domingo, 3 de janeiro de 2021

O poeta e dramaturgo T. S. Elliot

 


No dia 4 de janeiro de 1965 falecia com 76 anos, devido a um efisema pulmonar, o poeta, ensaísta, crítico literário e dramaturgo inglês Thomas Stearns Elliot, ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 1948 e considerado um dos representantes mais importantes do modernismo literário. Sua poesia tem muitas referências em relação a mitos, cultura e poesia da Índia antiga, tendo uma ligação à questão existencial do Homem moderno em um mundo perturbado, havendo recorrência nessa poesia ao Humanismo, com bases no cristianismo.  Recebeu influências da poesia francesa, em especial de Charles Baudelaire. Era uma pessoa divertida com os amigos e sabia jogar cartas muito bem.

 

A obra de destaque de Elliot foi “A Terra Devastada”, poema dedicado ao também poeta Ezra Pound, que teve muita influência na carreira literária de Eliot. O poema expressava as desilusões da geração que sobreviveu à Primeira Guerra Mundial, mostrando a imagem de um mundo onde a morte é onipresente e misturou estilos como o simbolismo francês, obras de metafísicos ingleses e de Dante Alighieri.

 

Seus pais eram o empresário Henry Ware Eliot e Charlotte Chauncey Stearns, descendente de uma família aristocrática mercantil de Boston, uma mulher com uma educação refinada.  Tendo sido o sexto dos filhos sobreviventes de seus pais, nasceu em 26 de setembro de 1888, em Saint Louis, Missouri, nos Estados Unidos. Estudou primeiramente na Academia Smith e depois estudou na Academia Milton, em Massachussets. 

 

Elliot diplomou-se em Filosofia e Letras na Universidade de Harvard, na cidade de Boston. Nessa instituição de ensino participou ativamente da revista universitária The Harvard Advocate. Também estudou nas universidades de Sorbonne (França) e Marburg (Alemanha). Descendente de ingleses que se estabeleceram no século XVIII na Nova Inglaterra (EUA), foi morar em Londres em 1914, lá passou a lecionar e  conheceu o poeta Ezra Pound. Trabalhou no departamento de estrangeiros do Lloyds Banking Group,de 1917 a 1925 e ingressou na editora Faber e Faber, onde ficou muitos anos. Foi editor assistente do periódico Egoist, de 1917 a 1919 e colaborou com outros meios jornalísticos como o The Athenaeum. Em 1915 casou-se com a inglesa Vivienne Haigh-Wood

Durante a década de 1920, ele passou um tempo em Paris. Seu primeiro poema foi “A Canção de Amor de J. Alfred Prufrock” sob a direção editora de seu amigo Pound, em 1915, publicado em 1917. Fundou a revista Criterion em 1922, que teve impacto na cultura dos anos 20 e 30 do século XX. Em 1927 tornou-se cidadão britânico. Estudou sânscrito e religiões orientais.

Eliot foi crítico literário bem sucedido, em especial com a coletânea de ensaios “O Bosque Sagrado”. Outra obra em que se destacou foi “Homenagem a John Dryden “. Declarou-se ser um monarquista, anglo-católico e um classicista na literatura.

No teatro produziu o coro da peça “A Rocha”, em 1934; “O Assassinato na Catedral, em 1935; “A Reunião de Família”, em 1939, entre outras produções. Foi muito bem avaliada a sua obra “Quatro Quartetos”, devido a riqueza de imagens e técnica muito bem feita dos versos. Recebeu em 1950 o prêmio    Tony Award de Melhor Libreto de Musical ( Elliot recebeu 4 vezes este prêmio em sua vida) . Em 1957 casou-se pela segunda vez com Valerie Fletcher, sua secretária na Faber & Faber. Foi considerado uma celebridade. Uma palestra dele na Universidade de Minnesota em 1956 teve cerca de 14 mil espectadores. Infelizmente houve alguns fatos deploráveis em sua biografia, como a demonstração de alguns traços de antissemitismo e nunca tendo visitado sua primeira esposa (de quem já estava separado) em um hospital psiquiátrico nos anos que ela lá esteve antes de morrer.

