Encerrando minhas homenagens a pessoas de destaque que nasceram em agosto, este artigo fala do compositor francês Claude Debussy, autor de “La Mer e de “Prélude à l’après-midi d’um Faunne.
Debussy, era um compositor francês. Teve grande influência na música do século XX. Ele nasceu em Saint-Germain-em-Lay, em 22 de agosto de 1862. Morreu em 25 de março de 1918, em Paris. Claire de Lune (1890-1905), Prelude à l’aprés-midi d’um faune (1894), a ópera Pelléas et Mélisande (1902) e La Mer (1905). Ficou conhecido por ter quebrado a tradição do romantismo alemão, desenvolvendo um sistema original de harmonia e de estrutura musicais que expressa, em muitos aspectos, os ideais aspirados pelos pintores impressionistas e pelos poetas simbolistas do seu tempo.
Ele ingressou no Conservatório de Paris, aos nove anos, revelando suas qualidades de pianista. No tempo que viveu com os pais, nos subúrbios de Paris, a situação era de grande pobreza. Mas então ficou sob a proteção de uma milionária russa, Nadezhda Filaretovna, tocando duetos com ela e com seus filhos. Nessa época, viajou pela Europa, quando se inspirou para compor Claire de Lune.
Compositores que influenciaram bastante no
trabalho de Debussy foram Richard Wagner, Aleksandr Borodin e Modest
Mussorgski. E ele influenciou Béla Bartók, Luís de Freitas
Branco, Heitor Villa-Lobos e outros.
Em 1884 ele recebeu o Grande Prêmio de
Roma de composição. Viaja para Moscou, com Madame von Meck, protetora de
Tchaikovsky, interessando-se pela obra de Mussorgsky.
Em Paris, no
ano de 1887, entrou em contato com a vanguarda artística e literária. Frequenta
os mardis de
Mallarmé (reuniões semanais realizadas às terças-feiras, na casa do poeta
simbolista Stéphane Mallarmé). No mesmo ano conhece Brahms, em Viena.
Ouviu
em Bayreuth a obra Tristão e Isolda,
de Wagner, que lhe causa profunda impressão. Na exposição de 1889, em
Paris, ouve música do Oriente.
Por
volta de 1887, começou a relação com Gabrielle Dupont que dura por volta de dez
anos. Separa-se dela para casar, em outubro de 1899, em Paris, com
Marie-Rosalie Texier, de quem se separou anos depois e se casando com Emma
Bardac, ex-amante de Gabriel Fauré (outro compositor) em 1908.
Em
1902 compôs a sua única ópera, Pelléas
et Mélisande, que demonstrou como a técnica de Wagner pôde ser
adaptada para retratar sujeitos como as figuras do pesadelo que, nessa ópera, foram
condenadas à auto-destruição. Três anos mais tarde, inspirado no pintor inglês
William Turner e no pintor francês Claude Monet, compôs La Mer.
Nos
seus últimos trabalhos, as peças para piano En
blanc et noir (1915) e Douze
Études, Debussy expandiu o estilo tradicional de composição que,
posteriormente, foi desenvolvido por Stravinsky e por Béla Bartók.
A
maior parte de sua obra tardia constitui-se de música de câmara, incluindo três
sonatas para violoncelo, para violino e para flauta, viola e harpa. Já dominado
pelo câncer, Debussy continuou trabalhando. Chegou a perder o interesse pela
música quando começou a Primeira Guerra Mundial, em 1914. Mas depois de certo tempo em silêncio, ele
percebeu que tinha de contribuir para a luta do único jeito que podia:
"criando com o melhor de minha capacidade um pouco daquela beleza que o
inimigo está atacando com tanta fúria." Chegou a dizer em uma carta:
"vida de espera - a minha existência sala de espera, eu poderia chamá-la -
porque sou um pobre viajante esperando por um trem que não virá." Ao piano
ele executou seu último trabalho, a Sonata para Violino e Piano L 140, em
maio de 1917. Ele a tocou em setembro, em Saint-Jean-de-Luz.
Foi
a última vez que tocou em público, vindo a morrer em 25 de março de 1918, durante
a última ofensiva alemã na Primeira Guerra Mundial, quando Paris estava sendo
bombardeada.
Alguns comentários sobre ele que pesquisei:
"A
ironia fazia parte de sua natureza, assim como o amor pelo prazer; possuía
senso de humor e gostava de viver bem. Tinha língua ferina, certa negligência
no falar e algo um tanto afetado na gesticulação. Seus entusiasmos eram
controlados, o bom gosto impecável e, embora a aparência sugerisse o contrário,
era pessoa muito simples. Foi tanto um boêmio de Montmartre quanto um homem do
mundo". André Suares.
"Ironia,
irreverência, mordacidade e anticonvencionalismo são termos que, se não definem
amplamente, expressam bem uma das facetas mais peculiares da personalidade de
Debussy-sem dúvida, uma figura humana fascinante. " (Mestres da
Música-Debussy-Abril Cultural)
"Dotado
de arguta e brilhante inteligência, criticava, com seu humor cáustico, tudo
quanto fosse oficial e institucionalizado, na tentativa de destruir mitos,
opiniões consagradas e correntes-falsos juízos de valores baseados em visões
acríticas ou deformadas da realidade. Parece que, seu encanto e sedução
residiam justamente nessas características de temperamento..." (Mestres da Música-Debussy-Abril Cultural)
Sugestão: Ouvir La Mer- https://www.youtube.com/watch?v=hlR9rDJMEiQ
Sugestão: Ouvir La Mer- https://www.youtube.com/watch?v=hlR9rDJMEiQ
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Márcio
José Matos Rodrigues-Professor de História
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