sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Homenagem ao escritor Herman Melville, autor do livro Moby Dick





Neste artigo vou falar de outro aniversariante do mês, o escritor, poeta e ensaísta Herman Melville, nascido em Nova York (Estados Unidos), no dia 01 de agosto de 1819, em uma família de origens inglesa e holandesa. Ele foi o autor do famoso romance Moby Dick, que foi publicado em 1851 com o título de A baleia . No início de sua carreira foi bem sucedido, porém depois sua popularidade decaiu, principalmente devido aos comentários negativos que sofreu de críticos ingleses em relação a Moby Dick ( “A baleia”), que no século XX foi considerada sua mais importante obra. 

 Herman, terceiro filho do casal Allan e Maria Melvill ( depois foi acrescentada a letra e ao sobrenome), quando criança teve escarlatina, que prejudicou sua visão. Durante sua infância, a situação social da família era confortável. Mas seu pai teve sérios problemas financeiros que o levaram à falência no ano de 1830. Ele morreu em 1832, deixando a mulher e os oito filhos numa situação instável, fazendo com que a educação de Herman cessasse por volta dos seus quinze anos de idade. Este passou a ajudar a família, trabalhando como bancário, professor e agricultor. 

 Embarcou como ajudante de navio mercante em 1839 e em 1841 no baleeiro Acushnet, percorrendo o oceano Pacífico. Nas ilhas Marquesas, Melville passou a viver com os nativos Typee (que eram canibais), por algumas semanas. Esta situação influenciou o escritor a criar sua obra Typee, em 1846. Também no ano de 1841 ele esteve no baleeiro australiano Lucy Ann, tendo se juntado a um motim de marinheiros, insatisfeitos com a falta de pagamento. Foi preso no Tahiti e fugiu. Os fatos inspiraram o autor em mais um livro: Omoo (1847). No final de 1841 embarcou como tripulante de baleeiro em outro navio e encerrou sua carreira de marinheiro em 1844 a bordo de uma fragata. As duas primeiras obras renderam ao autor um sucesso de crítica e de público, assim como alguns recursos financeiros.

 Em 1849 lançou seu terceiro livro, Mardi, que embora fosse do estilo de aventuras, era mais introspectivo. Lançou ainda dois outros livros de aventuras: Redburn, de 1849 e White-Jacket, em 1850, ambos com algumas características mais melancólicas.

 Não havendo boas vendas dos livros Moby Dick (1850) e Pierre (1852), seu editor se recusou publicar o manuscrito The Isle of the Cross (nunca foi publicado). 

Escreveu sua epopeia Moby Dick  baseado na verídica tragédia acontecida em julho de 1821 com o baleeiro Essex, afundado por um cachalote. Uniu provavelmente relatos da tripulação sobrevivente, que eram recontados de forma fantástica pela sociedade da época e somados à experiência de Melville com um capitão autoritário do qual foi tripulante, por dezoito meses, encerrando sua viagem ao desertar nas ilhas Marquesas. E é possível que a prematura morte de seu pai quando o autor contava doze anos também possa ter tido influências em relação à forma como direcionou muitos dos encontros conflitantes dos personagens na obra.

Além dos romances citados, ele ainda escreveu  Israel Potter, (1856) e The confidence-man (1857), ambos publicados, como também os seguintes contos: The Piazza Tales;  Bartleby, o Escrivão; Benito Cereno; The lightning-Rod Man; The Enchanted Isles e The Bell-tower.

Nas histórias do período que vai de 1853 a 1856, percebe-se uma grande preocupação autobiográfica. Entre 1856 a 1885, ele deixou a escrita em prosa, dedicando-se apenas a versos, incluindo poemas sobre busca religiosa. Em 1860, tentou ganhar dinheiro como palestrante. Mudou-se para a cidade de Nova York durante a Guerra de Secessão e três anos depois, em 1866, foi nomeado fiscal da alfândega. 

O seu romance Billy Budd, que não tinha sido publicado durante a vida do autor, depois de 30 anos guardado numa lata foi publicado em 1924, tendo sido adaptado para ópera, teatro e cinema. Melville e o seu amigo Nathaniel Hawthorne, a quem foi dedicado o livro Moby Dick, formaram um importante par da intelec­tuali­dade norte-americana no século XIX. Só a partir das primeiras décadas do século XX é que a obra de Melville seria reava­liada. A crítica da segunda metade desse século viu nele um precursor do existencialismo, e o escritor francês Albert Camus chamou-o de “O Homero do oceano Pacífico”. 

Melville faleceu em 28 de setembro de 1891, em Nova York.

Sobre a obsessão do capitão Ahab em matar a baleia branca Moby Dick, o livro pode estar expressando as inquietudes mais profundas do escritor: os falsos triunfos e derrotas do ser humano e a luta contra impulsos destrutivos. 

É importante destacar todo o contexto que envolveu a vida pessoal do escritor (sua vida familiar e suas experiências de vida) na elaboração de suas obras e também a influência da realidade econômica e social dessa época em que os Estados Unidos se desenvolviam como nação industrial, com o fortalecimento da sua marinha, a sua expansão territorial e a imigração crescente. 

Frases de Herman Melville:

"De todas as absurdas suposições da Humanidade nada excede as críticas feitas aos hábitos dos pobres feitas pelos que tem boa moradia, estão bem aquecidos e bem alimentados" (do livro Moby Dick)

"Quem jamais fracassou em algo, não pode alcançar a grandeza"

"A educada presteza com que alguém recebe dinheiro é realmente maravilhosa, considerando que tão gravemente acreditamos que o dinheiro é a raiz de todos os males terrenos e que em hipótese nenhuma um homem endinheirado entrará no paraíso. Ah! Com que alegria nos despachamos para a perdição!"





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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

Imagens: Figuras do Google.

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