Pato no Tucupi
O grito foi dado
Em setembro.
Semana de Trânsito,
Dia da Árvore comemorado,
Setembro verde
E amarelado.
Deu muita sede,
Calor arretado.
Agora setembro está por um fio
Do tempo.
Tu me perguntas se em outubro que já vem
Fará frio.
Rio!
E digo:
“Estamos em Belém!
Estás bem?
O que tu bebeste hein?
O jambu da cachaça estava estragado
E amorteceu tuas ideias?
Teu cérebro virou geleia
De cupuaçu?”
Outubro virá quente,
Para chuchu!
Quente como a maniçoba do Círio!
Aproveita para rezar,
Pedir para não passar muito dos trinta
Em novembro.
Já estou me vendo,
Em outubro,
Em uma tarde linda,
Diante de uma maniçoba fervendo.
Enquanto espera já o gato,
Algo que possa sobrar do teu prato,
No almoço do Círio em família,
O coitado do pato,
Está uma pilha...
De nervos!
Ele reza para ser muito valorizado,
Caro seja então trocado
Pelo frango.
Pato acabou a fraternidade
Entre as aves?
Cadê a empatia?
Agora é cada um por si?
Está cada vez mais patológico este mundo!
Pato no fundo, no fundo,
Tu serás sempre o preferido do povo!
Lamento tanto
Por ti.
Mas teu destino desde o ovo
Já foi traçado
E lambuzado
No tucupi.
Márcio José Matos Rodrigues
Figuras:
https://www.google.com/search?q=panela+de+mani%C3%A7oba&client=firefox-b-d&sca_esv=568933252&ei=y58UZfTuPLTK1sQP16i5kAk&ved=0
https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=panela+de+pato+no+tucupi
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