sábado, 7 de setembro de 2019

Primeiro artigo em homenagem a data 7 de setembro referente à independência do Brasil: Gonçalves Ledo

















Joaquim Gonçalves Ledo foi um intelectual brasileiro e participante da política nacional da primeira metade do século XIX no Brasil. Nasceu no dia  11 de dezembro de 1781, na cidade do Rio de Janeiro, era o primeiro filho do comerciante Antônio Gonçalves Ledo e de D. Maria dos Reis Ledo. Seu irmão Custódio Gonçalves Ledo, era médico com formação em Londres. 


Foi estudar em Portugal aos 14 anos, em 1795, cursou Direito em Coimbra e foi influenciado por ideias liberais.  Por causa de dificuldades financeiras, não pôde terminar seu curso universitário, voltando para assumir os negócios da família em 1808. Tendo entrado na Maçonaria, envolveu-se com a política e na luta pela independência. Teve em José Bonifácio de Andrada e Silva um adversário. 


Foi um dos fundadores da loja maçônica Comércio e Artes em 1815 e em 1818 do Clube Recreativo e Cultural da Guarda Velha. Juntamente com Januário da Cunha Barbosa foi fundador, em 15 de setembro de 1821, do jornal Revérbero Constitucional Fluminense. O jornal era útil para divulgar a campanha pela Independência do Brasil e defendendo a formação de um governo liberal.

Serviu como oficial-mor na Contadoria do Arsenal de Guerra e lá propagava ideias liberais entre os militares e procurava adeptos para a Maçonaria.  Foi um dos líderes do Rio de Janeiro dos que objetivavam tornar o Brasil independente de Portugal e os liberais liderados por ele uniram-se no Partido Brasileiro, grupo de pessoas que lutava pela independência e  por um regime político que possibilitasse maior participação política do povo. Teve participação ativa na realização do Dia do Fico e na convocação da Assembleia Constituinte de 1822.

Gonçalves Ledo redigiu o "Manifesto dos Brasileiros" fazendo uma convocação para a união dos brasileiros para a luta pela independência. Ledo dizia: "Não ouça entre vós, outro grito que não seja união! Do Amazonas ao Prata não retumbe outro eco que não seja  – Independência! Formem todas as nossas províncias o feixe misterioso, que nenhuma força pode quebrar". Em uma carta dizia que  "a Independência de um povo não pode ser feita por um homem só. É obra da opinião pública que é soberana, que é invencível quando lateja a consciência nacional na ânsia da liberdade, aniquilando déspotas e troianos"

Ledo e o ministro Luís Pereira da Nóbrega fizeram uma proposta de organização das Forças Armadas do Brasil, plano aprovado por Dom Pedro I em 1823.

Com a acusação lançada contra liberais no Rio de Janeiro de serem republicanos, Ledo foi ameaçado por José Bonifácio que mandou persegui-lo e ele teve que fugir disfarçado como mulher e se escondeu na fazenda de um amigo em Niteroi. Disfarçado de frade embarcou em um navio mercante sueco que ia para Buenos Aires e lá ficou na casa de outro amigo. Somente em outubro de 1823 o Tribunal da Relação do Rio de Janeiro o absolveu e em 21 de novembro Ledo voltou para o Brasil. 


Tendo sido eleito deputado da Assembleia Provincial do Rio de Janeiro em 21 de setembro de 1822, assumiu o cargo em 6 de maio de 1826. Lá se posicionava com independência. Como deputado analisou diversos relatórios, tendo publicado o Parecer da Comissão de Fazenda da Câmara dos Deputados à Assembleia Geral do Império do Brasil". 


Em sua vida como participante da política brasileira Ledo chegou a dizer: "Não vivo para sugar o Tesouro como os Andradas fizeram e fazem. Nunca fui pesado ao meu país e dele jamais recebi pelos meus serviços, pois sempre o servi abnegadamente, recusando qualquer recompensa material". 


Recusou o convite para ser ministro no governo de Dom Pedro I, dizendo que que se considerava incapaz de encarar o peso e as dificuldades de tal função. Foi reeleito como deputado da Assembleia Provincial do Rio de Janeiro em 1830. 


Em 1833 casou-se com Ana Carolina de Araújo, foi procurador e deputado provincial do Rio de Janeiro até 1834. Nesse ano abandonou a política. Morreu de ataque cardíaco, na Fazenda do Sumidouro, em Cachoeiras de Macau, em 19 de maio de 1847. Tinha na ocasião 66 anos.

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História.  



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