O pianista Pedro Mattar,
mais conhecido como Pedrinho Mattar, era filho de pais libaneses e nasceu em 19
de agosto de 1936 em São Paulo (SP). Era o caçula de dez irmãos, por isso seus
pais o chamavam de Pedrinho.
Aos oito anos de idade, iniciou
seus estudos de piano na escola de Magdalena Tagliaferro. Foi influenciado pelo
ambiente musical do Restaurante Trianon, com suas "Tardes de Chá",
com músicas tocadas ao vivo por pianista. No ano de 1953, Pedrinho fez sua
primeira apresentação ao piano na União Cultural Brasil-Estados Unidos. Passou
a tocar (escondido de seu pai em lugares que eram chamados de inferninhos) com o conjunto Os anjos do Inferno, que tinha como um
dos componentes João Gilberto. Nos anos
50, mesmo com idade muito nova, tornou-se o pianista titular da boate Xauen,
sendo Tom Jobim o primeiro reserva.
Esteve em Las Vegas, nos
Estados Unidos, acompanhando a cantora Leny Eversong e em 1960 foi com
Agostinho dos Santos que se apresentou em espetáculos na Argentina e Uruguai.
Foi frequentador do João Sebastião Bar, no bairro da
Consolação, onde se apresentavam artistas de destaque como Maysa, Chico
Buarque, Elis Regina, César Camargo Mariano, Taiguara e outros.
Foi considerado o melhor
solista do ano em 1963 e 1964 e em sua vida musical esteve entre o erudito e o
popular.
Com a cantora Claudette
Soares fez viagens pelo eixo Rio-São Paulo. Tocou com a cantora Maysa em
Portugal e Espanha em 1962. Organizou a produção musical de Bibi Ferreira em
seu programa na TV Excelsior. Em 1976 fez excursões pelo Brasil com Miele e
Sandra Bréa. Em 1982 ficou conhecido como um pianista de smoking que tocava
muito bem músicas internacionais na boate paulista Gallery.
A partir de 1990 tornou-se apresentador e solista
do programa de televisão Pianíssimo,
da Rede Vida. Outros de sua família tornaram-se músicos (sua irmã também
pianista Mercedes Mattar, os pianistas Sérgio Sciotti e Paulo Mattar e o
flautista e saxofonista Derico sobrinhos dele). O ator Maurício Mattar é
sobrinho do pianista Pedrinho Mattar.
Apresentou-se na Casa Branca para o presidente
Jimmy Carter e fez uma apresentação na escadaria do Teatro Municipal de São
Paulo para os populares.
Mudou-se para Santos em 1993. Interpretou músicas
de Gonzagão, Gonzaguinha e até mesmos sucessos de grupos como É o Tchan e Banda Cheiro de Amor. Criou e executou muitas trilhas sonoras para
comerciais de televisão de grandes empresas e também para novelas.
Houve comentários depois de sua morte dizendo que
ele se isolou nos últimos anos de vida para criar uma obra prima final que só
seria revelada 20 anos após sua morte. A música teria quatro atos retratando criticamente
a realidade social e política do Brasil, com um final místico.
A morte de Pedrinho aconteceu em 7 de fevereiro de
2007, aos 70 anos, em Santos. Tinha muitos fãs e admiradores. Era considerado
um pianista da chamada escola "florida" por florear arranjos das
músicas com sobreposições e notas extras. O estilo dele servia bem ao
entretenimento, mas não recomendável em recitais. Um dos grandes pianistas
internacionais com esse estilo foi Wladziu Valentino Liberace. Segundo comentaristas, Pedrinho era uma
pessoa romântica, que amava a música e o piano.
Sugestão para escutar:
https://www.youtube.com/watch?v=ZmvZ4ikLxgo
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Márcio José Matos Rodrigues
Figura:
https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=1042539871208354879#editor/target=post;postID=6340736380255926786
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