Em 24 de julho de 1802, em Villers-Cotterêts, no
departamento do Aisne, na França, nasceu o escritor e dramaturgo Alexandre
Dumas Davy de la Pailleterie, conhecido como Alexandre Dumas (Pai).
Dumas era neto do marquês Alexandre Antoine Davy de la Pailleterie e de uma escrava negra da ilha
de Santo Domingos, Marie-Césette . O pai de Alexandre Dumas foi o general do
exército francês, Thomas Alexandre Davy de la Paileterie e sua mãe foi Marie Louise. Seu pai tinha feito uma
brilhante carreira militar em Paris, tendo lutado na Revolução Francesa e de
início era parceiro de Napoleão, que depois o invejou por seu sucesso na
carreira, não permitindo sua volta ao exército e assim, na
pobreza ele morreu em 1806.
Dumas trabalhou em um cartório, em sua cidade natal,
em 1818. Em 1821 escreveu a peça "O Major de Strasburgo", com um
amigo, Adolphe von Leuven, um nobre sueco refugiado na França. Foi para Paris
em 1822, onde conheceu o escritor Auguste Lafarge e em 1823 passou a morar em
Paris, tendo trabalhado para o Duque de Orléans, que anos mais tarde seria o
rei Luís Filipe.
Na sua
juventude em Paris, Alexandre Dumas iniciou sua carreira de escritor,
escrevendo artigos para revistas e peças de teatro. Sua primeira peça em Paris,
Henrique III e sua Corte, foi
encenada pela primeira vez na Comédie Française, em 11 de fevereiro de 1829,
sendo bem aceita pelo público. A peça iniciou o teatro romântico na França.
Alexandre
Dumas vendo seu sucesso, decidiu colocar em cartaz uma outra peça que tinha
sido anteriormente recusada, "Cristina".
Só que mudou o nome para “Estocolmo, Fontainebleau, Roma”. A peça teve
grande sucesso.
Em 1830 houve a revolução que
derrubou o rei Carlos X e por alguns anos houve agitações na França, com
movimentações de republicanos e de trabalhadores das cidades, mas depois a
situação foi sendo colocada sob controle do governo. Nessa época, a industrialização
começou a se desenvolver, havendo também o fim da censura à imprensa. Alexandre
Dumas teve nessa época as oportunidades para mostrar seu talento, escrevendo
peças e depois começou a se dedicar a escrever romances. Em 1831 foi estreado o
seu drama "Antony",
sobre o amor de um bastardo por uma mulher de origem aristocrata.
Em 1838 o escritor reescreveu uma
de suas peças, criando assim sua primeira série em romance: "O Capitão Paulo". Nessa ocasião o
autor criou um estúdio de produção para criação de histórias.
Casou-se com a atriz Ida Ferrier em 1840, mas não
lhe era fiel, tendo tido vários casos amorosos, inclusive com filhos fora do casamento.
O casamento durou poucos anos. Um de seus filhos, Alexandre Dumas (filho),
nascido em 1824, também escritor,
destacou-se como autor de novelas e peças de teatro. Ele era filho de Alexandre
Dumas (pai) com uma de suas amantes, a costureira Catarina Labay.
Alexandre Dumas (pai) escreveu obras de inspiração
na História como O Conde de Monte Cristo
e Os Três Mosqueteiros, ambos de
1844, que eram romances de aventura, chamados de capa e espada, que instigavam a imaginação do público. Esse tipo de
romance era um gênero literário com origem na Espanha, no século XVII, baseado
em romances idealizados e desenganos amorosos.
Em Os Três
Mosqueteiros há fantasia amorosa, valentia e humor. Em O Conde
de Monte Cristo, há mais aspectos históricos e políticos. Segundo
estudiosos, Alexandre Dumas se inspirou na figura do pai militar para escrever “O
Conde de Monte Cristo” e “Os Três Mosqueteiros”. A ilha da prisão onde o
principal personagem de “O Conde de Monte Cristo" ficou preso teria
relação com a ilha onde seu pai ficou após um naufrágio depois da campanha
francesa no Egito, tendo sido preso. E as lutas dos mosqueteiros podem ter sido
uma referência às ações corajosas do pai em batalhas. Apesar de ganhar bem como escritor, Dumas gastava
muito e se endividava como suas farras e luxos.
Com a queda do rei Luís Felipe, em 1848, a situação
mudou. Dumas teve de partir para Bruxelas para escapar de credores. O novo
governante, que depois foi coroado como o imperador Napoleão III, não
simpatizava com o escritor.
Depois de Bruxelas, Dumas foi também para a Rússia,
onde havia muita divulgação da língua francesa e suas obras eram bem
conhecidas. Lá passou dois anos e depois se envolveu na luta pela unificação da
Itália, tendo sido diretor do Museu de Nápoles em 1861. Voltou a Paris em 1864.
