sábado, 22 de abril de 2023

O Carimbó-Parte 2

 

Continuando sobre o Carimbó, a seguir mais duas grandes figuras do Carimbó:

Pinduca e Dona Onete:

 

1-Pinduca:





O cantor e compositor brasileiro Pinduca, cujo nome é Aurino Quirino Gonçalves,nasceu em Igarapé-Miri, no Pará, em 4 de junho de 1937. É chamado de “Rei do Carimbó”. Criou ritmos como o Sirimbó e o Lári-Lári. Em suas composições, misturou referências de musicas típicas da América central, asim como das Guianas e Suriname. Ele tem misturado ritmos destes locais  ao Carimbó Raíz, cujas grandes figuras simbólicas são Mestre Verequete (considerado o primeiro Rei do Carimbó) e o Grande Mestre Lucindo (Rei do Carimbó da região do Salgado paraense). A forma de se vestir de Pinduca em suas apresentações tem influências caribenhas, como o uso de um grande chapéu, uma espécie de sombreiro, repleto de pequenos adereços tropicanos.

Seu pai era o professor de música José Plácido Gonçalves, falecido no dia 06/09/1997 com 103 anos. Sua mãe era Luzia Tereza de Oliveira Gonçalves. O casal teve 13 filhos: 9 homens e 4 mulheres.

Aos 14 anos Pinduca começou sua carreira musical como pandeirista. Em uma ocasião, ele tocou a alvorada, durante as comemorações da festa de Nossa Senhora do Rosário, abrindo os festejos às 5 horas no coreto da praça na vila de Maiauatá, que pertence à Igarapé-Miri. Era costume os conjuntos musicais tocarem instrumentos acústicos, com todos os músicos sentados ao redor do cantor. Mas ele começou a dançar, enquanto tocava suas maracás. Foi um sucesso. Tempo depois, autorizado por seu pai, Pinduca foi para o município de  Abaetetuba. Lá ele participou da Orquestra Brasil. Estava com 16 anos. Em Belém, participou da Orquestra de Orlando Pereira, como baterista, tendo completado a idade para se alistar, foi servir o Exército e depois foi fazer carreira na Polícia Militar do Pará, tendo chegado a Tenente Mestre da Banda de Música da PM.

Em 1957 Pinduca formou sua banda e por essa época ele organizou a decoração dos chapéus de palha que seriam utilizados na apresentação de uma quadrilha de festa junina, colocando neles, nomes caipiras, como: Tio Bené, Nhô Zé, entre outros. Ele tinha o apelido de Noca, mas escolheu um chapéu com o nome de Pinduca e desde então passou a ser chamado de Pinduca. Em 1973 Pinduca gravou seu primeiro disco, tendo vendido 15 mil cópias, com discos vendidos em outros Estados além do Pará, como Amazonas e Bahia. Ele passava a ficar famoso no Brasil.

Pinduca é casado a 40 anos com Deuzarina Santos Gonçalves. Eles tem 6 seis filhos e 7 netos. Quatro dos filhos dele participam de sua banda. Ele ganhou a Ordem do Mérito Cultural (2005) e foi indicado ao Grammy Latino de 2017 por seu album No Embalo do Pinduca . Seguindo as tendências da indústria cultural brasileira, ele e outros músicos mais atuais do Pará transformaram alguns Carimbós Pau e Corda do interior do Estado paraense em ritmos prontos para serem consumidos e vendidos pela indústria radiofônica.

Pinduca, atendendo às demandas da indústria cultural brasileira, fez parte de uma geração de músicos que transformaram alguns Carimbós Pau e Corda do interior do Estado paraense em ritmos prontos para serem consumidos e vendidos pela indústria radiofônica. O cantor é conhecido no Estado do Pará por seu contato com os músicos carimbozeiros-raiz, ressignificando as composições do Carimbó Pau e Corda.

Álbuns gravados em estúdio: 1973 - Carimbó e sirimbó do Pinduca (Beverly Som e Eletrônica LTDA); 1974 - Carimbó e sirimbó no embalo do Pinduca v.2 (Beverly Som e Eletrônica LTDA); 1974 - Carimbó e sirimbó no embalo do Pinduca v.3 (Beverly Som e Eletrônica LTDA); 1975 - Carimbó e sirimbó no embalo do Pinduca v.4 (Beverly Som e Eletrônica LTDA); 1976 - Pinduca no embalo do carimbó e sirimbó v.5 (Som Indústria e Comércio S/A); 1977 - Pinduca no embalo do carimbó e sirimbó v.6 (Beverly Som e Eletrônica LTDA); 1978 - Pinduca no embalo do carimbó e sirimbó v.7 (Som Indústria e Comércio S/A); 1979 - Pinduca no embalo do carimbó e sirimbó v.8 (Som Indústria e Comércio S/A); 1980 - Pinduca no embalo do carimbó e sirimbó v.9 (Som Indústria e Comércio S/A); 1981 - Pinduca no embalo do carimbó e sirimbó v.10; 1982 - Pinduca v.11;1983 - Pinduca O Rei do Carimbó v.12; 1984 - Pinduca o Rei do Carimbó v.13; 1985 - Pinduca o Rei do Carimbó, Eu Faço o Show; 1986 - Pinduca v.15; 1987 - Pinduca O Criador da Lambada;1988 - Pinduca Apresenta Kizomba; 1989 - Pinduca Na Onda do Surubá;1993 - Pinduca Na Explosão Do Carimbó (BMG); 1997 - Pinduca Na base do Xengo Xengo; 2003 - Pinduca Sempre;2005 - Pinduca: ao Vivo; 2007 - Pinduca 40 anos de Sucesso ;2009 - Pinduca Vol.33

_______________________________________________

Letra de música-Pinduca

Simbora!

