quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Outubro em Belém


                                                                               Maniçoba


                                                                              Pato no Tucupi 


O grito foi dado

Em setembro.

Semana de Trânsito,

Dia da Árvore comemorado,

Setembro verde

E amarelado.

Deu muita sede,

Calor arretado.

Agora setembro está por um fio

Do tempo.

Tu me perguntas se em outubro que já vem

Fará frio.

Rio!

E digo:

“Estamos em Belém!

Estás bem?

O que tu bebeste hein?

O jambu da cachaça estava estragado

E amorteceu tuas ideias?

Teu cérebro virou geleia

De cupuaçu?”

Outubro virá quente,

Para chuchu!

Quente como a maniçoba do Círio!

Aproveita para rezar,

Pedir para não passar muito dos trinta

Em novembro.

Já estou me vendo,

Em outubro,

Em uma tarde linda,

Diante de uma maniçoba fervendo.

Enquanto espera já o gato,

Algo que possa sobrar do teu prato,

No almoço do Círio em família,

O coitado do pato,

Está uma pilha...

De nervos!

Ele reza para ser muito valorizado,

Caro seja então trocado

Pelo frango.

Pato acabou a fraternidade

Entre as aves?

Cadê a empatia?

Agora é cada um por si?

Está cada vez mais patológico este mundo!

Pato no fundo, no fundo,

Tu serás sempre o preferido do povo!

Lamento tanto

Por ti.

Mas teu destino desde o ovo

Já foi traçado

E lambuzado

No tucupi.

Márcio José Matos Rodrigues

 

 

Figuras:

https://www.google.com/search?q=panela+de+mani%C3%A7oba&client=firefox-b-d&sca_esv=568933252&ei=y58UZfTuPLTK1sQP16i5kAk&ved=0

 

https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=panela+de+pato+no+tucupi

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