sábado, 11 de julho de 2020

A escritora francesa George Sand














Amandine Aurore Lucile Dupin, conhecida pelo seu pseudônimo George Sand, nasceu em Paris em 1 de julho de 1804. Foi uma famosa romancista francesa. Seus pais eram Maurice e Sophie Dupin. Ela perdeu seu pai, um membro da nobreza francesa, quando era ainda criança quando ele sofreu uma queda de cavalo. Após essa morte ela teve sua guarda disputada pela mãe e por sua avó paterna, Marie-Aurore de Saxe ( neta do conde Maurício de Saxe, filho bastardo do rei da Polônia e de Saxe, Augusto II), que ganhou a disputa e passou a criá-la. 


Amandine em sua infância tinha como parceiro de brincadeiras seu meio-irmão Hippolyte Chatiron. Os dois estudavam com um preceptor em casa. Depois ela foi enviada pela avó para o Couvent des Anglaises, em Paris. Lá, Amandine chegou a desejar ser freira, tendo se interessado por música e teatro. Inclusive criava peças de teatro e as representava com outras meninas. 


Quando a sua avó  morreu, ela ficou muito triste. Para ter direito à herança da avó tinha de se casar e então se casou com o barão François-Casimir Dudevant, em 1821. O casal teve oficialmente dois filhos, mas a menina pode ter sido fruto de um caso dela fora do casamento. Em 1831, por causa de infidelidades e alcoolismo de François, houve o divórcio. Ela passou a escrever para o jornal Le Figaro, com Jules Sandeau e usavam o pseudônimo de Jules Sand, sendo que em 1831 os dois lançaram o livro Rose et Blanche.


Em 1832 Amandine começou a usar o pseudônimo George Sand e escreveu o livro romântico Indiana, uma obra com características eróticas e psicológicas, defendendo a liberdade feminina, que fez sucesso. No período de 1832 a 1837 escreveu outros romances. Muitos deles eram publicados como folhetins em jornal. Uma característica em seus romances era a defesa de que a mulher tivesse mais liberdade e direitos. Tentou conseguir uma vaga no parlamento francês e defendia o sufrágio feminino. 


George Sand passou a ter relacionamentos que eram comentados na sociedade da época e hábitos que não eram bem vistos naqueles tempos como vestir-se com roupas masculinas e também fumava em público. Teve amores como o escritor Jules Sandeau, o arqueólogo Prosper Mérimee, o poeta Alfred de Musset, o advogado Michel de Bourges (que tinha ideias republicanas e socialistas que influenciaram a escritora), o compositor Frederic Chopin (com que esteve de 1838 a 1847) e Alexandre Manceau, dramaturgo. 


Certos romances dela mostravam a preocupação com problemas sociais, como O Companheiro da Viagem pela França, de 1840 e Consuelo (1842-1843). Participou da Revolução de 1848, na França. Escreveu também romances sobre a vida em províncias francesas e contos simples como Contos de uma Avó, de 1873, com histórias escritas para seus netos. Tinha muito gosto pela vida campestre, o que a influenciou em parte de seus livros. Denunciava como escritora as más condições dos operários e a falta de liberdade das mulheres. Participou ativamente da vida intelectual de sua época, fazendo amizade com artistas e escritores como Delacroix, Balzac e Vitor Hugo. 


Quando teve um relacionamento com Chopin, ela escreveu o livro  Lucrezia Floriani, que tratava de uma relação entre um príncipe de saúde frágil e uma atriz rica, com muitas semelhanças com o que acontecia entre Sand e Chopin. Os dois terminaram seu relacionamento em 1847 e ela não compareceu ao funeral dele. 


Ele dizia sobre seus romances: "O romance não precisa ser necessariamente a representação da realidade." Ela foi uma escritora que teve preocupações políticas, com novelas, contos, peças de teatro e textos políticos. 


Escreveu obras sobre sua vida: A História de Minha Vida (1854-1855) e Ela e Ele, de 1859, obra que fazia referência ao seu caso com Alfred de Musset. 


Em toda a sua vida ela escreveu dezenas de livros e 25 peças de teatro,duas autobiografias e mais de 40 mil cartas, que foram copiadas e publicadas em 25 volumes.

Em 8 de junho de 1876 ela faleceu em Nohant, na França. Muitos de seus romances foram base de filmes, séries de tv e peças de teatro, assim como tem sido realizados estudos e filmes sobre sua vida. É considerada a maior escritora francesa. O escritor Vitor Hugo escreveu quando ela morreu: “George Sand era uma ideia. Ela ocupa um lugar único em nossa era. Outros são grandes homens… ela foi uma grande mulher. Eu choro uma morte e saúdo uma imortal.”


Frases de George Sand :


“A recordação é o perfume da alma. É a parte mais delicada e mais suave do coração, que se desprende para abraçar outro coração e segui-lo por toda a parte.”


 “Cada qual tem os defeitos de suas virtudes.”


 “A inteligência procura, mas quem encontra é o coração.”


“Os sofrimentos do amor devem enobrecer, não degradar.”


“A simplicidade é a essência do grande, do verdadeiro, e do belo na arte.”


“Cada um tem a idade do seu coração, da sua experiência, da sua fé.”


“Creio que a opinião política de um homem é o próprio homem.”


“Amar é tudo quanto há de bom na vida.”


“O beijo é uma forma de diálogo.”


“A vida é uma longa lesão que raramente dorme e nunca se cicatriza"

“Há quem adquira o mau costume de ser infeliz.”


“A aventura não está fora do homem, está dentro.”


“Deus pôs o prazer tão perto da dor, que muitas vezes se chora de alegria.”


“Não caminhes à minha frente, porque não te seguirei. Não caminhes atrás de mim, pois não te guiarei. Só existe uma felicidade na vida, amar e ser amado.”


“A vocação do artista é lançar luz sobre a alma humana.”


“Procura manter a tua alma jovem e palpitante até à velhice.”


“Sabeis quais são as flores mais lindas de um país? As virtudes de seus habitantes.”


“A calúnia e a injúria são as armas prediletas dos ignorantes.”


 “As canções, os relatos, os contos populares, pintam em poucas palavras o que a literatura  se limita a amplificar e a disfarçar.”


“É preciso um trabalho duro e uma grande vontade para transformar a paixão numa virtude.”


 “A arte não é um estudo da realidade positiva; é uma busca da verdade ideal.”


“A dor mais cruel é a que vela fria e inerte no fundo do coração.


“Os ricos só fazem o mal porque o povo lhes estende o pescoço.”


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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História
 


Figura:

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