End), contando a paixão do
pianista pela princesa Caroline. O filme recebeu os seguintes prêmios: Oscar de
Melhor Musical Original e o Globo de Ouro na categoria Melhor Filme
Cômico ou Musical (ambos em 1961).
Segundo o
Instituto Ling, em 03 de setembro de 2020:
“Génieoblige – algo como “gênio por
obrigação” – foi o lema escolhido pelo próprio Franz Liszt, o único músico
húngaro no século XIX a ser reconhecido como um dos maiores que já existiram.
Ele certamente desfrutou de toda a sua fama e glória como um dos pianistas mais
importantes de sua época, como um compositor ousado e inventivo, como regente e
respeitado professor de música. Além de ser conhecido como Don Juan e
queridinho de Ludwig van Beethoven, Liszt revolucionou o mundo da música,
estabelecendo ideias que ainda seguem atuais! (...)”
E ainda:
“(...) Aos 12 anos, seu pai resolveu levá-lo a
Paris, arriscando suas finanças para garantir que o menino continuasse sua
instrução musical. Ele estudou brevemente com Ferdinand Paër e Anton Reicha.
Começou a se apresentar na França e na Inglaterra e logo alcançou o sucesso: em
1830, já tinha publicado várias peças para piano e tinha até o rascunho de um
concerto! Em Paris, fez amizade com artistas ilustres: Frédéric Chopin, Victor
Hugo, Alexandre Dumas, Honoré de Balzac e até Eugène Delacroix. Em 1832, sua
carreira mudaria para sempre: ao ver uma performance virtuosa do violinista
Paganini, Franz Liszt decidiu dominar cada aspecto da técnica ao piano.
Inovou com suas partituras para piano das sinfonias
de Beethoven e Berlioz e ficou famoso por sua frase “leconcert, c'est moi”,
dita quando, em 1839, fez uma apresentação solo em que representou todos
os sons de uma orquestra tocando apenas um instrumento, o piano. Vale lembrar
que é nessa época – chamada de Romantismo – que o intérprete ganha tanta
notoriedade quanto o compositor, e Liszt foi um dos responsáveis por elevar a condição
social da sua profissão, assim como Beethoven o fez. Dotado de uma técnica
excepcional ao piano, Liszt ganhou o público com suas apresentações envolventes
e cheias de personalidade. Estava sempre disposto a atender aos pedidos de seus
ouvintes com improvisações de obras eruditas e até mesmo músicas folclóricas.
Sua popularidade pode ser comparada à dos Beatles nos anos 1960, pois onde
passava conquistava muitos admiradores e causava um certo êxtase no público
feminino.
Em 1833, Liszt conheceu e se apaixonou pela
condessa Marie d'Agoult, com quem teve três filhos. No período em viveram
juntos, moraram na Suíça e em Roma, e Franz concentrou-se na composição e em
escrever memórias de suas viagens, que foram publicadas nos jornais de Paris. A
relação do casal terminou em 1844; e alguns anos depois ele se apaixona pela
princesa Carolyne Von Sayn-Wittgenstein, com quem viveu em Weimar, na Alemanha.
O desejo de Liszt era tornar a cidade de Weimar um
polo artístico e cultural novamente. Lá, ele dedicou-se à composição, regência
de orquestras e o ensino musical. Sempre acreditando no poder de renovação da
música e de que não pertence apenas a um período. Por isso, incentivou e
aconselhou a carreira de músicos e compositores mais jovens, tendo destaque seu
apoio a Richard Wagner, que se tornou um dos grandes nomes de sua época.
Franz foi um visionário, sendo o responsável por
grandes inovações no fazer musical e no pensar a arte. Em 1830, Liszt publicou
nos jornais de Paris um manifesto em defesa da educação musical, com pautas que
permanecem relevantes até hoje:
“Em nome de todos os músicos, da arte e do
progresso social, exigimos:
A – A realização de uma assembleia dedicada à
música sinfônica, dramática e religiosa a cada cinco anos. As melhores obras em
cada uma dessas três categorias serão executadas diariamente durante um mês no
Louvre e serão, posteriormente, compradas pelo governo e publicadas à custa
deste. Em outras palavras, exigimos a fundação de um museu musical.
B – A adoção de ensino de música nas escolas
primárias, sua extensão a outros tipos de escolas e um movimento para a
implantação de uma nova música de igreja.
C – A reorganização do canto coral e a reforma do
cantochão em todas as igrejas de Paris e das províncias.
D – Encontros gerais das sociedades filarmônicas,
inspirados nos grandes festivais de música da Inglaterra e da Alemanha [a
Alemanha ainda não existia juridicamente; Liszt refere-se ao conjunto das
pequenas cortes e principados espalhados pelo que hoje é o território alemão].
