Em 7 de dezembro de 1941, o Japão atacava a base naval de Pearl Harbor, no Havaí. Com esse ataque, terminava a neutralidade dos Estados Unidos que entraram na II Guerra Mundial contra o Eixo.
No dia 01 de setembro de 1939 tinha começado a II Guerra Mundial com o ataque da Alemanha nazista à Polônia. A Alemanha já vinha, desde a segunda metade dos anos 30 mostrando uma política expansionista, com a anexação da Áustria e dos Sudetos, tendo encerrado a independência da Tchecolosváquia com uma invasão traiçoeira.
Em 1940 a guerra na Europa já havia se estendido, com as invasões alemães à Dinamarca, Noruega, Luxemburgo, Holanda, Bélgica e França e houve as batalhas entre as forças aéreas da Inglaterra e da Alemanha, a chamada "Batalha da Inglaterra", com o fracasso alemão em superar a Inglaterra no ar, o que impossibilitou a invasão. No mesmo ano a Itália fascista atacou os ingleses na África, mas foi sofrendo derrotas que significaram em pouco tempo o fim de sua presença na Etiópia e Somália, assim como poderia ter resultado na derrota total na Líbia, após a tentativa de derrotar o exército britânico no Egito. A eliminação das forças italianas só não aconteceu antes de 1943 devido à ajuda alemã com seu "Afrika Korps", no início de 1941.
Ainda na Europa, no ano de 1941, além da invasão da Iugoslávia e da Grécia pelo Eixo, o que foi destaque mesmo foi o rompimento do tratado de não agressão entre Alemanha nazista e União Soviética stalinista, a partir da invasão alemã em junho de 1941.
O Japão nos anos 30 estava dominado por uma política nacionalista e militarista, o que o levou a uma expansão pela China. Em 1937 houve uma grande invasão do território chinês, numa guerra que continuou até o fim da II Guerra Mundial. Esse envolvimento japonês na China provocou um enorme uso de recursos, tanto em número de tropas, como de material bélico, com grandes perdas de soldados nipônicos.
O Japão já tinha feito aliança com a Alemanha e Itália em setembro de 1940, passando a fazer parte do Eixo. E nesse ano, após intimidar a França colaboracionista de Vichy, mandou forças militares para a colônia francesa da Indochina. Tanto a invasão japonesa cada vez mais ativa da China e a presença militar na Indochina provocou a reação dos Estados Unidos, que tinha seus interesses imperialistas no Pacífico e passou a pressionar os japoneses a se retirarem da China e da Indochina, negando exportar para o Japão produtos essenciais como o petróleo, o que levou a cúpula do Exército e da Marinha japoneses a considerar um ataque altamente destrutivo à marinha dos Estados Unidos no Pacífico como uma forma de força esse país a buscar uma política conciliatória, desistindo assim de pressionar o Japão.
Diversos líderes militares japoneses sabiam da enorme superioridade industrial da potência americana e uma vitória rápida que causasse um dano terrível à frota do adversário seria a forma de eliminar a interferência dele.
O ataque à Pearl Harbor, apesar de ter causado muita destruição no porto, destruindo também grandes navios e muitos aviões, não destruiu totalmente os depósitos de combustível, nem causou destruição suficiente nos estaleiros de manutenção e muito menos atingiu os porta-aviões que estavam fora da base. Apesar de por alguns meses o Japão ter sido capaz de conquistas significativas em 1942 (Filipinas, domínio dos Estados Unidos e colônias europeias como o arquipélago indonésio que era colônia holandesa e a Malásia, colônia inglesa etc) a sua força aeronaval não teve capacidade de derrotar o poderio militar dos Estados Unidos. O grande golpe seria ainda em junho de 1942 com a perda de quatro porta-aviões japoneses em Midway, perda que para o Japão foi um desastre considerável. Os combates continuariam terríveis nos anos seguintes da guerra, com batalhas sanguinárias como Saipan, Ywo Jima e Okinawa.
Em agosto de 1945 a guerra terminaria de modo terrivelmente trágico para a nação oriental. Após bombardeios convencionais devastadores dos Estados Unidos contra cidades japonesas, pouco tempo antes, vieram então os dois ataques atômicos catastróficos em Hiroshima e Nagasaki. Também nessa época a URSS invadia o norte da China, atacando o exército japonês que lá estava. Era o fim de uma guerra mundial que levou à morte mais de cinquenta milhões de pessoas.
A seguir alguns trechos da obra "Inferno, O Mundo em Guerra 1939-1945" de Max Hastings:
"A perspectiva ocidental diante da guerra contra o Japão é dominada pelas campanhas do Pacífico e do Sudeste Asiático. Mas a China, e a recusa de Tóquio em abandonar suas ambições ali, foi fundamental para o fracasso dos japoneses. Entre 1937 e 1939, houve uma grande luta, pouco reconhecida no Ocidente, na qual as forças japonesas prevaleceram à custa de grandes perdas. Sua retirada do continente em 1940 ou 1941 provavelmente teria evitado a guerra com os Estados Unidos". E também: "Ainda que os exércitos chineses tenham sido ineficazes, o comprometimento do Japão impôs uma hemorragia maciça de recursos. A maldição do governo japonês foi o predomínio de soldados dedicados à suposta virtude de guerrear por guerrear. Embriagados pela crença em sua virilidade guerreira, eles não perceberam a dificuldade ou mesmo a impossibilidade, de vencer uma guerra contra os Estados Unidos, a maior potência industrial do mundo".
Márcio José Matos Rodrigues-professor de História
Imagem: Google
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