Poetas,
São seres tolos,
Que buscam consolos,
Em seus versos?
Eu diria que são seres mágicos,
Que tentam absorver universos
Com seus poemas.
Veem asas
E começam a voar.
Mesmo não tendo pernas,
Tão fortes,
Andam o mundo inteiro,
Sentem o cheiro
De flores que nunca existiram.
Ah! Musa,
Que tanto abusa
De ser bela,
O que os anjos viram
Na ria de Aveiro,
Que os mortais não conseguiram ver?
Quem poderá responder?
Se o poeta é um pecador,
Pedro o chaveiro,
Deixará o poeta entrar
No paraíso celestial,
Após aquele momento derradeiro,
O suspiro final?
Ah! Musa eu piro,
Com esta voz sensual,
Esta chama
No olhar!
Poeta,
Chama é em outro lugar!
Nesta hora o poeta sentiu medo...
Mas ainda é cedo,
Voltemos ao drama
Do poeta diante de Pedro.
O cupido veio
E deu uma de advogado;
Ele falou:
"Pedro , eterno porteiro,
O poeta é cheio
De amor!
Que importa,
Se ele errou?
Quem não pecou?"
Além de tão poderoso argumento,
Em determinado momento
Pedro ouviu o clamor,
De todas as musas que o poeta amou!
Pedro abriu a porta
E poeta entrou!
Dante severo,
Não aprovou,
Disse: "Não quero!"
Mas Vinicius que quase Pedro barrou,
Deu um abraço no poeta que chegou.
E afinal se Bocage quando vivo,
Tanto aprontou,
Passou pelo crivo,
Este novo poeta criativo
Não entraria?
Ria poeta,
Ria!
Agora há mais um riso,
Mais alegria,
Mais poesia,
No paraíso!
Márcio José Matos Rodrigues
Figura: https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=imagem+de+para%C3%ADso+celeste+com+Pedro+na+porta&tbm=isch&source=univ&fir=Nzl6Rju-
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