E – Montagens de óperas, concertos sinfônicos e de
música de câmara, organizados de acordo com planejamento traçado segundo nosso
artigo prévio sobre os conservatórios [Liszt refere-se a um artigo anterior
enfocando apenas os conservatórios]
F – Uma escola de estudos musicais avançados, que
atue separadamente dos conservatórios, dirigida pelos mais eminentes artistas –
uma escola cujos tentáculos estendam-se a todas as cidades do interior do país
por meio das disciplinas história e filosofia da música.
G – Uma edição de baixo custo, para venda a preços
acessíveis, das mais importantes obras dos novos e dos antigos compositores,
desde a Renascença até a atualidade. Estas partituras abarcarão o
desenvolvimento da arte em sua totalidade, da canção folclórica até a Sinfonia
coral de Beethoven. Esta série de publicações como um todo será chamada O
panteão da música. As biografias, os tratados, os comentários e os glossários
que acompanharão estas partituras formarão uma verdadeira “enciclopédia da música”
(...) “
Segundo Leonardo Martinelina Revista
CONCERTO de janeiro de 2011:
“Em uma época em que as práticas musicais passavam
por intensas transformações, poucos compositores encarnaram de maneira tão
ampla todas as delícias, os infernos e os paradoxos do espírito romântico, como
Franz Liszt o fez. Pianista ímpar e compositor de grande originalidade, Liszt
teve uma vida agitada, talvez mais próxima à de um herói de ficção que a de um
músico. Desde um megaestrelato, com direito a surtos histéricos de tietes
(então sem precedentes na história da música) à autorreclusão religiosa, sua
vida foi permeada por diferentes experiências, refletidas em uma obra tão bela
quanto profícua e heterogênea (...)”. E: “(...) Se o paradoxo é uma das mais
fortes características do espírito romântico, poucos compositores viveram de
maneira tão paradoxal como Liszt. Se de um lado é inegável a vida mundana que
levou – regada a viagens, festas na alta sociedade e vários “pequenos amores”
em meio a suas duas grandes paixões –, é igualmente notável o alto grau de
misticismo e religiosidade que permearam sua existência. Ainda criança, Liszt
chegou diversas vezes a manifestar o desejo pela vida religiosa e, quando da
morte do pai, mergulhou em uma profunda introspecção religiosa.
A mudança para Roma e a proximidade com o Vaticano,
aliadas ao avanço da idade e à impossibilidade de casamento com Carolyne, Liszt
reaproximou-se a tal ponto da Igreja que chegou a travar amizade com o Papa Pio
IX. Passando a se dedicar aos estudos teológicos, foi admitido, em 1865, membro
de quatro ordens religiosas menores. A partir daí o “Abade Liszt” passou a
trajar-se como religioso (...)”.
Segundo Amaral Vieira:
“O pianista e compositor húngaro Franz Liszt
(1811-1886) foi indiscutivelmente o criador da moderna técnica do piano. Esta
verdade histórica é universalmente aceita, mas não chega a revelar o
fato de que a enorme produção pianística de Liszt continua ainda hoje
desconhecida de intérpretes e plateias. O conjunto da obra lisztiana,
excetuando-se algumas peças de virtuosismo e bravura (sempre as mesmas,
infelizmente), tem sido muito injustamente negligenciado.
As inovações empreendidas por Liszt em suas composições pianísticas podem ser
mais facilmente compreendidas a partir de uma apreciação técnica de suas obras.
Baseando-se inteiramente nas possibilidades físicas naturais da mão, consegue
Liszt desenvolvê-las ao extremo, multiplicando a riqueza de efeitos pianísticos
tanto no domínio puro da sonoridade, como também no aspecto mecânico, rítmico e
dinâmico.
O piano é tratado por Liszt de forma
essencialmente dramática, e é justamente para atender às exigências desse
dramatismo expressivo e dinâmico que ele é levado a criar sua técnica
prodigiosa e original, partindo das descobertas de Beethoven e Weber e
encaminhando-as a riquezas de sonoridades até então desconhecidas: efeitos de
temas em acordes, notas dobradas, oitavas caracterizadas de modo tão pessoal, a
grande tessitura com que sua música amplia o teclado e a polifonia complexa de
uma escrita quase orquestral, densa e grandiosa.
Acrescentemos ainda os saltos de grandes
intervalos, trêmolos, glissandi,
efeitos simulando os pizzicati
das cordas, figuras que entrelaçam ou superpõem as mãos, trinados em registro
agudo imitando o címbalo, ornamentos fulgurantes em notas dobradas, e o hábito
de fazer cantar poderosamente uma voz intermediária com a utilização alternada
dos polegares. Tudo isto era inteiramente novo e transformou a fisionomia do
piano, e consequentemente, da música de piano, abrindo as portas a todas as
inovações e realizações que se farão sentir na música moderna de piano (...)”
