terça-feira, 1 de março de 2022

Poemas do poeta ucraniano Taras Shevchenko

 









A seguir alguns  poemas do poeta, escritor, pintor, ilustrador, folclorista e etnógrafo ucraniano do século XIX  Taras Hryhorovych Shevchenko, nascido em 9 de março de 1814 e que morreu em 10 de março de 1861. Foi um autor muito importante para a literatura ucraniana moderna e para a própria língua ucraniana moderna, tendo sido membro da Academia Imperial de Artes.  Foi condenado por defender a independência da Ucrânia, que fazia parte do Império Russo. 

 

Testamento

 

Quando eu estiver morto, enterre-me

 

Na minha amada Ucrânia,


Minha tumba sobre um túmulo alto


Em meio à vasta planície,


Para que os campos, as estepes sem limites,


A costa do rio Dnieper


Meus olhos pudessem ver, meus ouvidos pudessem ouvir


O poderoso rio rugir .


Quando da Ucrânia o rio Dnieper levar para o
mar azul profundo


O sangue dos inimigos... então eu deixarei


Estas colinas e campos férteis –


Eu os deixarei todos e voarei


Para a morada de Deus,


E então eu orarei. ... Mas até aquele dia


não sei nada de Deus.


Oh me enterre, então levante-se


E quebre suas pesadas correntes

 

E regue com o sangue dos tiranos


A liberdade que você conquistou.


E na grande nova família,


A família dos livres,


Com palavras suaves e amáveis


​​Lembre-se também de mim.







Traduzido por John Weir-


Toronto, 1961

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Rugem as Cascatas

Rugem as cascatas, nasce a lua,

Como sempre nasceu...

Sitch desapareceu

E o líder também!

Não há mais Sitch?

Os juncos perguntam ao Dnipró:

“Onde estão nossos filhos,

Onde eles andam?”

 

Não voltarão os cossacos

Não se levantarão os hetmans

Não cobrirão a Ucrânia

Os jupany vermelhos.

 

Somente o inimigo está rindo...

Ria, cruel inimigo!

Mas não muito, tudo está desaparecendo,

Porém a glória não sumirá:

Não sumirá, mas contará ,

O que acontecia no mundo,

De quem é verdade, de quem é a injúria

E de quem nós somos filhos.

 

Nossa balada, nossa canção

Não morrerá, não perecerá...

Glória ao nosso povo,

Glória à Ucrânia!

 

Para ouvir:  https://www.youtube.com/watch?v=3QqYakvmp3k

 

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O sol se põe

 

O sol se pões, colinas negrejam

A avezinha se cala, o campo se aquieta,

Homens contentes fruem repouso,

Mas eu só miro... e vôo com alma

Ao pomar escuro na minha Ucrânia.

Voo com meus pensamentos,

E assim a alma se acalma,

Negrejam campos, matas e montes,

No céu profundo, nasce uma estrela.

Oh estrela, estrelinha!_e lágrimas rolam.

Tu já surgiste na minha Ucrânia?

Será que olhos amados

No céu te buscam? Ou já esqueceram?

Se já esqueceram, durmam tranqüilos,

E com o meu destino não se perturbem.

 

 

  Para ouvir:   

https://www.youtube.com/watch?v=_quJiFGpWts&t=20s

 

Brama e Ruge

 

Brama e ruge vasto Dniper

Uiva um vento furioso,

Dobra e curva os salgueiros,

Ergue ondas colossais.

 

A lua fraca nesta noite

Entre as nuvens surge e desce,

Como barco no mar negro,

Se afunda, e aparece.

 

Ainda os galos não cantaram

Não há murmúrio ao redor,

No bosque os mochos gorjeavam,

E os freixos crepitavam.

 

Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=6--ZM_GhXgs&t=5s

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História


Figura:

https://www.google.com/search?sxsrf=APq-WBsOwCpqvDzd4df3m7UHraR3xLEzSw:1646195668729&source=univ&tbm=isch&q=imagens+do+poeta+russo+taras+shevchenko&fi

 


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