Mesmo sendo bem sucedido e como boas ligações com a
nobreza francesa, sentia a questão do preconceito pela cor de sua pele,
inclusive a imprensa francesa chegou a tratá-lo como "canibal
africano". Uma de suas novelas, escrita em 1843, chamada Georges, falava de aspectos raciais e do
colonialismo.
Faleceu
em 5 de dezembro de 1870, na cidade de Puys, na França. Foi sepultado no
cemitério de Villers-Cotterêts. Em 2002 foi homenageado pelo presidente francês
Jacques Chirac. Seus restos mortais foram colocados em um novo caixão e levados
em cortejo até o Panteão de Paris, onde grandes escritores estão sepultados. Os
carregadores do caixão estavam vestidos como os mosqueteiros Athos, Porthos, Aramis e
D'Artagnan. O presidente francês disse
na ocasião: "Contigo, nós fomos D'Artagnan, Monte Cristo ou
Balsamo, cavalgando pelas estradas da França, percorrendo campos de batalha,
visitando palácios e castelos -- contigo, nós sonhamos."
Os romances de Alexandre
Dumas foram traduzidos em cerca de 100 idiomas, tendo inspirado diversos
filmes. Suas
obras completas somam 177 volumes.
Obras de destaque de Alexandre Dumas
- O Major de Strasburgo, teatro, 1821
- Estocolmo, Fontainebleau, Roma, teatro, 1824
- Henrique III e Sua Corte, teatro, 1829
- Antony, teatro, 1831
- Napoleão Bonaparte, teatro, 1832
- Carlos VII entre Seus Grandes Vassalos, teatro, 1832
- A Torre de Nesle, teatro, 1832
- Impressões de Viagem, 1832
- Cavaleiro de Harmenthal, romance, 1840 (com Auguste Maquet)
- Os Três Mosqueteiros, romance, 1844
- O Conde de Monte Cristo, romance, 1845
- A Rainha Margot, romance, 1845
- Vinte Anos Depois, romance, 1845
- Os Quarenta e Cinco, romance, 1847
- O Visconde de Bragelonne, romance, 1848
- O Colar da Rainha, romance, 1850
- A Condessa de Charny, romance, 1853
Frases
de Alexandre Dumas:
“Faça sua
ausência ser forte o suficiente para que alguém sinta a sua falta, mas cuide
para que essa ausência não se torne longa ao ponto desse alguém descobrir que
pode viver sem você.”
“Em
política, meu caro, sabe tão bem quanto eu, não existem homens, mas ideias; não
existem sentimentos, mas interesses; em política, ninguém mata um homem:
suprime-se um obstáculo. Ponto final.”
“As feridas morais tem a particularidade de
que se escondem, mas não se fecham; sempre dolorosas, sempre prontas a sangrar
quando são tocadas, ficam vivas e abertas no coração.”
“É
necessária a desgraça para provocar certas minas misteriosas ocultas na
inteligência humana; é precisa a pressão para fazer estourar a pólvora.”
“A felicidade faz bem até mesmo aos maus.”
“Estranho
destino que leva os homens a destruírem-se uns aos outros por interesses de
pessoas que lhes são estranhas e que na maior parte das vezes nem lhe sabem da
existência.”
“Para
todos os males, há dois remédios: o tempo e o silêncio.”
“Este é
um dos orgulhos da nossa funesta humanidade: cada homem julga-se mais infeliz
que outro infeliz que chora e geme ao seu lado.”
“A sabedoria humana termina por
inteira nestas palavras: Confiar e esperar!”
“O mundo é um salão do qual é preciso sair
cortês e honrosamente, ou seja, saudando e pagando as dívidas do jogo.”
“Por
vezes é penoso cumprir o dever, mas nunca é tão penoso como não cumpri-lo.”
“Os maridos das mulheres que nós admiramos
parecem-nos sempre estúpidos.”
“Falar dos próprios males já é um consolo.”
“O amor é
Física, o casamento é Química.”
“A vida é
fascinante: só é preciso olhá-la através das lentes corretas.”
“Quem não
ama precisa encher de ruído a solidão.”
“A
esperança que o homem tem na eternidade em outro mundo resulta-lhe do desespero
que sente por não ser eterno naquele onde está.”
"(...)
em que reside o maravilhoso? No que não compreendemos. O que é um bem
verdadeiramente desejável? O que não podemos possuir. Ora, ver coisas que não
posso compreender, proporcionar-me coisas impossíveis de possuir, eis o estudo
de toda a minha vida."
"É a
nossa felicidade aparente que nos cria maior números de inimigos…"
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Márcio Jose Matos Rodrigues-Professor de História
Figura:
https://www.google.com/search?sxsrf=ALeKk02uEiLVuKSKYxnANdyya7mac-fX7w:1595100998153&source=univ&tbm=isch&q=figura+de+alexandre+dumas+pai&client
Muito bom.Li Os 3 mosqueteiros é o Conde de Monte Cristo. Queria ler O colar da rainha.Gpsto de romances.
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