Segundo a autora Dilva Frazão:
“(...) Franz Liszt inicia uma fase de excessivo
trabalho, que o obriga a tirar um período de descanso no litoral francês. Em
agosto de 1827, morre seu pai, e junto com sua mãe, fixa residência em Paris onde
passa a lecionar música, abandonando temporariamente os concertos. Liszt
apaixona-se por uma aluna, Carolina, filha do Conde Saint Cricq, e as aulas se
prolongam mais do que o normal. Obrigado a se afastar da amada, recolhe-se ao
isolamento. Em 1830, a revolução contra a monarquia de Carlos X, consegue tirar
Liszt da apatia. Estabelece grande amizade com Frédéric Chopin e conhece
Niccolò Paganini, com quem aprende a importância da atitude e do comportamento
em cena. Em 1835, conhece a Condessa Marie d'Agoult, com quem fixa residência na
Suíça, período que deixou de lado o piano e se dedicou à composição. Franz Liszt
partiu para Veneza, quando ficou sabendo que uma enchente do Danúbio espalhara
a ruína pela Hungria. Resolve doar a renda de três recitais aos compatriotas. Uma
delegação oficial húngara convida-o a visitar Budapeste e ele aceita. Recebido
como herói, foi alvo de homenagens nacionais (...)”.
E ainda a autora:
“(...) Liszt passou seus últimos anos compondo e
lecionando. Viveu o suficiente para ver a consagração de Richard Wagner – seu
genro, casado com sua filha Cosima. Com a morte de Wagner em 1883, acentuou-se o
sentimento de solidão que o acompanhou até a morte. Franz Liszt faleceu em
consequência de uma pneumonia, em Bayreuth, Alemanha, no dia 31 de julho de
1886.
Obras de Franz Liszt: Harmonias Poéticas e Religiosas ;Mazeppa;
Sonata para Piano em Si Menor ; Sinfonia de Dante (baseada na Divina Comédia); Álbum
de um Viajante (três volumes); A Beira de uma Fonte; A Tempestade; Os Sinos de
Genebra; Anos de Peregrinação; Os Prelúdios; Sinfonia de Fausto; Lendas; Rapsódias
Húngaras."
Segundo o maestro brasileiro Roberto
Minczuk (em Grandes Compositores da
Música Clássica):
“Franz Liszt, o Mago do Piano
Liszt foi um artista singular.
Seu talento como pianista e sua extraordinária capacidade como compositor lhe
deram uma aura especial, única. A imagem do virtuose fenomenal que destruía o
piano, transfigurando tudo que tocava, e a fama como gênio dos teclados eram
tão grandes que sua música ficou muito tempo ofuscada por seu próprio brilho.
Como compositor, Liszt foi um dos
mais destacados e representativos da Nova Escola Alemã. Húngaro de nascença,
não falava a língua de sua terra natal. Deixou um grande e diverso trabalho,
que influenciaria seus futuros contemporâneos e anteciparia algumas idéias e
tendências da música do século XX. Dentre algumas de suas mais notáveis
contribuições, está a criação do poema sinfônico, o desenvolvimento da técnica
pianística e as invenções harmônicas de grande ousadia(...)”.
“Estou sempre bem: não me ocupo
jamais de Franz Liszt” (...) não procuro condecorações, nem execuções de minhas
obras, nem elogios, distinções e artigos nos jornais. Minha única ambição de
músico foi e será lançar meu dardo nos espaços indefinidos do futuro”. “Que o
artista do futuro tenha como meta não ele próprio, mas algo exterior a si mesmo”. Franz Liszt.
Sugestões de vídeos:
Lang Lang: Franz Liszt - Love Dream (Liebestraum), S. 541 No. 3
https://www.youtube.com/watch?v=2FqugGjOkQE
Franz Liszt: Liebestraum cello and piano
https://www.youtube.com/watch?v=eW_MAQj0aIA
Pernalonga tocando [Liszt's
Hungarian Rhapsody No. 2] - (HUMOR)
https://www.youtube.com/watch?v=-iwP7HunUrA
Tom & Jerry | Concert Madness | Classic Cartoon | WB Kids
https://www.youtube.com/watch?v=QpEfHVFilRc
Cenas de "Sonho de
amor" (Song without end, 1960)
https://www.youtube.com/watch?v=UCp8QKhEntg
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História
Figura:
https://www.gettyimages.pt/fotos/franz-liszt