 

Tendo fumado muito por décadas, faleceu devido a um efisema pulmonar e foi enterrado na Inglaterra, na Igreja de Saint Michel, em Somerset.

 

Segundo Benedito Nunes: “O poeta crítico e o crítico poeta se juntam em T. S. Eliot, para quem a poesia tem uma dupla tarefa: aperfeiçoar a língua e mobilizar o pensamento para o mito, a religião e a filosofia. Disso resulta uma unidade múltipla: combinação do antigo e do novo, fragmentarismo das imagens (instantâneo de algo complexo que se desenrola temporalmente) e convergência dramática de vozes literárias do passado num sujeito silente. É o que vemos em A terra desolada (1922), o mais assombroso poema da literatura moderna, segundo Otto Maria Carpeaux, e nos Quatro quartetos (1943), suas obras mais conhecidas. Ambas podem ser ditas culturais e de conteúdo místico. Ambas revelam uma unidade temporal centrada na duração, no instante (“cada instante é uma nova e chocante / avaliação de tudo o que temos sido”, ele escreve nos Quartetos), mas voltada para a eternidade, como a forma de um vaso chinês “que ainda se move / perpetuamente em seu repouso”. Numa época marcada pela incerteza do homem quanto ao destino do seu impulso religioso e pela ressurgência de crenças antigas como o ioga, o ocultismo e a teosofia sob a crosta dos hábitos urbanos, Eliot junta platonismo, cristianismo, hinduísmo e taoísmo numa nova religiosidade sincrética, a memória da História servindo para a libertação do passado e do futuro. O homem está no mundo para purgar-se das desventuras históricas a caminho de uma Redenção que lhe foi prometida. Pensamento religioso, portanto, que interroga a História através da poesia.”

 

 

Frases de Elliot:

“É assim que o mundo termina, não com um estrondo, mas com uma choradeira.”

“Apenas se constrói com solidez sobre o passado”

 “A raça humana / Não pode suportar muita realidade.”

 “Só os que se arriscam a ir longe demais são capazes de descobrir o quão longe se pode ir.”

 “Ah, minha alma, prepare-se para encontrar Aquele que sabe fazer perguntas.”

  "Entre o desejo e o espasmo, entre a potência e a existência, entre a essência e a descendência, tomba a sombra. Esta é a maneira que o mundo acaba."

 “As palavras do ano passado pertencem à linguagem do ano passado
E as palavras do próximo ano aguardam outra voz.”

 “Percorrer muitas estradas, voltar para casa, e olhar tudo como se fosse a primeira vez”

 

 Alguns poemas de T. Elliot:

 

Manhã à Janela

Há um tinir de louças de café
Nas cozinhas que os porões abrigam,
E ao longo das bordas pisoteadas da rua
Penso nas almas úmidas das domésticas
Brotando melancólicas nos portões das áreas de serviço.
As ondas castanhas da neblina me arremessam
Retorcidas faces do fundo da rua,
E arrancam de uma passante com saias enlameadas
Um sorriso sem destino que no ar vacila
E se dissipa rente ao nível dos telhados.

 

 O Nome dos Gatos

Dar nome aos gatos é um assunto traiçoeiro,

E não um jogo que entretenha os indolentes;

Pode julgar-me louco como o chapeleiro,

Mas a um gato se dá TRÊS NOMES DIFERENTES.

Primeiro, o nome por que o chamam diariamente,

Como Pedro, Augusto, Belarmino ou Tomás

Como Victor ou Jonas, Jorge ou Clemente

– Enfim nomes discretos e bastante usuais.

Há mesmo os que supomos soar com som mais brando,

Uns para damas, outro para cavalheiros,

Como Platão, Admetus, Electra, Demétrio

Mas são todos discretos e assaz corriqueiros

Mas a um gato cabe dar um nome especial

Um que lhe seja próprio e menos correntio:

Se não como manter a cauda em vertical,

Distender os bigodes e afagar o brio?

