terça-feira, 1 de agosto de 2023

A entrada do poeta no paraíso celestial

 





Poetas,

São seres tolos,

Que buscam consolos,

Em seus versos?

Eu diria que são seres mágicos,

Que tentam absorver universos

Com seus poemas.

Veem asas

E começam a voar.

Mesmo não tendo pernas,

Tão fortes,

Andam o mundo inteiro,

Sentem o cheiro

De flores que nunca existiram.

Ah! Musa,

Que tanto abusa

De ser bela,

O que os anjos viram

Na ria de Aveiro,

Que os mortais não conseguiram ver?

Quem poderá responder?

Se o poeta é um pecador,

Pedro o chaveiro,

Deixará o poeta entrar

No paraíso celestial,

Após aquele momento derradeiro,

O suspiro final?

Ah! Musa eu piro,

Com esta voz sensual,

Esta chama 

No olhar!

Poeta, 

Chama é em outro lugar!

Nesta hora o poeta sentiu medo... 

Mas ainda é cedo,

Voltemos ao drama

Do poeta diante de Pedro.

O cupido veio

E deu uma de advogado;

Ele falou:

"Pedro , eterno porteiro,

O poeta é cheio

De amor!

Que importa,

Se ele errou?

Quem não pecou?"

Além de tão poderoso argumento,

Em determinado momento

Pedro ouviu o clamor,

De todas as musas que o poeta amou!

Pedro abriu a porta

E poeta entrou! 

Dante severo,

Não aprovou,

Disse: "Não quero!"

Mas Vinicius que quase Pedro barrou,

Deu um abraço no poeta que chegou.

E afinal se Bocage quando vivo,

Tanto aprontou,

Passou pelo crivo,

Este novo poeta criativo

Não entraria?

Ria poeta,

Ria!

Agora há mais um riso,

Mais alegria,

Mais poesia,

No paraíso!


Márcio José Matos Rodrigues


Figura: https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=imagem+de+para%C3%ADso+celeste+com+Pedro+na+porta&tbm=isch&source=univ&fir=Nzl6Rju-


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