Jean de La Fontaine foi um poeta e fabulista
francês nascido em 8 de julho de 1621, em Chateau-Thierry, na região de
Champagne, França. Seus pais eram o superintendente da guarda florestal e de
caça real, Charles de La Fontaine e Françoise Pidoux.
Tentou a vida religiosa, mas percebeu que não era
este o seu caminho. Então foi estudar Direito em Paris, entre 1645 e 1647,
porém não quis continuar os estudos. Ficou por um tempo trabalhando com o pai.
Por ordem desse, casou com Marie Héricart, em 1647. A noiva tinha um dote de 20
mil libras e só 14 anos de idade. Jean
herda o emprego do pai quando ele morre em 1658. Porém, não quis
permanecer no cargo e não estando feliz
no casamento, deixou mulher e o filho, indo para Paris.
Descobriu que desejava ser escritor e em Paris
frequentava locais de efervescência literária, conhecendo importantes
escritores e dramaturgos como Molière, Racine, Boileau, Coneilee e Madame de
Sévigne. Após seu quarto ano em Paris escreveu a comédia "Clymène" e
o poema "Adônis".
Em 1664, La Fontaine tornou-se conhecido quando
publicou seus "Contos", em quatro volumes. Ficou próximo dos
escritores Voltaire e Molière, escrevendo na ocasião "Os Amores de Psiquê
e Cupido", procurando tratar de uma forma maliciosa a psicologia feminina.
Passou a escrever poemas, pequenos dramas, contos e
comédias e então começou a ficar famoso com suas fábulas, quando já tinha mais
de 40 anos. As suas primeiras fábulas foram dedicadas aos filhos do rei Luís
XIV. O rei passou a lhe dar uma pensão de mil francos por ano.
Foi amigo do ministro das finanças Fouquet, um
incentivador de artistas. E quando este foi perseguido pelo rei, La
Fontaine ficou ao lado do amigo
escrevendo o poema “Elegias às Ninfas de
Siena”. Depois continuou escrevendo outros textos que tinham relação com
Fouquet, o que desagradou o rei. Porém La Fonatine tinha amigos entre a nobreza
e as duquesas Bouillon e d’Orléans o hospedaram em suas ricas residências.
O primeiro volume de fábulas de La Fontaine, “Fábulas Escolhidas Postas em Versos”, foi
dedicado ao rei Luís XIV. As fábulas tinham um fundo moral e eram divididas em
seis partes. Era o começo de uma publicação de 12 livros. Nas fábulas os
personagens principais são animais que tem comportamentos humanos. Os seis
primeiros livros foram publicados em 1668 e os outros entre 1678 e 1694. O
autor tinha habilidade em suas narrativas e pelas reflexões que fazia em seus
textos. Teve influência de parábolas bíblicas, histórias medievais e do Oriente e, principalmente das fábulas do
escritor da Grécia Antiga, Esopo. La
Fontaine publicou mais de 200 fábulas
durante sua vida.
Entre as fábulas mais conhecidas de La Fontaine
podem ser citadas:
- A Lebre e a Tartaruga
- O Leão e o Rato
- O Lobo e o Cordeiro
- A Cigarra e a Formiga (Esta fábula”, atribuída a Esopo, foi recontada por La Fontaine)
- O Corvo e a Raposa
La Fontaine não podendo falar diretamente dos
membros da corte real, onde havia artimanhas políticas e interesses pessoais em
jogos de poder e de privilégios, resolveu retratar essas pessoas sob um meio
disfarçado, como se fossem animais de fábulas. O rei por exemplo era o leão,
que tinha o poder. As ovelhas são os ingênuos. A raposa é o espertalhão que usa
de meios astutos para se dar bem.
Concluía em obras suas de uma forma em que o forte
vencia e há o domínio de violência e astúcia. Ele mostrava pelo meio disfarçado
das fábulas a hierarquia social e a
política da sociedade em que vivia. Assim ele analisava a situação social de
seu tempo, muitas vezes usando de ironia. Procurava especialmente tratar das experiências cotidianas das
pessoas, utilizando os personagens com suas emoções e atitudes.
La Fontaine foi aceito como membro da Academia
Francesa em 1684. Antes de entrar na Academia, teve uma oposição do rei porque
o escritor não era muito ligado às convenções sociais e aos assuntos
religiosos. Viveu vinte anos na casa de
uma nobre, Madame de La Sablière e depois mais alguns anos com outra importante
componente da nobreza, Madame D'Hervart.
Em 13 de abril de 1695, o escritor faleceu em Paris
e sepultado no famoso cemitério de Père-Lachaise. Ao seu lado está a sepultura
do dramaturgo Molière.
.
Fábulas de La Fontaine:
Fábula: O Leão e o Rato
Certo dia, estava um Leão a dormir a sesta quando um ratinho começou a correr por cima dele. O Leão acordou, pôs-lhe a pata em cima, abriu a bocarra e preparou-se para o engolir.
- Perdoa-me! - gritou o ratinho - Perdoa-me desta vez e eu nunca o esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim?
O Leão ficou tão divertido com esta ideia que levantou a pata e o deixou partir.
Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores o queriam oferecer vivo ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram à procura de um meio para o transportarem.
Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu as cordas que o prendiam.
E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais.
Moral da história: Não devemos subestimar os outros.
Certo dia, estava um Leão a dormir a sesta quando um ratinho começou a correr por cima dele. O Leão acordou, pôs-lhe a pata em cima, abriu a bocarra e preparou-se para o engolir.
