Amandine Aurore Lucile
Dupin, conhecida pelo seu pseudônimo George Sand, nasceu em Paris em 1 de julho
de 1804. Foi uma famosa romancista francesa. Seus pais eram Maurice e Sophie Dupin. Ela
perdeu seu pai, um membro da nobreza francesa, quando era ainda criança quando
ele sofreu uma queda de cavalo. Após essa morte ela teve sua guarda disputada
pela mãe e por sua avó paterna, Marie-Aurore de Saxe ( neta do conde Maurício
de Saxe, filho bastardo do rei da Polônia e de Saxe, Augusto II), que ganhou a
disputa e passou a criá-la.
Amandine em sua infância tinha como parceiro de
brincadeiras seu meio-irmão Hippolyte Chatiron. Os dois estudavam com um
preceptor em casa. Depois ela foi enviada pela avó para o Couvent des
Anglaises, em Paris. Lá, Amandine
chegou a desejar ser freira, tendo se interessado por música e teatro.
Inclusive criava peças de teatro e as representava com outras meninas.
Quando a sua avó morreu, ela ficou muito triste. Para ter
direito à herança da avó tinha de se casar e então se casou com o barão François-Casimir Dudevant, em
1821. O casal teve oficialmente dois filhos, mas a menina pode ter sido fruto
de um caso dela fora do casamento. Em 1831, por causa de infidelidades e
alcoolismo de François, houve o divórcio. Ela passou a escrever para o jornal Le Figaro, com Jules Sandeau e usavam o
pseudônimo de Jules Sand, sendo que em 1831 os dois lançaram o livro Rose et Blanche.
Em 1832 Amandine começou a usar o pseudônimo George
Sand e escreveu o livro romântico Indiana,
uma obra com características eróticas e psicológicas, defendendo a liberdade
feminina, que fez sucesso. No período de 1832 a 1837 escreveu outros romances.
Muitos deles eram publicados como folhetins em jornal. Uma característica em seus
romances era a defesa de que a mulher tivesse mais liberdade e direitos. Tentou
conseguir uma vaga no parlamento francês e defendia o sufrágio feminino.
George Sand passou a ter relacionamentos que eram
comentados na sociedade da época e hábitos que não eram bem vistos naqueles
tempos como vestir-se com roupas masculinas e também fumava em público. Teve
amores como o escritor Jules Sandeau, o arqueólogo Prosper Mérimee, o poeta
Alfred de Musset, o advogado Michel de Bourges (que tinha ideias republicanas e
socialistas que influenciaram a escritora), o compositor Frederic Chopin (com
que esteve de 1838 a 1847) e Alexandre Manceau, dramaturgo.
Certos romances dela mostravam a preocupação com
problemas sociais, como O Companheiro da
Viagem pela França, de 1840 e Consuelo
(1842-1843). Participou da Revolução de 1848, na França. Escreveu também
romances sobre a vida em províncias francesas e contos simples como Contos de uma Avó, de 1873, com
histórias escritas para seus netos. Tinha muito gosto pela vida campestre, o
que a influenciou em parte de seus livros. Denunciava como escritora as más
condições dos operários e a falta de liberdade das mulheres. Participou
ativamente da vida intelectual de sua época, fazendo amizade com artistas e
escritores como Delacroix, Balzac e Vitor Hugo.
Quando teve um relacionamento com Chopin, ela
escreveu o livro Lucrezia Floriani, que tratava de uma relação entre um príncipe
de saúde frágil e uma atriz rica, com muitas semelhanças com o que acontecia
entre Sand e Chopin. Os dois terminaram seu relacionamento em 1847 e ela não
compareceu ao funeral dele.
Ele dizia sobre seus romances: "O romance não
precisa ser necessariamente a representação da realidade." Ela foi uma
escritora que teve preocupações políticas, com novelas, contos, peças de teatro
e textos políticos.
Escreveu obras sobre sua vida: A História de Minha
Vida (1854-1855) e Ela e Ele, de
1859, obra que fazia referência ao seu caso com Alfred de Musset.
Em toda a sua vida ela escreveu dezenas de livros e
25 peças de teatro,duas autobiografias
e mais de 40 mil cartas, que foram copiadas e publicadas em 25 volumes.
Em 8 de junho de 1876 ela faleceu em Nohant, na
França. Muitos de seus romances foram base de filmes, séries de tv e peças de
teatro, assim como tem sido realizados estudos e filmes sobre sua vida. É
considerada a maior escritora francesa. O escritor Vitor Hugo escreveu quando
ela morreu: “George Sand era uma ideia. Ela ocupa um lugar único em nossa era.
Outros são grandes homens… ela foi uma grande mulher. Eu choro uma morte e
saúdo uma imortal.”
Frases de George Sand :
“A
recordação é o perfume da alma. É a parte mais delicada e mais suave do
coração, que se desprende para abraçar outro coração e segui-lo por toda a
parte.”
“Cada qual tem os defeitos de suas virtudes.”
“A inteligência procura, mas quem encontra é o
coração.”
“Os
sofrimentos do amor devem enobrecer, não degradar.”
“A
simplicidade é a essência do grande, do verdadeiro, e do belo na arte.”
“Cada um
tem a idade do seu coração, da sua experiência, da sua fé.”
“Creio
que a opinião política de um homem é o próprio homem.”
“Amar é
tudo quanto há de bom na vida.”
“O beijo
é uma forma de diálogo.”
“A vida é
uma longa lesão que raramente dorme e nunca se cicatriza"
“Há quem
adquira o mau costume de ser infeliz.”
“A
aventura não está fora do homem, está dentro.”
“Deus pôs
o prazer tão perto da dor, que muitas vezes se chora de alegria.”
“Não caminhes
à minha frente, porque não te seguirei. Não caminhes atrás de mim, pois não te
guiarei. Só existe uma felicidade na vida, amar e ser amado.”
“A
vocação do artista é lançar luz sobre a alma humana.”
“Procura
manter a tua alma jovem e palpitante até à velhice.”
“Sabeis
quais são as flores mais lindas de um país? As virtudes de seus habitantes.”
“A
calúnia e a injúria são as armas prediletas dos ignorantes.”
“As canções, os relatos, os contos populares,
pintam em poucas palavras o que a literatura se limita a amplificar e a disfarçar.”
“É
preciso um trabalho duro e uma grande vontade para transformar a paixão numa
virtude.”
“A arte não é um estudo da realidade positiva;
é uma busca da verdade ideal.”
“A dor
mais cruel é a que vela fria e inerte no fundo do coração.
“Os ricos só fazem o mal porque o povo lhes estende o pescoço.”
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História
Figura:
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