sábado, 18 de julho de 2020

O escritor francês Alexandre Dumas (pai), autor da famosa obra "Os três mosqueteiros"














Em 24 de julho de 1802, em Villers-Cotterêts, no departamento do Aisne, na França, nasceu o escritor e dramaturgo Alexandre Dumas Davy de la Pailleterie, conhecido como Alexandre Dumas (Pai).

Dumas era neto do marquês Alexandre Antoine Davy de la Pailleterie e de uma escrava negra da ilha de Santo Domingos, Marie-Césette . O pai de Alexandre Dumas foi o general do exército francês, Thomas Alexandre Davy de la Paileterie e sua mãe foi  Marie Louise. Seu pai tinha feito uma brilhante carreira militar em Paris, tendo lutado na Revolução Francesa e de início era parceiro de Napoleão, que depois o invejou por seu sucesso na carreira, não permitindo sua volta ao exército e assim, na pobreza ele morreu em 1806.


Dumas trabalhou em um cartório, em sua cidade natal, em 1818. Em 1821 escreveu a peça "O Major de Strasburgo", com um amigo, Adolphe von Leuven, um nobre sueco refugiado na França. Foi para Paris em 1822, onde conheceu o escritor Auguste Lafarge e em 1823 passou a morar em Paris, tendo trabalhado para o Duque de Orléans, que anos mais tarde seria o rei Luís Filipe.

Na sua juventude em Paris, Alexandre Dumas iniciou sua carreira de escritor, escrevendo artigos para revistas e peças de teatro. Sua primeira peça em Paris, Henrique III e sua Corte, foi encenada pela primeira vez na Comédie Française, em 11 de fevereiro de 1829, sendo bem aceita pelo público. A peça iniciou o teatro romântico na França.


Alexandre Dumas vendo seu sucesso, decidiu colocar em cartaz uma outra peça que tinha sido anteriormente recusada, "Cristina". Só que mudou o nome para “Estocolmo, Fontainebleau, Roma”. A peça teve grande sucesso. 


Em 1830 houve a revolução que derrubou o rei Carlos X e por alguns anos houve agitações na França, com movimentações de republicanos e de trabalhadores das cidades, mas depois a situação foi sendo colocada sob controle do governo. Nessa época, a industrialização começou a se desenvolver, havendo também o fim da censura à imprensa. Alexandre Dumas teve nessa época as oportunidades para mostrar seu talento, escrevendo peças e depois começou a se dedicar a escrever romances. Em 1831 foi estreado o seu drama "Antony", sobre o amor de um bastardo por uma mulher de origem aristocrata. 


 Em 1838 o escritor reescreveu uma de suas peças, criando assim sua primeira série em romance: "O Capitão Paulo". Nessa ocasião o autor criou um estúdio de produção para criação de histórias.


Casou-se com a atriz Ida Ferrier em 1840, mas não lhe era fiel, tendo tido vários casos amorosos, inclusive com filhos fora do casamento. O casamento durou poucos anos. Um de seus filhos, Alexandre Dumas (filho), nascido em 1824,  também escritor, destacou-se como autor de novelas e peças de teatro. Ele era filho de Alexandre Dumas (pai) com uma de suas amantes, a costureira  Catarina Labay. 


Alexandre Dumas (pai) escreveu obras de inspiração na História como O Conde de Monte Cristo e Os Três Mosqueteiros, ambos de 1844, que eram romances de aventura, chamados de capa e espada, que instigavam a imaginação do público. Esse tipo de romance era um gênero literário com origem na Espanha, no século XVII, baseado em romances idealizados e desenganos amorosos. 


Em Os Três Mosqueteiros há fantasia amorosa, valentia e humor. Em  O Conde de Monte Cristo, há mais aspectos históricos e políticos. Segundo estudiosos, Alexandre Dumas se inspirou na figura do pai militar para escrever “O Conde de Monte Cristo” e “Os Três Mosqueteiros”. A ilha da prisão onde o principal personagem de “O Conde de Monte Cristo" ficou preso teria relação com a ilha onde seu pai ficou após um naufrágio depois da campanha francesa no Egito, tendo sido preso. E as lutas dos mosqueteiros podem ter sido uma referência às ações corajosas do pai em batalhas.  Apesar de ganhar bem como escritor, Dumas gastava muito e se endividava como suas farras e luxos.  


Com a queda do rei Luís Felipe, em 1848, a situação mudou. Dumas teve de partir para Bruxelas para escapar de credores. O novo governante, que depois foi coroado como o imperador Napoleão III, não simpatizava com o escritor.


Depois de Bruxelas, Dumas foi também para a Rússia, onde havia muita divulgação da língua francesa e suas obras eram bem conhecidas. Lá passou dois anos e depois se envolveu na luta pela unificação da Itália, tendo sido diretor do Museu de Nápoles em 1861. Voltou a Paris em 1864. 


Mesmo sendo bem sucedido e como boas ligações com a nobreza francesa, sentia a questão do preconceito pela cor de sua pele, inclusive a imprensa francesa chegou a tratá-lo como "canibal africano". Uma de suas novelas, escrita em 1843, chamada Georges, falava de aspectos raciais e do colonialismo. 