- Perdoa-me! - gritou o ratinho - Perdoa-me desta vez e eu nunca o esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim?
O Leão ficou tão divertido com esta ideia que levantou a pata e o deixou partir.
Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores o queriam oferecer vivo ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram à procura de um meio para o transportarem.
Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu as cordas que o prendiam.
E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais.
Moral da história: Não devemos subestimar os outros.
Fábula O Lobo e o Cordeiro
O cordeiro bebia em um riacho, quando o lobo
faminto se aproximou e perguntou-lhe: “Por que sujas a água que devo beber?” O
cordeiro timidamente respondeu-lhe: “Senhor lobo, como posso sujar a água, se
bebo no vale e o regato desce da montanha?”
O lobo insistiu em seu argumento, até perceber que
era insustentável. Então apresentou nova queixa: “Bem sabes que o ano passado
andaste falando mal de mim”. O cordeirinho espantado retorquiu: “Mas como? O
ano passado eu nem era nascido”.
Ao que o lobo comentou: “Se não foste tu, foi teu
irmão”. E sem dar ao cordeiro a possibilidade de defender-se, saltou sobre ele
e o devorou.
MORAL: A razão do mais forte é
sempre a melhor
Fábula: A Raposa e a Cegonha
A Raposa convidou a Cegonha para jantar e lhe serviu sopa em um prato raso.
-Você não está gostando de minha sopa? - Perguntou, enquanto a cegonha bicava o líquido sem sucesso.
- Como posso gostar? - A Cegonha respondeu, vendo a Raposa lamber a sopa que lhe pareceu deliciosa.
Dias depois foi a vez da cegonha convidar a Raposa para comer na beira da Lagoa, serviu então a sopa num jarro largo embaixo e estreito em cima.
- Hummmm, deliciosa! - Exclamou a Cegonha, enfiando o comprido bico pelo gargalo - Você não acha?
A Raposa não achava nada nem podia achar, pois seu focinho não passava pelo gargalo estreito do jarro. Tentou mais uma ou duas vezes e se despediu de mau humor, achando que por algum motivo aquilo não era nada engraçado.
A Raposa convidou a Cegonha para jantar e lhe serviu sopa em um prato raso.
-Você não está gostando de minha sopa? - Perguntou, enquanto a cegonha bicava o líquido sem sucesso.
- Como posso gostar? - A Cegonha respondeu, vendo a Raposa lamber a sopa que lhe pareceu deliciosa.
Dias depois foi a vez da cegonha convidar a Raposa para comer na beira da Lagoa, serviu então a sopa num jarro largo embaixo e estreito em cima.
- Hummmm, deliciosa! - Exclamou a Cegonha, enfiando o comprido bico pelo gargalo - Você não acha?
A Raposa não achava nada nem podia achar, pois seu focinho não passava pelo gargalo estreito do jarro. Tentou mais uma ou duas vezes e se despediu de mau humor, achando que por algum motivo aquilo não era nada engraçado.
MORAL: Às vezes recebemos na mesma moeda por tudo aquilo que fazemos.
Algumas frases de La Fontaine:
"Nenhum caminho de flores conduz à glória."
"A excessiva atenção que se presta ao perigo
faz que muitas vezes nele se caia."
"A ausência tanto é um remédio contra o ódio
como uma arma contra o amor."
"Arriscamo-nos
a perder quando queremos ganhar demais."
"Nas
asas do tempo, a tristeza voa."
"Pela
forma como trabalha se avalia o artista."
"Evita
julgar os outros pela aparência."
"Sirvo-me
de animais para ensinar o homem."
"Paciência
e tempo dão mais resultado do que a força e a raiva."
"A
vergonha de confessar o primeiro erro leva a cometer muitos outros."
"Se
quiser falar ao coração dos homens, há que se contar uma história. Dessas onde não faltem animais, ou deuses e muita fantasia. Porque é assim – suave e
docemente que se despertam consciências."
"Mais
vale a doçura que a violência."
"Cada
um transforma em realidade tanto quanto pode seus próprios sonhos."
"Porque
jurei jamais ir
A qualquer casa ou lugar,
Vendo só por onde entrar,
E não por onde sair.
Foi reflexão mui sabida
Esta que fez a raposa;
Que é loucura desmedida
Entrarmos em qualquer coisa
Sem ver se tem saída."
A qualquer casa ou lugar,
Vendo só por onde entrar,
E não por onde sair.
Foi reflexão mui sabida
Esta que fez a raposa;
Que é loucura desmedida
Entrarmos em qualquer coisa
Sem ver se tem saída."
"Falar
é bom, calar é melhor, mas ambos são desagradáveis quando levados ao exagero."
"Todo
mundo acredita muito facilmente em qualquer coisa que tema ou deseje."
"Muitas
vezes, encontramos a nossa estrada quando, finalmente, seguimos o caminho que tanto
enveredamos para evitar."
"O
homem é feito de tal modo que quando alguma coisa incendeia a sua alma, as
impossibilidades desaparecem."
"Não
chamo alegria o que provoca o riso; mas, um certo encanto, um ar agradável que
se pode dar as espécies de assuntos, mesmo os mais sérios."
_______________________________________________
Márcio
José Matos Rodrigues-Professor de História
Figura: https://www.google.com/search?sxsrf=ALeKk01wPPu5dRLBqmude-YDfZFRQWJ9OQ:1594609008487&source=univ&tbm=isch&q=imagem+de+La+Fontaine&client=firefox-
Nenhum comentário:
Postar um comentário