Alexandre Dumas, filho,
foi um escritor e dramaturgo francês, nascido em Paris, em 27 de julho de 1824,
filho ilegítimo de Alexandre Dumas, pai e de Marie Catherine Labay.
Pai e filho só se conheceram em 1831 e nesse ano seu
pai o reconheceu legalmente, procurando garantir sua educação, encaminhando-o
para estudar primeiramente na Instituição Goubaux e depois no Colégio Bourbon. Sua mãe
entristeceu-se devido o menino Alexandre lhe ter sido tirado para ficar sob a
responsabilidade do pai, mas não pôde ir contra isso, pois as leis permitiam.
Essa situação inspirou Alexandre filho na criação de personagens femininos
trágicos.
Quando criança, além de conviver com o fato de seus
pais não serem casados, o que fazia a alta sociedade da época discriminar os
filhos de uniões assim, também a questão dele ter ancestrais africanos
reforçava essa discriminação. Tais aspectos influenciaram seu comportamento e
seu processo criativo quando se tornou escritor e autor de peças de teatro. Segundo
estudiosos de sua personalidade, ele era orgulhoso, afoito e brilhante ao
conversar, não raramente apresentando-se violento. Tinha semelhança física com
o pai, embora na cor da pele fossem diferentes, pois o pai herdara a cor de
ancestrais africanos e o filho não.
Em 1842 conheceu a cortesã
Marie Duplessis, que lhe inspirou na posterior criação do romance A Dama das Camélias (1848), pois Marie usava uma camélia no peito. Ela,
cujo nome de batismo era Alphonsine, tinha
tido uma infância problemática, mudando-se aos 14 anos para Paris,
passando a trabalhar como costureira. Mas percebendo que tinha uma boa aparência
e que os homens se sentiam atraídos por ela, tornou-se uma cortesã de luxo,
tendo diversos amantes. Quando conheceu Alexandre Dumas filho no Teatro de
Variedades ela tinha 20 anos. Eles se
apaixonaram, mas em 1845 ele terminou o relacionamento, pois ele a amava muito,
porém não se considerava rico para sustentar seus hábitos e tinha muito ciúme dela,
que continuava a ter outros relacionamentos. E em relação ao romance A Dama das Camélias, foi depois por ele
adaptado ao teatro em 1851 e Verdi criou uma ópera baseada nele: La Traviata.
Em 1844 passou a viver em
Saint-Germain-en-Lave, com seu pai. Este ajudou o filho a conhecer pessoas influentes da sociedade da
época, levando-o a cafés literários, teatros e saraus. E ele, o filho, passou a
ser um observador da alta sociedade, frequentando-a , mesmo não sendo originário
dela. Como escritor começou com poemas publicados em jornais. O seu primeiro
livro de poemas chamou-se Pecados de Juventude e foi publicado graças ao apoio
financeiro do pai. Em certas obras tinha um estilo crítico à sociedade, devido
às humilhações que tinha sofrido por sua origem.
Dumas filho casou-se em
1864 com Nadeja Naryschkine e o casal teve uma filha. Quando sua primeira
esposa faleceu, ele casou-se com Heriette Régnier, que tinha quarenta anos
menos que ele.
Além de Dama das Camélias, Alexandre escreveu
peças e mais doze romances, um deles um romance semi-autobiográfico, "L'affaire Clemenceau, obra muito
elogiada. Entrou para a Academia Francesa
em 1874 e ganhou em 1894 a Legião de
Honra.
Foi defensor de uma
igualdade entre homens e mulheres e fez campanha pela instituição do divórcio.
Teve uma visão moralista contra o adultério, mas tinha muitas semelhanças em
relação ao pai quanto à moral pessoal vivenciada, tendo muitos envolvimentos amorosos, alguns com mulheres
casadas.
Dumas Filho faleceu em 27
de novembro de 1895, em Marly-le-Roy, Yvelines, sendo sepultado no cemitério de
Montmartre em Paris. Entre suas obras podem ser citadas: O amigo das mulheres, A estrangeira, O filho natural, Pai pródigo, A princesa Georges, A dama das pérolas, Três homens fortes, O processo Clemenceau, Cesarina, O doutor Servans, Questão de dinheiro, Francillon, A princesa de Bagdá, Dionísia, As idéias de Mme. Aubray.
*Frases:
"O que as grandes e puras afeições têm de bom
é que depois da felicidade de as ter sentido, resta ainda a felicidade de
recordá-las."
"É mais fácil ser bom para todos do que para
alguém."
“O valor não
é favor da natureza, mas sim resultado da educação que recebemos”
"Aconteça o que acontecer, nada apaga da
memória a criança que um dia fomos.”
“A vida é o
último hábito que se deve perder, porque foi o primeiro que se tomou.”
“Não estimes
o dinheiro nem mais, nem menos do que ele vale: é um bom servidor e um péssimo
amo.”
“É
necessário idealizar o real que se vê, e realizar o ideal que se sente.”
“A glória pela glória é uma especulação reles. Os
homens felizes pela sua celebridade são ingênuos; os homens soberbos pelo seu
gênio são tolos.”
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História
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