Dos nomes desta espécie é bem restrito o quorum,

Como Quaxo, Munkunstrap ou Coricopato,

Como Bombalurina, ou mesmo Jellylorum…

Nomes que nunca pertencem a mais de um gato.

Mas, acima e além, há um nome que ainda resta,

Este de que jamais ninguém cogitaria,

O nome que nenhuma ciência exata atesta

SOMENTE O GATO SABE, mas nunca o pronuncia.

Se um gato surpreenderes com ar meditabundo,

Saibas a origem do deleite que o consome:

Sua mente se entrega ao êxtase profundo

De pensar, de pensar, de pensar em seu nome:

Seu inefável afável

Inefanefável

Abismal, inviolável e singelo Nome.

 

 

 Prelúdios

A tarde de inverno vai baixando
Com um cheiro de bifes nos cruzamentos.
Seis horas.
O fim queimado de dias nevoentos.
E agora uns chuvarais lestos
Prendem os horrendos restos
De folhas secas que envolvem nossos pés
E jornais nos espaços vagos;
As batidas dos chuvaréis
Nas chaminés e nos olhos-mágicos quebrados,
E numa esquina de corcéis
Uma montaria solitária bafeja, trota e avança.
E a lâmpada suas luzes lança.

   II

A manhã toma consciência
Das vertigens do cheiro de cerveja
Que vem da rua de serragem batida
Com as pegadas de todos os pés enlameados
Até as primeiras cafeterias.

Junto dos outros mascarados
É que o tempo recomeça,
Pensa-se que todas essas mãos
São, numa centena de quartos mobiliados,
Emergentes tons sombrios.

     III

Um cobertor da cama agitaste,
Caíste de costas, e aguardaste;
Adormeceste, e observaste a noite que revelava
Um milhar de imagens sórdidas
Do que tua alma foi formada;
Contra o teto eram arremessadas.
E quando todo mundo retornou
E entre as venezianas deslizou a claridade,
E você ouviu os pardais nas calhas da cidade,
Tiveste uma visão da rua
Como se frases por ela fossem compreendidas;
Sentado numa parte da cama, onde
Curvastes papéis que teu cabelo esconde,
Ou agarraste dos pés a amarela sola nua
Nas palmas de ambas as mãos encardidas.

     IV

Pelos céus a alma se estendeu dando pequeninas
Voltas que passam por trás de um muro,
Ou esmagou-a uns pés insistentes
Quando marca quatro e cinco e seis o relógio duro;
E dedos curtos preenchendo os cachimbos,
E os jornais da tarde, e as retinas
Certos de certas certezas,
A consciência de uma rua decadente
Sem paciência para apropriar-se do mundo.

Sou movido por sonhos que se curvaram
Em volta dessas imagens, e prendendo:
A noção de algo infinitamente gentil
Algo infinitamente sofrendo.

Limpe a mão sobre a boca, e ria;
O mundo gira, em órbita, como anciãs
Juntando combustível em espaços vagos.

 

Sussurros de imortalidade

 


Webster, possesso pela morte,
via, detrás da pele, os crânios;
riam sem lábios, reclinando-se
sem tórax, seres subterrâneos.
Não olhos: bulbos de narciso
pasmavam de órbitas escuras!
Sabia: a mente envolve restos
mortais com luxos e luxúrias.
Donne, posso crer, também achava
que era ao sentido que cabia
pegar, render e penetrar;
perito em mais do que a empiria,
ciente da angústia da medula,
do espasmo do esqueleto, viu
que, no contato dado à carne,
nada se aplacava o osso febril.
* * *
Grishkin é bela: sublinhados,
seus olhos russos são enfáticos;
sem sutiã, seu busto amigo
promete júbilos pneumáticos.
O jaguar brasileiro, à espreita
do mico lépido, o avassala
com eflúvio sutil de gato;
Grishkin possui um quarto-e-sala;
O nédio jaguar brasileiro,
em sua sombra arbórea, não
destila odor forte e felino
como o de Grishkin num salão.
Mesmo abstrações rondam seu charme.
Entre ossos secos, todavia,
meus iguais, rastejando, aquecem
a nossa vã filosofia.