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Braço pra cima, braço pra baixo
Agora eu já sei como é que é
Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Braço pra cima, braço pra baixo
Agora eu já sei como é que é
Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Braço pra cima, braço pra baixo
Agora eu já sei como é que é
Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Braço pra cima, braço pra baixo
Agora eu já sei como é que é
Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé

Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé

Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé

Só falta bater a mão
Batendo também o pé...

 

Para ver: Pinduca-Dança Do Carimbó (pinduca rei do carimbó)

https://www.youtube.com/watch?v=_wCYqiG0Goo

 

2- Dona Onete:

 

 



Ionete da Silveira Gama é uma cantora e compositora brasileira, nascida em 16 de junho de 1939 em Cachoeira do Arari, Ilha do Marajó, no Pará e passou anos de sua infância na capital Belém e depois foi o para o município de Igarapé-Miri. Foi professora de História por 25 anos e de Estudos Paraenses. Também foi Secretária de Cultura e fundadora de grupos de danças folclóricas e agremiações carnavalescas em Igarapé- Miri, sendo considerada a “Diva do carimbó chamegado". 

Aos 62 anos, já aposentada, Dona Onete estava certa vez cantando sozinha e um grupo de Carimbó estava ensaiando nas proximidades. Membros do conjunto ficaram curiosos, mas não se interessaram no momento ao verem se tratar de uma senhora com mais de 60 anos. Mas dois dias depois outro grupo fez convite para ela ser uma das vocalistas. A partir daí ela fez parte de grupos folclóricos como o Raízes do Cafezal e grupo pop regional Coletivo Radio Cipó. No cinema ela interpretou uma cantora de carimbó no filme Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios. Também se destacou na série de espetáculos Terruá Pará, com a presença de artistas da música paraense, promovida pelo governo do Pará.

O primeiro CD foi gravado por ela com o nome Feitiço Caboclo, em 2012. Ela cintinua a compor, tendo já mais de 300 composições (boleros e outras de carimbó chamegado). Empresas ligadas à música, de outros países como Portugal, França e Inglaterra já demonstraram interesse pelas músicas de Dona Onete. Em 2016 foi lançado o CD Banzeiro, com músicas inéditas. Nesse mesmo ano ela fez sua primeira turnê nos Estados Unidos, com cinco shows, o último em Nova York. Uma de suas músicas "Boto Namorador”, se destacou na novela Força do Querer, da Rede Globo. As músicas "Jamburana" e "Feitiço Caboclo" já também fizeram parte das músicas de novelas da Globo. Ela também participou de programas na Globo e para emissoras de Tv e rádios de outros países, como por exemplo, dois shows na BBC de Londres.

Dona Onete foi capa da revista Songlines, a maior revista especialista em world music do mundo, em 2017, ano em que fez sua quarta turnê pela Europa, em países como Alemanha, Holanda e França. E nesse ano também foi foi nomeada para a Ordem do Mérito Cultural. A Associação Paulista de Críticos de Arte escolheu o disco dela Rebujo como um dos 25 melhores álbuns brasileiros do primeiro semestre de 2019. Também houve a participação de Dona Onete em dois álbuns da cantora paraense Gaby Amarantos.

Cds gravados: Feitiço Caboclo (2012);Banzeiro (2016)Flor da Lua [Live] (2018)Rebujo (2019).

 

­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­__________________________________________________

No Meio do Pitiú

Canção de Dona Onete


Letra da música

A garça namoradeira
Namora o malandro urubu
Eles passam a tarde inteira
Causando o maior rebu

Na doca do Ver-o-Peso
No meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú

Eu fui cantar carimbó
Lá no Ver-o-Peso
Urubu sobrevoando
Eu logo pude prever
Parece que vai chover
Parece que vai chover
Depois que a chuva passar
Vou cantar carimbó pra você

No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú

Urubu malandro
Foi passear lá no Marajó
Comeu de tudo
Mas vivia numa tristeza só
Urubu lhe perguntou
O que se passa, compadre?
Tô com saudade da minha branca
Do Ver-o-Peso, da sacanagem
Lá eu sou pop star
No meio da malandragem
Fico bem na foto
Na entrevista e na reportagem

No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú

Alô, pessoal da Pedra! Alô, os barqueiros
Todas as pessoas que trabalham
Com esse peixe maravilhoso do meu Pará
Que tem esse nome tão bonito
Dessa Pedra do Ver-o-Peso!
Pitiú dos nossos peixes, da água doce!)

No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú

Vídeos

Dona Onete - No Meio do Pitiú (VIDEO)

https://www.youtube.com/watch?v=CkFpmCP-R04

______________________________________

Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

 

 Figura1: https://www.google.com/search?q=imagem+de+pinduca+rei+do+carimb%C3%B3&sxsrf=APwXEdfuB3HEhWccSACWY4C2By-uVNUw7A%3A1682213959486&ei=

Figura2:

https://www.google.com/search?sxsrf=APwXEdfgTF-AZlXtlHWnn6OmsEXHYhMkgQ:1682214009716&q=Imagem+de+dona+onete&tbm=isch&source=univ&fir=

 








Nenhum comentário:

Postar um comentário