Em 19 de janeiro de 1809 nasceu em Boston, Massachusetts, nos Estados Unidos o escritor, poeta, editor e crítico literário Edgar Poe (depois conhecido como Edgar Allan Poe), que fez parte do movimento romântico. Ele tinha antepassados irlandeses e escoceses. Sua histórias ficaram conhecidas pelo gênero misterioso e macabro. Ele foi um dos primeiro escritores estadunidense de contos e considerado o criador do gênero ficção policial. Também contribuiu com o gênero ficção científica. Foi o primeiro nos Estados Unidos a tentar viver só como escritor, sem outra profissão e por isso encontrou dificuldades financeiras. Seu primeiro sucesso literário foi o poema The Raven(O Corvo), em 1845. Poe defendia a ideia de que o escritor deveria calcular cuidadosamente todos os sentimentos e ideias. Como crítico, suas severas críticas literárias fizeram com que ele ganhasse o apelido de "Homem da Machadinha”. Houve influência de Poe na criptografia, além de incentivar o interesse público por ela durante sua vida. Ele influenciou com suas obras escritores dos Estados Unidos e de outros países, como por exemplo, o escritor francês Júlio Verne. Nas obras de Poe há temas que aparecem com frequência como a questão da morte, com seus sinais físicos, os efeitos da decomposição, o enterro prematuro, o ressuscitamento, o luto etc. O autor teve influência posterior em livros, música, filmes etc. O escritor Arthur Conan Doyle disse sobre Poe: "Cada uma (das histórias de detetive de Poe) é uma raiz da qual toda uma literatura se desenvolveu... Onde estavam as histórias de detetives antes de Poe soprar o sopro da vida nelas?”
O pai de Edgar era o ator de teatro David
Poe Jr e sua mãe a atriz inglesa Elisabeth Arnold. O escritor teve um irmão
mais velho e uma irmã caçula. Pouco após o pai de Edgar abandonar a família,
a mãe dele morreu de complicações no parte e de tuberculose. O futuro escritor
foi morar com o casal Francis Allan e o seu marido, o empresário John
Allan, em Richmond, sem nunca ter passado por um processo de adoção formal. O
pai adotivo foi o responsável pela inclusão do sobrenome Allan, ficando assim
Edgar Allan Poe. A relação entre Edgar e o pai adotivo era de distanciamento,
ocasionando conflitos.
Edgar na infância recebeu boa educação
(tendo morado alguns anos em Londres, na Inglaterra, onde estudou em
instituições inglesas) e na juventude chegou a frequentar por um semestre a
Universidade de Virgínia, mas acostumando-se à farra com bebidas e mulheres foi
expulso da Universidade. Saiu de casa após discutir com seu pai adotivo e foi
servir o exército onde ficou por dois anos. Começou sua carreira de escritor
com uma coleção de poemas em 1827. Em anos posteriores trabalhou em revistas e
jornais, criando um estilo próprio de crítica literária. Mudou-se por causa de
seu trabalho para outras cidades como Baltimore (onde se casou em 1836 com
Virginia Clemm, sua prima que tinha 13 anos de idade) e Nova Iorque. Em
1829 a mãe de criação de Edgar veio a falecer, ano em que Edgar publicou seu
segundo livro, Al Aaraf. Edgar frequentou por pouco tempo a
Academia de West Point, de onde foi expulso em 1831 sob alegação de
desobediência. Esse fato levou ao rompimento de relações entre Edgar e seu pai
adotivo. Em 1833 ele foi premiado pelo Saturday Visitor, por
seu “Manuscrito Encontrado Numa Garrafa”.
Edgar foi para Nova Iorque em 1837 e lá
ficou por quinze meses e após a publicação da obra The Narrative of
Arthur Gordon Pym mudou-se para a Filadélfia.
Em 1839 Poe passou
a ser o editor assistente da Burton’s Gentleman’s Magazine e
lá publicou artigos, historias e críticas literárias. Nesse ano de
1839 ele publicou em dois volumes a sua coleção Tales of the Grotesque
and Arabesque (obra traduzida para o Português como Historias
Extraordinárias). Essa obra foi considerada por críticos como um marco
da literatura norte-americana. A esposa de Edgar começou a sentir
sintomas de tuberculose, o que o afetou psicologicamente e ele passou a
consumir muitas bebidas alcoólicas.