 

Rapsódia sobre uma noite de vento

Meia-noite.
Uma síntese lunar captura
Todas as fases da rua,
Sussurrantes sortilégios lunares
Dissolvem os planos da memória
E todas as suas límpidas tramas,
Divisões e precisos mecanismos.
Cada lampião que ultrapasso
Pulsa como um tambor fatídico,
E através das lacunas do escuro
A meia-noite golpeia a memória
Como um louco brande um gerânio morto.

Uma e meia,
O lampião cuspia,
O lampião resmungava,
O lampião dizia: “Olha aquela mulher
Ao teu encontro hesitante à luz da porta
Que a recorta como um riso escarninho.
Repara-lhe a barra do vestido
Rasgada e suja de areia,
E o canto de seu olho que se arqueia
Como um grampo retorcido.”

A memória expele e disseca
Um turbilhão de coisas tortas;
Um ramo tortuoso sobre a praia
Polidamente carcomido e cinzelado
Como se o mundo erguesse à superfície
O segredo de seu esqueleto,
Rígido e alvadio.
A mola espatifada no pátio de uma fábrica,
A ferrugem que se aferra à forma
Que a força deixou tensa e enrodilhada
E pronta a abocanhar com uma dentada.

Duas e meia,
O lampião dizia:
“Observa o gato que na calha se adelgaça,
Espicha a sua língua e saboreia
Um naco rançoso de manteiga.”
Tal a mão do menino, automática,
Surripiou e embolsou um brinquedo
Que ao longo do cais deslizava.
Eu nada podia ver atrás dos olhos do menino.
Tenho visto pela rua olhos que tentam
Emergir por entre iluminadas persianas,
E certa tarde um caranguejo vi na lama,
Um velho caranguejo em sua carcaça calcária
A agarrar-se à ponta do graveto que eu sustinha.

Três e meia,
O lampião cuspia,
O lampião no escuro resmungava,
O lampião zumbia:
“Olha a lua,
La lune ne garde aucune rancune.
Pisca um olho tímido,
Sorri pelas esquinas.
Alisa os cabelos de gramínea.
A lua perdeu a memória.
Bexigas descoradas ulceram-lhe a face.
Suas mãos retorcem uma rosa de papel
Que recende a pó e água-de-colônia.
Ela está só, em companhia
De todos os antigos eflúvios noturnos
Que lhe cruzam e entrecruzam o cérebro.”
Aflora a reminiscência
De secos gerânios pálidos
E de poeira nas frinchas,
Aroma de castanhas pela rua,
E odor de fêmea nas alcovas clandestinas,
E de cigarros pelos corredores
E de coquetéis nos bares.

O lampião disse:
“Quatro horas,
Eis o número sobre a porta.
Memória!
Tens a chave,
A luminária alastra um círculo na escada.
Sobe.
A cama é franca; a escova de dentes na parede pende,
Põe teus sapatos junto à porta, dorme, para a vida te talha.

O último talho da navalha.

.

 

 A TERRA DESOLADA (trecho)

 

 O enterro dos mortos

 Abril é o mais cruel dos meses, germina

 Lilases da terra morta, mistura

 Memória e desejo, aviva

 Agônicas raízes com a chuva da primavera.

 O inverno nos agasalhava, envolvendo

 A terra em neve deslembrada, nutrindo

 Com secos tubérculos o que ainda restava de vida.

 O verão; nos surpreendeu, caindo do Starnbergersee

 Com um aguaceiro. Paramos junto aos pórticos

 E ao sol caminhamos pelas aléias de Hofgarten,

 Tomamos café, e por uma hora conversamos.

