sábado, 18 de julho de 2020

O general Thomas Alexandre Dumas Davy de Pailleterie, heroi da Revolução Francesa e pai de Alexandre Dumas







Ao pesquisar para escrever o artigo sobre Alexandre Dumas, o pai, li a respeito de seu pai e do filho também famoso, também chamado de Alexandre Dumas. Assim, resolvi fazer uma trilogia, falando primeiro do Alexandre Dumas pai, para depois prosseguir com outros artigos falando sobre os outros dois. Desta forma, este artigo é sobre o pai de Alexandre Dumas, o general Thomas Alexandre Dumas Davy de Pailleterie, que provavelmente serviu de inspiração para Alexandre Dumas em seus romances "Os Três Mosqueteiros" e "O Conde de Monte Cristo". 


Thomas foi um general importante, chegando ao posto de general comandante de um exército francês no tempo da Revolução francesa. Ele nasceu em 25 de março de 1762, em Jérémie, na colônia de  Saint-Domingue (atualmente no Haiti). Era filho do Marquês Alexandre Antoine Davy de la Pailleterie (que tinha servido ao exército francês como oficial e era de uma família nobre da Normandia com a riqueza em decadência) e de Marie-Cessete Dumas, descendente de africanos. Seu pai tinha saído da França e ido trabalhar no engenho do irmão em Saint-Domingue e depois foi ser dono de plantação de café e cacau. Embora Thomas tenha nascido na escravidão, foi para a França em 1776 , foi educado, tendo depois entrado no exército desse país em 1786. Sua mãe e irmãos tinham sido vendidos como escravos por seu pai em Saint-Domingue. Ele também chegou a ser vendido como escravo pelo pai na ilha, que depois o comprou na França, onde adquiriu sua liberdade. 



Tendo se tornado republicano, passou a servir em uma unidade de soldados negros chamada de "A Legião Americana" durante o período revolucionário. Subiu rapidamente de cabo para general de divisão em menos de dois anos. Assim, com somente 31 anos, Thomas estava comandando 53 mil franceses do Exército dos Alpes. Sua campanha nos Alpes foi vitoriosa contra as tropas austríacas. Ele uniu-se ao exército da Itália em novembro de 1796, tendo como comandante-chefe Napoleão Bonaparte. Houve nessa época já um início de tensão entre os líderes quando Napoleão permitiu o saque de propriedades na região por parte de suas tropas, com o que não concordava Thomas. 



Em 1797, o general Thomas deteve um ataque austríaco em uma ponte sobre o rio Eisack, sendo muito elogiado por essa proeza. Os austríacos o apelidaram de "Diabo Negro". Na expedição ao Egito, serviu como comandante de cavalaria. Lá teve atritos verbais com o general Napoleão Bonaparte, que comandava a expedição.



Thomas saiu do Egito em março de 1799 em um navio que encalhou no sul da Itália, que era parte do Reino de Nápoles. Lá ele foi preso em uma masmorra, onde permaneceu até 1801. Após sua libertação, foi para a França e  em 1802 nasceu seu filho Alexandre Dumas. Infelizmente, o preconceito na época por causa da cor da pele do general fez com que ele não tivesse um reconhecimento posterior por seus feitos militares. Quando voltou para casa, não tinha mais seus bens. Tentou voltar ao exército francês, porém Napoleão o ignorou. E em 27 de fevereiro de 1806, com dificuldades financeiras, Thomas faleceu de câncer no estômago.


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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História





Figura: 

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