A seguir
alguns poemas do poeta, escritor, pintor, ilustrador,
folclorista e etnógrafo ucraniano do século XIX Taras
Hryhorovych Shevchenko, nascido em 9 de março de 1814 e que morreu em 10 de
março de 1861. Foi um autor muito importante para a literatura ucraniana
moderna e para a própria língua ucraniana moderna, tendo sido membro da
Academia Imperial de Artes. Foi condenado por defender a
independência da Ucrânia, que fazia parte do Império Russo.
Testamento
Quando
eu estiver morto, enterre-me
Na
minha amada Ucrânia,
Minha tumba sobre um túmulo alto
Em meio à vasta planície,
Para que os campos, as estepes sem limites,
A costa do rio Dnieper
Meus olhos pudessem ver, meus ouvidos pudessem ouvir
O poderoso rio rugir .
Quando da Ucrânia o rio Dnieper levar para o
mar azul profundo
O sangue dos inimigos... então eu deixarei
Estas colinas e campos férteis –
Eu os deixarei todos e voarei
Para a morada de Deus,
E então eu orarei. ... Mas até aquele dia
não sei nada de Deus.
Oh me enterre, então levante-se
E quebre suas pesadas correntes
E
regue com o sangue dos tiranos
A liberdade que você conquistou.
E na grande nova família,
A família dos livres,
Com palavras suaves e amáveis
Lembre-se também de mim.
Traduzido por John
Weir-
Toronto, 1961
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Rugem as Cascatas
Rugem as cascatas, nasce a lua,
Como sempre nasceu...
Sitch desapareceu
E o líder também!
Não há mais Sitch?
Os juncos perguntam ao Dnipró:
“Onde estão nossos filhos,
Onde eles andam?”
Não voltarão os cossacos
Não se levantarão os hetmans
Não cobrirão a Ucrânia
Os jupany vermelhos.
Somente o inimigo está rindo...
Ria, cruel inimigo!
Mas não muito, tudo está desaparecendo,
Porém a glória não sumirá:
Não sumirá, mas contará ,
O que acontecia no mundo,
De quem é verdade, de quem é a injúria
E de quem nós somos filhos.
Nossa balada, nossa canção
Não morrerá, não perecerá...
Glória ao nosso povo,
Glória à Ucrânia!
Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=3QqYakvmp3k
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O sol se põe
O sol se pões, colinas negrejam
A avezinha se cala, o campo se aquieta,
Homens contentes fruem repouso,
Mas eu só miro... e vôo com alma
Ao pomar escuro na minha Ucrânia.
Voo com meus pensamentos,
E assim a alma se acalma,
Negrejam campos, matas e montes,
No céu profundo, nasce uma estrela.
Oh estrela, estrelinha!_e lágrimas rolam.
Tu já surgiste na minha Ucrânia?
Será que olhos amados
No céu te buscam? Ou já esqueceram?
Se já esqueceram, durmam tranqüilos,
E com o meu destino não se perturbem.
Para ouvir:
https://www.youtube.com/watch?v=_quJiFGpWts&t=20s
Brama e Ruge
Brama e ruge vasto Dniper
Uiva um vento furioso,
Dobra e curva os salgueiros,
Ergue ondas colossais.
A lua fraca nesta noite
Entre as nuvens surge e desce,
Como barco no mar negro,
Se afunda, e aparece.
Ainda os galos não cantaram
Não há murmúrio ao redor,
No bosque os mochos gorjeavam,
E os freixos crepitavam.
Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=6--ZM_GhXgs&t=5s
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História
Figura:
https://www.google.com/search?sxsrf=APq-WBsOwCpqvDzd4df3m7UHraR3xLEzSw:1646195668729&source=univ&tbm=isch&q=imagens+do+poeta+russo+taras+shevchenko&fi
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