Em homenagem ao Dia Internacional da
Mulher resolvi homenagear duas grandes artistas brasileiras Anita Malfatti e
Patrícia Rehder Galvão (Pagu). Começarei por Anita.
A pintora, desenhista, gravadora, ilustradora
e professora Anita Malfatti nasceu em São Paulo (SP), em 2 de dezembro de 1889.
Seu pai era Samuel Malfatti, engenheiro italiano e sua mãe
era Bety Malfatti, que lhe ensinou a pintar. Ela iniciou seus estudos no
colégio São José, depois foi para a Escola Americana e para o Colégio
Mackenzie, em 1897. Tentou o suicídio aos 13 anos deitando na linha do trem.
Ela assim descreveu a experiência: “Foi uma coisa horrível, indescritível. O
barulho ensurdecedor, a deslocação do ar, a temperatura asfixiante deram-me uma
impressão de delírio e de loucura. Eu via cores, cores e cores riscando o
espaço, cores que eu desejaria ficar para sempre na retina assombrada. Foi a
revelação: voltei decidida a me dedicar à pintura”. Com 19 anos ela se formou como
professora.
Anita pintava com a mão esquerda,
porque possuía uma atrofia no braço direito e na mão direita. Suas primeiras pinturas são de 1909. Em 1910 ela foi para a
Alemanha onde estudou no Museu Real Artes e Ofícios. Ficou na Alemanha até
1914. Em 1915 e 1916 ela estudou na Arts Students
League of New York e na Independent Scholl of Art.
No início dos trabalhos de Anita havia
um trabalho experimental com a luz, sem a técnica tradicional claro-escuro. Não
havia da parte dela uma preocupação com a representação naturalista da
realidade. Podem ser vistas imagens com contornos grossos e ondulantes. Na
obra Tropical de 1917 pode ser observada a temática
nacionalista
A primeira exposição individual de
Anita ocorreu em 1914, em São Paulo. Mas ela só ficou conhecida em 1917, pois
recebeu uma forte crítica de Monteiro Lobato, que não gostou de suas obras. Ele
escreveu no jornal O Estado de São Paulo a sua crítica
chamada “Paranoia ou mistificação?"
Anita foi a precursora da pintura
modernista, que passou a se destacar na Semana de Arte Moderna de 1922. Passou
a participar do chamado Grupo dos Cinco, formado por ela, por Tarsila do
Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia. O
nacionalismo esteve muito presente no modernismo brasileiro, que de início
estava muito voltado ao contexto urbano. Entre os anos 1922 e 1930 a “arte
nova” ou arte moderna teve seu auge, na chamada “fase de destruição”. O
Cubismo, o Futurismo, o Dadaísmo, o Surrealismo e o Expressionismo presentes na
Europa influenciaram o modernismo brasileiro. Anita de início foi influenciada
pelo Expressionismo. Na década de 1920 Anita começou a se interessar pelo Fauvismo,
utilizando cores mais intensas, indo em direção à temática regionalista.
Anita apresentou 20 obras suas durante
a Semana de Arte Moderna em 1922. Além dela também outros artistas tiveram
obras em exposição como Di Cavalcanti, Ferrignac, John Graz, Yan de Almeida
Prado, Vicente do Rego Monteiro etc. Ela morou em Paris no período de 1923 a
1928. Nessa época ela realizou exposições em Berlim, Paris e Nova York. De
1928 a 1933 em São Paulo, ela lecionou desenho na Universidade Mackenzie. E em
1942 se tornou presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo.
Faleceu em São Paulo em 6 de novembro de 1964, aos 74 anos.
Obras de Anita Malfatti: O Burrinho
Correndo (1909);O Barco (1915);A Estudante Russa (1915); O Farol (1915);Uma
Estudante (1916);O Japonês (1916);O Homem de Sete Cores (1916); A Mulher de
Cabelo Verde (1916);A Boba (1916);O Homem Amarelo (1916);Tropical (1917);A Onda
(1917);A Chinesa (1922);Mario de Andrade I (1922);As Margaridas de Mário
(1922);Paisagem dos Pirineus (1924);As Duas Igrejas (Itanhaém, 1940);Samba
(1945).
Para ver obras de Anita:
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8938/anita-malfatti/obras?p=1
_____________________________________________
Márcio José Matos Rodrigues-Professor
de História.
Figura:
https://www.google.com/search?sxsrf=APq-WBvzn3sZzvXUvUhI-NWyxLXW798uhQ:1646583308062&source=univ&tbm=isch&q=imagem+de+anita+malfatti&fi
Nenhum comentário:
Postar um comentário