Poe voltou a trabalhar em Nova Iorque,
indo para o periódico Evening Mirror (onde foi publicado seu poema de
sucesso The Raven) e depois foi ser editor do Broadway Journal,
que entrou em falência em 1846. Em 1847 sua esposa faleceu. A morte de mulheres
na vida do escritor, segundo alguns biógrafos, pode ter influenciado na forma
de escrever do autor, pois ele menciona a “morte de mulheres bonitas” em parte
de seus escritos.
Poe tentou se relacionar com a escritora
Sarah Helen Whitman, mas o seu noivado com ela não deu certo, provavelmente
devido aos hábitos de Poe que estava já viciado em bebidas alcoólicas. Também a
mãe de Sarah não aprovava o relacionamento. Ele relatou nesse período de sua
vida uma tentativa de suicídio. Poe foi para Richmond e se envolveu com a viúva Sarah
Elmira Royster. Ele veio a ser encontrado delirando em 3 de outubro de 1849, em
Baltimore, com roupas que não eram suas. Embora tenha sido levado para um
hospital, morreu quatro dias depois. Testemunhas disseram que suas últimas
palavras foram: "Senhor, por favor, ajude minha pobre alma". Não
há certeza sobre a real causa de sua morte. As hipóteses lançadas foram, além da
questão principal relacionada a problemas devido ao consumo de álcool, também diabetes, sífilis,
raiva ou alguma doença cerebral. Durante sua vida Poe escreveu diversos poemas,
contos, romances, temas policiais e de horror.
Poema
e frases de Edgar Allan Poe:
Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais."
Ah! bem me lembro! bem me lembro!
Era no glacial dezembro;
Cada brasa do lar sobre o chão refletia
A sua última agonia.
Eu, ansioso pelo sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora,
E que ninguém chamará jamais.
“Quem sonha de dia tem consciência de muitas coisas que escapam a quem
sonha só de noite.”
“A vida real do ser humano consiste em
ser feliz, principalmente por estar sempre na esperança de sê-lo muito em
breve.”
“Tudo o que vemos ou parecemos não passa de um sonho dentro de um
sonho.”
“Defino a poesia das palavras como
Criação rítmica da Beleza. O seu único juiz é o Gosto.”
“Na ética o mal é uma consequência do
bem, assim, na realidade da alegria nasce a tristeza. Ou a lembrança da
felicidade passada é a angústia de hoje, ou as agonias que são tem sua origem
nos êxtases que poderiam ter sido.”
“Os olhos são as janelas para a
alma.”
"Profundamente nesse espreitar da escuridão, tempo fiquei ali,
perguntando, temendo, duvidando, sonhando sonhos que nenhum mortal jamais se
atreveu a sonhar antes "
“Só eu, só eu amei o amor de meus enganos.”
“Apesar daquele amaldiçoado
tempo, meu espírito lutou contra a tempestade.”
“Não tenho absolutamente nenhum
prazer nos estimulantes que às vezes tomo loucamente. Não foi na busca pelo
prazer que eu arrisquei a vida e a reputação e a razão. Foi a tentativa desesperada
de escapar das memórias tortuosas, de um senso de insuportável solidão e um
pavor de alguma estranha ruína iminente.”
“Não fui, na infância, como os
outros
e nunca vi como
os outros viam.
Minhas paixões eu não
podia
tirar das fontes
igual à deles;
e era outro o canto, que acordava
o coração de alegria
Tudo o que amei, amei sozinho”
Sugestões para ver:
https://notaterapia.com.br/2016/07/05/os-5-melhores-filmes-sobre-poe-com-vincent-price-dirigidos-por-corman/
https://www.youtube.com/watch?v=YhVeNJc7IZ0
https://www.youtube.com/watch?v=UhB8i02JE7s
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Márcio José Matos
Rodrigues
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