No dia 22 de novembro mais dois grandes astros da música faleceram: o cantor,
guitarrista e compositor cubano Pablo Milanés e o cantor, ator e compositor
brasileiro Erasmo Carlos. Mês de novembro triste este, pois já haviam partido
Gal Costa e Rolando Boldrin. Já homenageei em outro artigo Gal e
Rolando. Neste artigo estou homenageando Pablo Milanés.
Pablo Milanés
nasceu em em Bayamo, leste de Cuba, em 24 de fevereiro de 1943. Inicialmente
ele apoiou fortemente a revolução cubana e, após algum tempo, na década de
1980, passou a criticar o governo cubano, sem deixar de manter uma relação com
o povo de seu país por meio da música.
Pablo Milanés estava internado
desde o dia 12 desse mês para tratar infecções que o afetavam e que lutava
contra um câncer desde 2017. Ele tinha 79 anos e estava vivendo em Madri, na
Espanha. Pablo era um dos grandes cantores cubanos e foi um dos fundadores
da Nueva Trova Cubana junto com Silvio Rodríguez e Noel Nola. Foi um embaixador cultural da
Revolução Cubana. Gravou mais de 30 discos, ganhou dois Grammys
Latinos de melhor álbum de cantor-compositor (2006) e excelência musical
(2015). Compôs clássicos como Yolanda, que fez em homenagem a sua
segunda esposa. Ele tinha passado por um choque forte em janeiro de 2022 com a
morte de sua filha Suylen. Outros filhos dele são Lynn e Lyan, Haydée e
Antônio.
Quando criança Pablo cantava em
estações de rádio de Cuba e aos seis anos foi morar em Havana e lá foi se
aperfeiçoando no campo musical. Nos anos de 1960 passou a compor. Teve
influências da a tradicional música cubana, a música norte-americana (em
especial o jazz) e a música brasileira. Participou de grupos musicais como
o “Cuarteto del Rey” que usava o estilo “negro spiritual”. Sua primeira
composição com temática social foi "Mis veintidós años”.
Esteve presente entre 1965 e 1967 em campos de trabalho forçado sob o controle das Unidades Militares de Ajuda à Produção. De lá foi para Havana e lá contestou o que considerou injustiça. Por essa razão foi detido na Fortaleza de La Cabana por dois anos. Participou na década de 1970 do “Grupo de Experimentação Sonora”, no qual também participaram trovadores e músicos de destaque. Gravou versões musicalizadas por ele de poemas de José Martí no seu primeiro disco "Versos Sencillos”, em 1974 e no ano seguinte gravou um disco com canções feitas com base em 11 poemas de Nicolás Guillén. Em 1976 gravou “La Vida no vale nada”, com composições próprias. Entre as canções principais desse disco estão "Yo pisaré las calles nuevamente", que clama pelo retorno da democracia ao Chile, e "Canción por la Unidad Latinoamericana. Nos anos 80 lançou discos como "Yo me quedo", "El Guerrero", "Comienzo y final de una verde mañana" e "Querido Pablo" (1985), sendo que nesse disco houve participações de Victor Manuel, Chico Buarque, Mercedes Sosa e Luís Eduardo Aute. Nos anos 1990 gravou discos como: "Identidad" (1990);"Canto de la abuela" (1991); "Orígenes" (1995); e "Despertar" (1997). Pablo Milanés foi um dos criadores de uma fundação sem fins lucrativos para o desenvolvimento da cultura cubana, possibilitando a visibilidade de novos artistas cubanos.
A última vez que esteve em Havana foi
em junho deste ano, depois de ter estado três anos ausente. Seu show foi
assistido por cerca de dez mil cubanos. Na ocasião ele afirmou em uma noite que
muitos consideraram ser sua despedida: "Sempre
disse que é meu melhor público. O público das turnês que fiz, pude comprovar a
atenção e respeito, mas vocês superaram”.
Pablo tinha
ligações com os artistas brasileiros Chico Buarque, Djavan, Caetano Veloso e
Milton Nascimento.
Autoridades de
vários países publicaram seus comentários a respeito do compositor:
O presidente de
Cuba disse: "Desaparece fisicamente um de nossos maiores
músicos. Voz inseparável da trilha sonora de nossa geração. Minhas condolências
a sua viúva e filhos, a #Cuba"
O presidente da
Colômbia disse:
"Cantamos
com suas canções e e ele encheu nossos corações e almas. Hoje foi chamado para
cantar no sublime concerto da eternidade".
O
primeiro-ministro espanhol destacou:
"A música
de Pablo Milanés estará sempre conosco. Ele deu voz à vida e aos sentimentos de
toda uma geração. Para sempre em nossa memória”.
Artistas amigos
também se manifestaram.
O compositor
brasileiro Chico Buarque publicou um trecho da canção “Como se fosse
primavera”: "E de que modo sutil / Me derramou na camisa /
Todas as flores de abril".
O cantor
espanhol Alejandro Sanz disse: "Querido Pablo, estou com raiva por você
ter ido embora, mas estou tão feliz por você estar aqui. Obrigado pela sua
música".
A cantora
peruana Tania Libertad disse: "Partiu um grande compositor, cantor
maravilhoso e amigo extraordinário. Vamos sentir sua falta, querido Pablo. Boa
viagem".
Letra de Yolanda
Esto no puede ser no mas que una canción
Quisiera fuera una declaración de amor
Romántica sin reparar en formas tales
Que ponga freno a lo que siento ahora a raudales
Te amo
Te amo
Eternamente te amo
Si me faltaras no voy a morirme
Si he de morir quiero que sea contigo
Mi soledad se siente acompañada
Por eso a veces se que necesito
Tu mano
Tu mano
Eternamente tu mano
Cuando te vi sabía que era cierto
Este temor de hallarme descubierto
Tu me desnudas con siete razones
Me abres el pecho siempre que me colmas
De amores
De amores
Eternamente de amores
Si alguna vez me siento derrotado
Renuncio a ver el Sol cada mañana
Rezando el credo que me has enseñado
Miro tu cara y digo en la ventana
Yolanda
Yolanda
Eternamente Yolanda
Yolanda
Eternamente Yolanda
Eternamente Yolanda
Sugestão para ouvir:
IOLANDA (letra e vídeo) com LILIAN BRAGA e SILVANO, vídeo MOACIR SILVEIRA - Bing video
(266) "Yolanda"
com Chico Buarque e Pablo Milanez - YouTube
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Márcio José Matos Rodrigues - Professor de História
Figura:
https://www.google.com/search?sxsrf=ALiCzsbs3F0Mj9JddI4D0GAQDP9bjvvrGg:1669175782450&source=univ&tbm=isch&q=imagem+de+pablo+milanes&fir=2RShGP9V-GF-OM%25
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