Faleceu em 5 de dezembro de 1870, na cidade de Puys, na França. Foi sepultado no cemitério de Villers-Cotterêts. Em 2002 foi homenageado pelo presidente francês Jacques Chirac. Seus restos mortais foram colocados em um novo caixão e levados em cortejo até o Panteão de Paris, onde grandes escritores estão sepultados. Os carregadores do caixão estavam vestidos como os mosqueteiros Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan. O presidente francês disse na ocasião: "Contigo, nós fomos D'Artagnan, Monte Cristo ou Balsamo, cavalgando pelas estradas da França, percorrendo campos de batalha, visitando palácios e castelos -- contigo, nós sonhamos."


Os romances de Alexandre Dumas foram traduzidos em cerca de 100 idiomas, tendo inspirado diversos filmes. Suas obras completas somam 177 volumes.



         Obras de destaque de Alexandre Dumas

  • O Major de Strasburgo, teatro, 1821
  • Estocolmo, Fontainebleau, Roma, teatro, 1824
  • Henrique III e Sua Corte, teatro, 1829
  • Antony, teatro, 1831
  • Napoleão Bonaparte, teatro, 1832
  • Carlos VII entre Seus Grandes Vassalos, teatro, 1832
  • A Torre de Nesle, teatro, 1832
  • Impressões de Viagem, 1832
  • Cavaleiro de Harmenthal, romance, 1840 (com Auguste Maquet)
  • Os Três Mosqueteiros, romance, 1844
  • O Conde de Monte Cristo, romance, 1845
  • A Rainha Margot, romance, 1845
  • Vinte Anos Depois, romance, 1845
  • Os Quarenta e Cinco, romance, 1847
  • O Visconde de Bragelonne, romance, 1848
  • O Colar da Rainha, romance, 1850
  • A Condessa de Charny, romance, 1853

            Frases de Alexandre Dumas:



“Faça sua ausência ser forte o suficiente para que alguém sinta a sua falta, mas cuide para que essa ausência não se torne longa ao ponto desse alguém descobrir que pode viver sem você.”

“Em política, meu caro, sabe tão bem quanto eu, não existem homens, mas ideias; não existem sentimentos, mas interesses; em política, ninguém mata um homem: suprime-se um obstáculo. Ponto final.”

 “As feridas morais tem a particularidade de que se escondem, mas não se fecham; sempre dolorosas, sempre prontas a sangrar quando são tocadas, ficam vivas e abertas no coração.”

“É necessária a desgraça para provocar certas minas misteriosas ocultas na inteligência humana; é precisa a pressão para fazer estourar a pólvora.”

 “A felicidade faz bem até mesmo aos maus.”

“Estranho destino que leva os homens a destruírem-se uns aos outros por interesses de pessoas que lhes são estranhas e que na maior parte das vezes nem lhe sabem da existência.”


“Para todos os males, há dois remédios: o tempo e o silêncio.”


“Este é um dos orgulhos da nossa funesta humanidade: cada homem julga-se mais infeliz que outro infeliz que chora e geme ao seu lado.”


“Os seres queridos que perdemos não repousam debaixo da terra, mas o levamos no coração.”



“O mais feliz dos felizes é aquele que faz os outros felizes.”



“Em amor, não há último adeus, senão aquele que se não diz.”



“Só os que padecem um extremo infortúnio estão aptos a usufruir uma extrema felicidade. É preciso ter querido morrer para saber o que vale a vida.”



“Para o homem feliz, a oração é uma reunião monótona de palavras sem sentido, até o dia em que a dor venha explicar ao desgraçado essa linguagem sublime por intermédio da qual o homem fala com Deus.”


 “A sabedoria humana termina por inteira nestas palavras: Confiar e esperar!”


 “O mundo é um salão do qual é preciso sair cortês e honrosamente, ou seja, saudando e pagando as dívidas do jogo.”


“Por vezes é penoso cumprir o dever, mas nunca é tão penoso como não cumpri-lo.”


 “Os maridos das mulheres que nós admiramos parecem-nos sempre estúpidos.”


 “Falar dos próprios males já é um consolo.”


“O amor é Física, o casamento é Química.”


“A vida é fascinante: só é preciso olhá-la através das lentes corretas.”


“Quem não ama precisa encher de ruído a solidão.”


“A esperança que o homem tem na eternidade em outro mundo resulta-lhe do desespero que sente por não ser eterno naquele onde está.”



"(...) em que reside o maravilhoso? No que não compreendemos. O que é um bem verdadeiramente desejável? O que não podemos possuir. Ora, ver coisas que não posso compreender, proporcionar-me coisas impossíveis de possuir, eis o estudo de toda a minha vida." 


"É a nossa felicidade aparente que nos cria maior números de inimigos…"


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Márcio Jose Matos Rodrigues-Professor de História




Figura: 

https://www.google.com/search?sxsrf=ALeKk02uEiLVuKSKYxnANdyya7mac-fX7w:1595100998153&source=univ&tbm=isch&q=figura+de+alexandre+dumas+pai&client

Um comentário:

  1. Muito bom.Li Os 3 mosqueteiros é o Conde de Monte Cristo. Queria ler O colar da rainha.Gpsto de romances.

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