 Big gar keine Russin, stamm' aus Litauen, echt deutsch.

 Quando éramos crianças, na casa do arquiduque,

Meu primo, ele convidou-me a passear de trenó.

 E eu tive medo. Disse-me ele, Maria,

 Maria, agarra-te firme. E encosta abaixo deslizamos.

 Nas montanhas, lá, onde livre te sentes.

 Leio muito à noite, e viajo para o sul durante o inverno.

 Que raízes são essas que se arraigam, que ramos se esgalham

 Nessa imundície pedregosa? Filho do homem,

 Não podes dizer, ou sequer estimas, porque apenas conheces

 Um feixe de imagens fraturadas, batidas pelo sol,

 E as árvores mortas já não mais te abrigam, nem te consola o canto dos grilos,

 E nenhum rumor de água a latejar na pedra seca. Apenas

 Uma sombra medra sob esta rocha escarlate.

 (Chega-te à sombra desta rocha escarlate),

 E vou mostrar-te algo distinto

 De tua sombra a caminhar atrás de ti quando amanhece

 Ou de tua sombra vespertina ao teu encontro se elevando;

 Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó.

 Frisch weht er Wind

 Der Heimat zu

 Mein Irisch Kind,

 Wo weilest du?

 ''Um ano faz agora que os primeiros jacintos me deste;

 Chamavam-me a menina dos jacintos."

 - Mas ao voltarmos, tarde, do Jardim dos Jacintos,

 Teus braços cheios de jacintos e teus cabelos úmidos, não pude

 Falar, e meus olhos se enevoaram, eu não sabia

 Se vivo ou morto estava, e tudo ignorava

 Perplexo ante o coração da luz, o silêncio.

 Oed' und leer das Meer.

 Madame Sosostris, célebre vidente,

 Contraiu incurável resfriado; ainda assim,

 É conhecida como a mulher mais sábia da Europa,

 

Com seu trêfego baralho. Esta aqui, disse ela,

 É tua carta, a do Marinheiro Fenício Afogado.

 (Estas são as pérolas que foram seus olhos. Olha!)

 Eis aqui Beladona, a Madona dos Rochedos,

 A Senhora das Situações.

 Aqui está o homem dos três bastões, e aqui a Roda da Fortuna,

 E aqui se vê o mercador zarolho, e esta carta,

 Que em branco vês, é algo que ele às costas leva,

 Mas que a mim proibiram-me de ver. Não acho

 O Enforcado. Receia morte por água.

 Vejo multidões que em círculos perambulam.

 Obrigada. Se encontrares, querido, a Senhora Equitone,

 Diz-lhe que eu mesma lhe entrego o horóscopo:

 Todo o cuidado é pouco nestes dias.

 Cidade irreal,

 Sob a fulva neblina de uma aurora de inverno,

 Fluía a multidão pela Ponte de Londres, eram tantos,

 Jamais pensei que a morte a tantos destruíra.

 Breves e entrecortados, os suspiros exalavam,

 E cada homem fincava o olhar adiante de seus pés.

 Galgava a colina e percorria a King William Street,

 Até onde Saint Mary Woolnoth marcava as horas

 Com um dobre surdo ao fim da nona badalada.

 Vi alguém que conhecia, e o fiz parar, aos gritos: "Stetson,

 Tu que estiveste comigo nas galeras de Mylae!

 O cadáver que plantaste ano passado em teu jardim

 Já começou a brotar? Dará flores este ano?

 Ou foi a imprevista geada que o perturbou em seu leito?

 Conserva o Cão à distância, esse amigo do homem,

 Ou ele virá com suas unhas outra vez desenterrá-lo!

 Tu! Hypocrite lecteur! - mon semblable -, mon frère

 

 

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Márcio José Matos Rodrigues

Figura: https://www.gettyimages.pt/detail/fotografia-de-not%C3%ADcias/portrait-of-anglo-american-nobel-prize-winning-fotografia-de-not%C3%ADcias


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